tag:blogger.com,1999:blog-10449254563283831302024-03-27T05:06:09.390-07:00WILBUR D.Wilbur Dhttp://www.blogger.com/profile/14169224609583452236noreply@blogger.comBlogger376125tag:blogger.com,1999:blog-1044925456328383130.post-62549091401738699392024-03-25T20:30:00.000-07:002024-03-25T20:30:00.149-07:00Resenha #328 A fênix na espada (Robert E. Howard)<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg806Cf6kN2jyouke4Kr04Rb8sa4C4LshnG42I6FnoD0vTESaNqKu9vs-Sdm8XFHZix4CnPAjZsmSyNgEo6ipfkPWBgnZT8ERB2F4683TF1efMmiR7wTjHV9tkRXzQSLc6a3dUWO-FsmlaBRUmzViUeACfiUY602A6EbfftEhyphenhypheng8Q6NI3qCaMdYd64UkWEW/s308/A_FENIX_NA_ESPADA.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="308" data-original-width="200" height="308" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg806Cf6kN2jyouke4Kr04Rb8sa4C4LshnG42I6FnoD0vTESaNqKu9vs-Sdm8XFHZix4CnPAjZsmSyNgEo6ipfkPWBgnZT8ERB2F4683TF1efMmiR7wTjHV9tkRXzQSLc6a3dUWO-FsmlaBRUmzViUeACfiUY602A6EbfftEhyphenhypheng8Q6NI3qCaMdYd64UkWEW/s1600/A_FENIX_NA_ESPADA.jpg" width="200" /></a></div></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div><div style="text-align: justify;"><i>A fênix na espada </i>é o primeiro livro do box <i>O Bárbaro da Ciméria</i> da editora Pandorga com três volumes com vários (não todos) os contos do personagem mais famoso de Robert E. Howard, Conan. Gostei muito da edição, principalmente levando em conta que o box estava muito barato. Gosto de Conan desde os filmes dos anos 80 que reprisavam nos anos 90. Fiquei triste com o fracasso do filme Conan de Jason Mamoa e voltei a me aproximar do personagem escrevendo uma versão em prosa do personagem de HQ independente Peryc, O Mercenário (espero que o livro já esteja publicado quando essa resenha sair) de Denílson Reis. Assim sendo vamos ao conteúdo da box, que vai além dos contos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A box vem com um poster e três cartões postais. Um para cada capa dos livros que vem na box. Hoje vamos falar do que vem no primeiro livro da box chamado A Fênix na Espada: O volume 1 começa com o breve texto (autoria não creditada) <i>Antes de Conan</i>, que ressalta a importância do personagem desde a era dos pulps, nos anos 1930, quando atravessou a grande depressão com histórias divertidas, violentas e com reviravoltas convenientes que se tornaram características da época. Logo em seguida, temos um texto descritivo, escrito pelo próprio Robert E. Howard chamado <i>A Era Hiboriana</i>, onde ele faz um apanhado geral de como é o mundo que ambienta as histórias de Conan. É um mundo vasto e cheio de povos guerreiros, criaturas abissais e perigos constantes. No norte, se encontram a Ciméria e a Aquilônia, locais muito importantes na vida do protagonista, mas Conan viaja por todos os cantos desse mundo. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div><i><b>A fênix na espada</b></i> é o primeiro conto de Conan e já traz o Conan como Rei da Aquilônia, relembrando de suas aventuras e um pouco entediado com o ônus de ter um reino em suas costas. Contudo, sua paz logo será perturbada com uma tentativa de golpe perpetrada por quatro acessores que tinha como aliado, que enviam Ascalante, um assassino, até que num sonho Conan vê um mago milenar que lhe abrira os caminhos para que ele tenha alguma chance de sobrevivência. O conto apresenta muito bem o personagem pois temos uma noção de como foi sua vida repleta de aventuras sem deixar de nos entregar uma, com violência, conspiração palaciana e criaturas sobrenaturais.</div><div><br /></div><div><b><i>A cidadela Escarlate</i></b> é o segundo conto de Conan. Ainda temos o Conan Rei da Aquilônia. Assim como um vislumbre de sua vida passada nos revelando que foi pirata e capitão de mercenários de guerra. Novamente um a intriga palaciana, tramada pelo feitiçeiro Tsotha-lanti mas que desta vez Conan acaba capturado e preso em uma masmorra. Acompanhamos o rei buscando sua liberdade da masmorra, em meio a criaturas no melhor estilo lovercraftiano, enquanto relembra a trama que o levou a ser traído e seus planos de vingança. Este conto é excelente pois vai mais longe que o anterior e vemos Conan mais furioso, ameaçador e perigoso possível!</div><div><br /></div><div><i><b>A Torre do elefante</b></i> é o terceiro conto de Conan e aqui temos a primeira aventura do Bárbaro da Ciméria jovem, em seus primeiros contatos com o mundo civilizado. Começa com Conan entrando em uma taverna cheia de ladrões e bandidos da pior estirpe. Lá ele toca de ouvido sobre uma joia impossível de roubar, que fica na Torre do Elefante, guardada por um mago cruel. Conan decide roubar aquela joia e parte até a torre. Lá ele encontra um outro ladrão, chamado Taurus que aceita invadir juntos a torre para realizar o roubo. Uma aventura direta, sucinta e sincera. As revelações sobre o mago são bem no estilo de lovercraft mas não há o flerte com o horror. Uma aventura para ler na beira da praia e sair feliz.</div><div><br /></div><div><b><i>O Colosso negro</i></b> é uma aventura de Conan em sua vida como soldado da fortuna, que retrata a primeira vez que Conan luta sem ser por dinheiro. O conto tem dois preâmbulos até a chegada do Bárbaro. Primero acompanhamos o ladrão Shevatas no templo do “mago negro” Thugra Khotan que é despertado inadvertidamente. Depois de um corte abrupto, acompanhamos a princesa Ysmaela que governa o reino de Ophir e se vê sem apoio diante de uma visão de invasão dos exércitos do "mago negro", e quando Ysmaela foi orar para a deusa Mitra encontra Conan que aceita liderar o exército de Ophir junto a seus mercenários para defender o reino. A descrição da batalha é sensacional e vemos esta faceta de general do Conan muito bem narrada, porém o final é estranho e tem um romantismo barato até para as<i> pulps</i>, mas não deixa de ser uma boa aventura do Conan.</div><div><br /></div><div>O livro termina com imagens das capas da Revista Weird Tales em que foram publicados os contos presentes neste livro. Agora é pegar o segundo tomo e seguir com as aventuras!!!</div></div><p></p>Wilbur Dhttp://www.blogger.com/profile/14169224609583452236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1044925456328383130.post-52556993640300184832024-03-18T20:30:00.000-07:002024-03-18T20:30:00.349-07:00Resenha #327 Matando Gigantes (Cláudia Dugim)<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRVsodsPmRpS1JY1zrQ-jRDw26f58qxmmUcbUgC3G4wr7_mF491alClIw0t98t53Cc2WS_qKVR7mk_rj47kv65SxLoTVlbyDAbV2qcqgjBFCVNim-qtoYKVWNQRyjEDJgLRMG8nQqanB4T7vtvLB1jTzwdh-VuQ4FDYPN1xX6ouYxAlXkoamM2P1skZQcp/s300/MATANDO_GIGANTES.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="200" height="336" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRVsodsPmRpS1JY1zrQ-jRDw26f58qxmmUcbUgC3G4wr7_mF491alClIw0t98t53Cc2WS_qKVR7mk_rj47kv65SxLoTVlbyDAbV2qcqgjBFCVNim-qtoYKVWNQRyjEDJgLRMG8nQqanB4T7vtvLB1jTzwdh-VuQ4FDYPN1xX6ouYxAlXkoamM2P1skZQcp/w224-h336/MATANDO_GIGANTES.jpg" width="224" /></a></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div><div style="text-align: justify;"><i>Matando Gigantes </i>é uma obra da Coleção Futuro Infinito da Editora Patuá que ainda estava devendo a leitura. Claudia Dugin participou da antologia Outros Brasis da Ficção Científica, que organizei, e foi organizadore da excelente <a href="https://wilburdcontos.blogspot.com/2020/12/resenha-162-violetas-unicornios-e.html" target="_blank">Violetas, Unicórnios e Rinocerontes</a> da mesma coleção. Então, sabia do talento para o conto, mas quis conferir como se sairia na narrativa longa.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A história se passa em uma nave geracional em busca de colonizar um planeta semelhante a Terra. Os personagens já estão há algumas gerações e vislumbram ser a primeira geração de colonos a pisarem em terra firme. Mas a chegada não será pacífica, tampouco sem problemas. Temos dois núcleos principais, no primeiro uma raça de seres humanoides verde/azulados com guerreiros que caçam gigantes pois não sabem outra forma de viver. No segundo, os humanos que vivem na nave colonial, em guetos de brasileiros e demais povos remanescentes da Terra tendo de lidar com assassinatos misteriosos que acirram as tensões entre a população pobre com a pequena elite da nave colônia. Logo descobrimos que são os pequeninos mas independente de quantos saibam disso, uma revolta está prestes a eclodir.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A situação que os personagens vivem é ao mesmo tempo completamente maluca e inusitada, ao colocar essa raça de pequeninos que vivem em uma comunidade anárquica (não conhecem a existência e/ou a necessidade de um Estado) onde o amor é livre e não se desenvolveu o preconceito dentro do próprio povo. Isso faz gostarmos imediatamente deles, ao menos até descobrirmos quem eles estão matando. A comunidade humana da nave geracional, foi outra coisa muito bem construída no seu aspecto político. É muito bom ver esse cenário ser construído sem a ingenuidade de imaginar que uma nave colônia serviria apenas para espalhar a presença humana pelo espaço porque é legal, afinal uma nave destas construída no capitalismo obviamente levaria a desigualdade, o racismo e o nacionalismo junto com ela. Uma nave colônia é como qualquer outra colônia: serve apenas para a exploração.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Há outras camadas que cabe contar aqui: a vida dos pequeninos é anárquica nos costumes, não apenas na figura de comando dos Guerreiros por Cherv e de Uor dos Conhecedores, mas na vida regada pelo prazer que acaba se colocando a frente de praticamente todas as preocupações na vida dos pequeninos, beirando a ingenuidade. Já do lado dos humanos, temos as personalidades fortes das articuladoras da revolta, principalmente na figura de Mama Bá, uma estrategista notável com uma vida toda dedicada a resistência. Foi minha personagem preferida e foi uma pena não ver mais dela.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O tratamento pragmático me surpreendeu positivamente, dando espaço para momentos satisfatórios, mas sem cair num ingênuo final feliz puro. Uma obra rende horas de conversa num bar. O que eu poderia querer mais?</div><p></p>Wilbur Dhttp://www.blogger.com/profile/14169224609583452236noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1044925456328383130.post-56456756034041994672024-03-11T20:30:00.011-07:002024-03-11T20:30:00.276-07:00Resenha #326 Básico Instinto (Fausto Fawcett)<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMwxdSOJPCqxnbuVSpRPlilvGB9nsb1KafO7cfd0U1uTY6yrELvvpheWTZYhSaboO51TGHn_JEzgNLYLDo6MYHdkeAGdloKbfn1QBtzUEnLss0DyXbqbf0bSVFvGjo60Ew_swoQ0vUuIM6JSN2hxdCfx27QZpfZd84IEpbJ5TqEN5AhyHTHq8pmLiCzSEc/s309/BASICO_INSTINTO.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="309" data-original-width="200" height="309" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMwxdSOJPCqxnbuVSpRPlilvGB9nsb1KafO7cfd0U1uTY6yrELvvpheWTZYhSaboO51TGHn_JEzgNLYLDo6MYHdkeAGdloKbfn1QBtzUEnLss0DyXbqbf0bSVFvGjo60Ew_swoQ0vUuIM6JSN2hxdCfx27QZpfZd84IEpbJ5TqEN5AhyHTHq8pmLiCzSEc/s1600/BASICO_INSTINTO.jpg" width="200" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div><div style="text-align: justify;"><i>Básico Instinto </i>é uma obra que mostra como o artista carioca é fiel ao seu objetivo. É uma coleção de contos, praticamente todos passados nas ruas selvagens do Rio de Janeiro onde Katia Flávia, a Godiva do Irajá sai em vingança louca pela morte do seu homem. A verdade é que as histórias são simples, o que encanta ou causa repulsa, mas nunca passa incólume, é a linguagem explosiva de Fausto Fawcett. Há palavrões, mas nenhum está de graça, nem qualquer cena chocante. Tudo serve para compor esta versão brasileira, visceral e cruel do útero podre da grande metrópole.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">As histórias, contudo, são as mais simples possíveis. Uma história de vingança. Um maluco homicida em fuga. Mais de uma vez temos o encontro de um homem e uma mulher que vem de pontos diferentes com histórias de vida em que os deixa sem nada a perder e que tem um encontro de almas regado a sexo louco (como em <a href="https://wilburdcontos.blogspot.com/2016/07/resenha-santa-clara-poltergeist-fausto.html" target="_blank">Santa Clara Poltergeist</a>). Experimentos biológicos e genéticos. A ultima sessão do livro tem contos curtissimos que montam um mosaico de um futuro onde idosos são discriminados por precisarem tornar-se ciborgues e entregar pizza para sobreviver, entre outras maluquices.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ler Fawcett é uma experiência única e quem gosta e não liga para as repetições, pois sempre quer mais e quem não gosta vai descobrir lendo um ou dois contos que isso não lhe serve. Eu gosto e quero mais.</div><p></p>Wilbur Dhttp://www.blogger.com/profile/14169224609583452236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1044925456328383130.post-36367963170773970302024-03-04T19:30:00.000-08:002024-03-04T19:30:00.149-08:00Resenha #325 As Artes Mágicas do Ignoto (G. G. Diniz e Dante Luiz)<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiz-pIq3khtE_bb8LQLGdbLbrS5F0QZMNEPR7u6UqEAqPe3Yrz7fNrSkZgsrLP3nAiK6MHXuiXiCgPree1vLoeFV6io7UUV-it0Tagtaf7jYEMJlhR6Wz-aWdcf4RY7YLke7I0jPaWgjh0TW_D6UWpocgRGXpF6TeZaARNsj7dzgcV2E4YIM4ZaEDbOAujK/s301/AS_ARTES_MAGICAS_DO_IGNOTO.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="301" data-original-width="200" height="387" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiz-pIq3khtE_bb8LQLGdbLbrS5F0QZMNEPR7u6UqEAqPe3Yrz7fNrSkZgsrLP3nAiK6MHXuiXiCgPree1vLoeFV6io7UUV-it0Tagtaf7jYEMJlhR6Wz-aWdcf4RY7YLke7I0jPaWgjh0TW_D6UWpocgRGXpF6TeZaARNsj7dzgcV2E4YIM4ZaEDbOAujK/w257-h387/AS_ARTES_MAGICAS_DO_IGNOTO.jpg" width="257" /></a></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div><p></p><div style="text-align: justify;"><i>As Artes Mágicas do Ignoto </i>foi uma daquelas campanhas no Catarse que eu queria ter participado mas acabou ficando fora do orçamento. Felizmente a editora Corvus colocou em sua <a href="https://www.editoracorvus.com.br/loja" target="_blank">lojinha virtual</a> e entrou para a minha lista de leituras. Adorei a proposta de homenagear a Rainha do Ignoto de Emília de Freitas. Achei que seria um resgate direto, alguma espécie de continuação moderna da história original, mas na verdade trata-se mais de uma versão brasileira de uma escola de magia, que já existe por ai. Confesso que fiquei em dúvidas se seria bom ou não. Felizmente minhas dúvidas foram dirimidas e a leitura me empolgou mais que esperava.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Todos os contos se passam no mesmo universo, no mesmo lugar. O Instituto Ignoto, que fica instalado em uma ilha mágica embarcada no casco de uma tartaruga gigante que perambula pela costa norte e nordeste do Brasil. Temos a presença de alguns personagens que aparecem em todos os contos, quase sempre como coadjuvantes. O diretor Balthazar e a bibliotecária Fabiana, além do Arnaldo, o vira-lata caramelo que perambula pela escola e, como toda boa escola, tem seu cãozinho mascote involuntário. Há também pequenos inserções de personagens que me arrancam sorrisos de canto de boca quando percebidos. Contudo, isso é apenas um tempero para o que realmente importa. Há uma criação de mundo permeando histórias sensíveis, divertidas e tocantes num ambiente escolar e mágico. Vale citar a representatividade em todos os protagonistas das histórias. Acredito que esta é o maior legado da obra de Emília Freitas, pois em seu tempo a escritora pôs sua pena a defender a causa das mulheres, da abolição e do espiritismo (muito contestador na época, não o lamentável antro de conservadorismo barato de hoje) e vislumbrou um lugar onde a magia para o bem fluía livremente e podem ter certeza que o Instituto Ignoto é exatamente isso. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A antologia abre com <i>2+2</i> da co-organizadora G. G. Diniz, onde uma física talentosa tenta provar uma tese mas não leva em consideração o que estava na sua cara o tempo todo. <i>Em Anexo</i> de <a href="http://wilburdcontos.blogspot.com/2022/06/resenha-239-diario-simulado-delson-neto.html" target="_blank">Delson Neto</a> conta sobre Jussara, uma RH do Instituto, que leva seu trabalho a sério demais até que seu próximo entrevistado para uma vaga em aberto para professor de Artes que leva a vida de forma tão bagunçada quanto o longo dia que a aguarda. Conto muito divertido, muito diferente da pegada de seu livro cybeprunk. <i>Entre Terra e Mar</i>, (Larissa Usuki) conta sobre suas meninas, uma sereia e uma aprendiz de magia, que passam a se gostar tanto quando gostariam de levar a vida uma da outra. <i>Segredos da Noite</i> (Sol Chioro) começa com um encontro noturno ao acaso com um espírito e sua irmã com uma ex-aluna e se desenrola num mistério que só eles e uns latidos podem resolver. <i>Filho de Ossaim</i> (Camila Cerdeira) explora os adeptos de religiões afro-brasileiras dentro da escola que lutam invocando espíritos e orixás contra uma desconhecida hora de seres medonhos enquanto um amor tenta florescer. <i>Destinos Trançados</i> (Lavínia Rocha) é uma das histórias mais fofas do livro. Uma típica paixonite leva uma menina a colocar seu grande amor numa enrascada. A narração é feita cheia de interferências divertidas que combinam muito com o texto. Uma pena não haver mais variações narrativas no livro. <i>Justiça </i>(L. V. Matos) fala sobre o bullying quando uma menina que sofre abuso de outra maior ganha uma poção que permite controlar a vontade de sua valentona. Fora d'Agua de <a href="http://wilburdcontos.blogspot.com/search/label/Waldson%20Souza" target="_blank">Waldson Souza</a> trouxe a história de um rapaz pertencente a uma raça de seres aquáticos que nunca soube de sua mãe até que recebe a notícia de sua morte e tem que tomar decisões muito importantes para sua idade. Uma das histórias melhor escritas do livro, pois o autor tem um domínio e habilidade na condução dos dilemas complicados, tornando-os atrativos na leitura. <i>Desenlaços </i>(Nair Nascimento) conta a história de uma meia caipora que regressa ao Instituto Ignoto, mesmo sem boas lembranças do lugar, e carregando seu dom de conversar com espíritos. Achei bastante maduro e com uma história muito intrigante. Encerrando a antologia, <i>Os Princípios da Confiança</i> (Dante Luiz) tem o diretor Balthazar como protagonista com uma história sobre mestres e aprendizes, que aprofundou o personagem com apenas uma decisão que lhe cabia tomar. Gostei tanto do personagem e do seu tratamento na história, que acho merecedor de um livro só para narrar sua vida no Instituto.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><p></p>Wilbur Dhttp://www.blogger.com/profile/14169224609583452236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1044925456328383130.post-46252759386818711162024-02-26T19:30:00.061-08:002024-02-26T19:30:00.284-08:00Resenha #324 Primeiras Estórias (João Guimarães Rosa)<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpW-q9EpHor0PWkCKAv3ShVuiaF4Sd646sBPdukFFjWLnYEh64B_hqe-EkW5QX644cN1eDC6ty1nhcxiHZqbbDAewJabJsgXS3Df2D5LmIDbv7KJKAozQt1t2uttHSIpR4Tnh2bB50MoI2ger7xqfDbizR6Td6ZN4vD8WJ3XxFKGxUB4JlMPHr2wEQkACt/s295/PRIMEIRAS_ESTORIAS.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="295" data-original-width="200" height="295" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpW-q9EpHor0PWkCKAv3ShVuiaF4Sd646sBPdukFFjWLnYEh64B_hqe-EkW5QX644cN1eDC6ty1nhcxiHZqbbDAewJabJsgXS3Df2D5LmIDbv7KJKAozQt1t2uttHSIpR4Tnh2bB50MoI2ger7xqfDbizR6Td6ZN4vD8WJ3XxFKGxUB4JlMPHr2wEQkACt/s1600/PRIMEIRAS_ESTORIAS.jpg" width="200" /></a></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div><p></p><div style="text-align: justify;"><i>Primeiras Estórias </i>de João Guimarães Rosa é uma coleção de contos do autor clássico. Como é uma obra de um autor clássico. Os resumos de cada história analisados em toda sua simbologia e relevância podem ser encontrados em resumos escolares na internet. Este blogue não se pretende a ajudar estudantes de literatura a fazer trabalhos, apenas relatar breves impressões dos livros que li. A obra tem o seu conto mais reconhecido, <i>A terceira margem do rio</i>, definitivamente o mais intrigante e profundo do livro. Onde um menino passa a vida inteira tentando lidar com o pai que decidiu ficar parado em uma canoa no rio esperando que ele voltasse. A leitura mais óbvia é que se trata de um conto sobre o luto e confesso que me tocou profunda e pessoalmente.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Há outros contos muito gostosos de ler e outros nem tanto. Guimarães Rosa tem uma escrita bem peculiar, e difícil de se acostumar. Para mim ficou mais fácil imaginar que estava declamando a história (já que ler alto estava fora de cogitação para mim). Senti um ritmo de fala na forma de organizar os pensamentos, como se as coisas saíssem sem pensar em ordem mas obviamente o texto foi muito bem planejado pelo autor, que insere muitas sensações do jeito simples de falar do povo que vive em suas histórias. Há um artigo acadêmico em forma de introdução na obra que sinceramente pulei antes da metade de suas quarenta páginas. Confesso que ele poderia ter me ajudado a gostar mais do autor, mas não tenho mais a mesma paciência para textos técnicos como tinha há dez anos. Se caso este livro cair em suas mãos (como foi o meu caso) pode ler inteiro, mas se tiver dúvidas, comece por <i>A terceira margem do rio</i> e pare se não gostar deste. Depois dê outra chance quando adquirir mais experiência como leitor.</div><p></p>Wilbur Dhttp://www.blogger.com/profile/14169224609583452236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1044925456328383130.post-8695351378277665872024-02-19T19:30:00.153-08:002024-02-19T19:30:00.165-08:00Resenha #323 Paraíso Líquido (Luiz Brás)<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKyVnqUAVxO2mzO_PHFUSKYLixxt4OPY_Zp1vY-_8Q0Z5zFrDW2dD1aHSLltNkLYtsXRLgeOFXZnR_H7e0B2Qq17DuOuytJ3ltzY2KA0V_pDETACR4MaU3c1qJVUq81riBHHCvFYXT9w6T8t9QF38-O0rbMHfRYGfqLG2xqegasHYVYnxpado9gNkD-svx/s294/PARAISO_LIQUIDO.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="294" data-original-width="200" height="373" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKyVnqUAVxO2mzO_PHFUSKYLixxt4OPY_Zp1vY-_8Q0Z5zFrDW2dD1aHSLltNkLYtsXRLgeOFXZnR_H7e0B2Qq17DuOuytJ3ltzY2KA0V_pDETACR4MaU3c1qJVUq81riBHHCvFYXT9w6T8t9QF38-O0rbMHfRYGfqLG2xqegasHYVYnxpado9gNkD-svx/w254-h373/PARAISO_LIQUIDO.jpg" width="254" /></a></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div><p></p><div style="text-align: justify;"><i>Paraíso Líquido </i>de Luiz Bras é uma coleção de contos de 2010 onde já podemos ver as aventuras narrativas e que marcam sua ficção científica, antes de adicionar o humor que hoje é mais presente nos seus contos. O livro abre com <i>Primeiro contato, </i>uma história que embarca no universo infantil de uma aventura doce e sincera. Virando do avesso, <i>Memórias</i> é uma história que hoje chamaríamos de <i>muito Black Mirror</i>, mas antes de Black Mirror (2011) em que uma mulher duvida de tudo a sua volta, família, casa e relacionamentos. A tensão impera nos diálogos tensos e uma revelação estarrecedora. <i>Nuvem de cães-cavalos</i> parece acontecer no mesmo universo do conto anterior, com um encontro/duelo de um homem e uma jovem alucinação. Já <i>Daimons</i> é uma cruel brincadeira de entidades encarnadas em brinquedos com crianças inocentes, que poderia ser de um terror oitentista mas mais pesado.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i>Aço contra osso</i> é um jogo de gato e rato virtual. <i>Nostalgia </i>começa como uma história de paranoia, bem philipkdickiana, onde não sabemos o que é real e não, para nos brindar com um final muito intrigante. <i>Déja-vu</i> é uma história de viagem no tempo que pode ser lida de trás para frente. Coisa que fiz assim que terminei o último conto e funciona muito bem. <i>São Paulo, 31 de julho de 2013</i> é um conto epistolar com uma dose cavalar de sarcasmo, assim como <i>Cruzada</i>, que segue com o sarcasmo sobre a nossa pequenez frente a um grande mistério. <i>Futuro presente</i> é outra história de viagem no tempo, usando uma premissa antiga, um personagem congelado por muitos anos acordando num longínquo futuro, com o diferencial de que ela começa a história nos revelando que sabe quando vai morrer. <i>Singularidade nua</i> nos joga na <i>space ópera</i> com uma missão controlada por crianças trigêmeas criadas para habitarem em suas naves, para investigar um misterioso buraco negro. Protagonistas e figurantes conta a história de um acidente que atravessa a vida de várias pessoas que tiveram o azar de estar no lugar errado na hora errada, juntando um mosaico de pessoas e situações. Um quebra-cabeça cyberpunk. Por fim, <i>Paraíso líquido</i> é o maior conto e, por ter o nome do livro, o que mais me gerou expectativas, contudo, não consegui me conectar com a história e os personagens, que são elementos e emoções. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mesmo não curtindo o último conto, o livro é muito bom. Como é uma reunião de contos publicados em revistas e antologias, se apresentam em várias abordagens e tamanhos diferentes, mas dali podemos vislumbrar as experimentações, o trato na linguagem e um escritor que vai deixando o pessimismo de lado e começa a abraçar o humor, adicionando a brasilidade na sua ficção científica.</div><p></p>Wilbur Dhttp://www.blogger.com/profile/14169224609583452236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1044925456328383130.post-1001085710032439562024-02-13T07:12:00.080-08:002024-02-13T07:12:00.289-08:00Resenha #322 Obra Completa (Murilo Rubião)<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSsz7QC5xS0BLaD_rNnOPAbeGBrihHMGiLGaBSmd2ssk6J_OW5sVRtkESj1CoGwWshAaAlLv2RUVyy2xOdFvsOdq6nDySfKgq3sudtmAVsozXhMQjjOAt6WsT6Qm0AYd_2Onwfyp115a18hB9kusHXzDXgVWhWX9TmP55lGYZEYL5iU5wGGR9h2vxvvPWj/s289/MURILO_RUBIAO.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="289" data-original-width="200" height="384" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSsz7QC5xS0BLaD_rNnOPAbeGBrihHMGiLGaBSmd2ssk6J_OW5sVRtkESj1CoGwWshAaAlLv2RUVyy2xOdFvsOdq6nDySfKgq3sudtmAVsozXhMQjjOAt6WsT6Qm0AYd_2Onwfyp115a18hB9kusHXzDXgVWhWX9TmP55lGYZEYL5iU5wGGR9h2vxvvPWj/w266-h384/MURILO_RUBIAO.jpg" width="266" /></a></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div><p></p><div style="text-align: justify;"><i>Obra Completa </i>de Murilo Rubião<i>, </i>como o nome sugere, traz toda a obra do contista que se tornou um antecipador magnífico do que seria chamado de realismo mágico no Brasil. Para quem gosta do estilo de Frans Kafka, Gabriel Garcia Marques, Adolfo Bioy Casares e Júlio Cortázar, vai gostar muito destes contos. O que mais marca nas leituras é a capacidade do autor de jogar o leitor nas situações mais diversas e malucas. Efeito esse que aumenta quando você lê vários contos em sequência. Nem todas as situações são sobrenaturais, mas a estranheza que perpassa as situações independe do lado mágico, ainda que este é potencializado quando aparece. Um dos contos que me marcou foi o de um grupo de filhos adotivos, vindas de famílias famélicas, de um fazendeiro que abusava física e psicologicamente deles. Uma vez que o velho morreu, os irmãos se juntam em casais (sabem que não são irmão de sangue) e tentam se achar nesse mundo com a moral que aprenderam. Outro conto que gostei muito foi <i>O Edifício</i> antecede em muito o tema de <i>A torre da Babilônia</i> de <a href="http://wilburdcontos.blogspot.com/search/label/Ted%20Chiang" target="_blank">Ted Chiang</a>, mas com uma cara ironicamente mais moderna, ao acompanhar um engenheiro responsável por erguer uma torre de centenas de pisos, porém havia uma previsão de que haveria uma grande crise quando chegasse no andar de número oitocentos. Nem todos os contos são bons como estes mas todos são bem curtos e chegam (ou não) logo onde o autor pretende chegar. Infelizmente o autor não é tão conhecido, mas se você der uma chance com este livro não vai precisar de mais nenhum outro, mesmo querendo ler mais.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><p></p>Wilbur Dhttp://www.blogger.com/profile/14169224609583452236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1044925456328383130.post-16925667823344966172024-02-05T19:30:00.002-08:002024-02-05T19:30:00.155-08:00Resenha #321 Jogo da (im)paciência (Giselle Fiorini Bohn)<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-cElJFGCedgcewECAWFgShj7DOCfyDcyRyNItA4DhSwiwKaWkjbbCkA0gxmTfbQoBGJznRSEmdnzgtotzV5C4BOE_-oCJRB-6ePTXO5lNDqQoch9akG30VpzwGgjeiJSzsDrFc7ZZBvFs-3ilBCxqloErFusVkdEZyAfvmNxINhjSIyi7AtvBbxqmELWe/s307/JOGO_DA_IMPACIENCIA.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="307" data-original-width="200" height="384" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-cElJFGCedgcewECAWFgShj7DOCfyDcyRyNItA4DhSwiwKaWkjbbCkA0gxmTfbQoBGJznRSEmdnzgtotzV5C4BOE_-oCJRB-6ePTXO5lNDqQoch9akG30VpzwGgjeiJSzsDrFc7ZZBvFs-3ilBCxqloErFusVkdEZyAfvmNxINhjSIyi7AtvBbxqmELWe/w250-h384/JOGO_DA_IMPACIENCIA.jpg" width="250" /></a></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div><p></p><div style="text-align: justify;"><i>Jogo da Im(paciência) </i>é um livro de microcontos escrito pela Giselle Fiorini Bohn, que se encaixa numa modalidade literária pouco explorada, que são os microcontos. Como o nome sugere, são contos muito menores que contos comuns, na qual o autor explora a técnica de contar uma história com poucas linhas. Giselle mostra o que aprendeu neste livro com um livro muito bem montado, dividido em quatro partes (uma para cada naipe do baralho) e cada parte contendo treze contos (um para cada carta do naipe) e, além disso, cada uma dessas partes faz uma abordagem diferente, sendo alguns mais ácidos, outros mais cômicos, outros mais românticos e outros trágicos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Dentro dos vários estilos de microcontos, Giselle constrói histórias completas com enredos grandes para tão poucas palavras em cada história, mas sem perder uma das coisas mais bacanas do microconto que é a capacidade de deixar o leitor completando e complementando a história com a própria imaginação. O microconto torna-se assim, muito mais instigador que a fonte de toda a história contada. Como num bom livro de microcontos, cada conto tem uma página (e não mais que isso) para chamar de sua e Giselle explora enredos emocionantes, no sentido amplo e variado da palavra, numa coleção que é tanto uma excelente forma de apresentar o microconto quanto para leitores experientes.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Para conhecer mais sobre a arte do microconto, recomendo o <a href="https://lumeliteratura.com.br/lume-podcast/a-grande-arte-do-microconto/" target="_blank">podcast do portal Lume</a> onde Giselle foi entrevistada junto com Fernanda C. Barbetta e com este que vos bloga!</div><p></p>Wilbur Dhttp://www.blogger.com/profile/14169224609583452236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1044925456328383130.post-40869792925961688572024-01-29T19:30:00.058-08:002024-01-29T19:30:00.338-08:00Resenha #320 Venha ver o por do sol e outros contos (Lygia Fagundes Telles)<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNLXKwKQKqheaVai_MYnRk-mrWe5VgDDZJzATqlbcalQ6Bdu7Z2sTxknFbxv5RRDlDt2RZXD3z5gAO-qI4Ds7n8_g8WciXsY5GO-Se23pfw0J8wzkDGueJdcGotapz1wwNUgJNJbmsRsr7hxh82z0DZm96Dtk10x2o6lQK5y6jzhoWQzo_kfhHnc_-B_YG/s308/VENHA%20VER%20O%20SOL%20E%20OUTROS%20CONTOS.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="308" data-original-width="200" height="422" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNLXKwKQKqheaVai_MYnRk-mrWe5VgDDZJzATqlbcalQ6Bdu7Z2sTxknFbxv5RRDlDt2RZXD3z5gAO-qI4Ds7n8_g8WciXsY5GO-Se23pfw0J8wzkDGueJdcGotapz1wwNUgJNJbmsRsr7hxh82z0DZm96Dtk10x2o6lQK5y6jzhoWQzo_kfhHnc_-B_YG/w274-h422/VENHA%20VER%20O%20SOL%20E%20OUTROS%20CONTOS.jpg" width="274" /></a></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div><p></p><div style="text-align: justify;"><i>Venha ver o por do sol e outros contos </i>de Lygia Fagundes Telles é uma coleção de contos bastante popular entre as leituras de escola. Como trabalho em uma este livro caiu em minhas mãos. Apenas 100 páginas, contendo oito contos curtos, que podem ser lidos tranquilamente em um ou dois dias, ou em uma semana se você estiver muito atarefado. Os contos são de mistério, alguns brincam bastante com a barreira entre o real e o fantástico, sem se importar em deixar explicado se algo é sobrenatural de fato. Principalmente o conto que dá título ao livro "Venha ver o pôr do sol", outros brincam com a perspectiva do protagonista como "O noivo" e "O Menino". O suspense não está em uma trama mirabolante mas nas frases curtas e ágeis, muitas vezes tirando nosso fôlego e na habilidade de cercar o problema nos revelando aos poucos o que está de fato acontecendo. Os contos terminam com pouca suavidade, e resolvendo parcialmente os mistérios deixando um gosto amargo para os que não gostam de histórias abertas. Há a simbologia muito interessante com as cores, sendo o vermelho o amor, verde morte e transição, amarelo vida, preto trevas e azul espiritualidade. Mas as para mim é apenas um detalhe, pois a habilidade de prender o leitor no mistério é o melhor do livro. Gostei bastante da leitura! </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><p></p>Wilbur Dhttp://www.blogger.com/profile/14169224609583452236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1044925456328383130.post-50245620852461231992024-01-22T19:30:00.083-08:002024-01-22T19:30:00.132-08:00Resenha #319 Véu da Verdade (J. M. Beraldo)<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjatX2qpDR6sLELDAlOpyNXKpByIKSD4kP0gaKYwWetp2YY0U7rmZJm1yLLwjsheM7QBixjxM8vuE9TXUPT_G1FIAzkkA10n5QsoeVhnDyF8H85Io9rVzZhq-orkU8D6SLfxZXYSdxLpafoNPjFfh1BYK5AOfJIVHX2uL4dArMMgAyIKKkxYyS0O60Rv-9a/s283/VEU_DA_VERDADE.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="283" data-original-width="200" height="396" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjatX2qpDR6sLELDAlOpyNXKpByIKSD4kP0gaKYwWetp2YY0U7rmZJm1yLLwjsheM7QBixjxM8vuE9TXUPT_G1FIAzkkA10n5QsoeVhnDyF8H85Io9rVzZhq-orkU8D6SLfxZXYSdxLpafoNPjFfh1BYK5AOfJIVHX2uL4dArMMgAyIKKkxYyS0O60Rv-9a/w280-h396/VEU_DA_VERDADE.jpg" width="280" /></a></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div><p></p><div style="text-align: justify;"><i>Véu da Verdade </i>é uma space ópera brasileira escrita por J. M. Beraldo e chegou as minhas mãos em uma promoção que o próprio autor fez antes de se mudar para o Brasil. Já conhecia o autor da sua série <a href="http://wilburdcontos.blogspot.com/search/label/S%C3%A9rie%3A%20Reinos%20Eternos" target="_blank">Reinos Eternos</a>, e quis saber como seria uma space ópera e a surpresa foi muito grata.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Acompanhamos as aventuras da tripulação do cargueiro Lucille pelo futuro daqui há dois séculos, onde descobrimos a existência de vida alienígena. E bota vida nisso. A verdade é que somos uma espécie de "reserva ambiental" para as raças da Liga dos Mundos, de tão atrasados que somos. E não há nenhuma chance de sermos aceitos na Liga, pois seria como um formigueiro pedir adesão a ONU. Esta é apenas uma das diversas ironias e sacadas do autor para a raça humana que sempre se vê como o centro da vida inteligente no universo. Falava sobre um cargueiro, não né?! O Capitão da nave é Alex Bourdain, que tem na tripulação um ser insetoide prestativo, uma inteligência artificial que pilota a nave e não tem muita consideração pela vida humana; Flávia, uma carioca fugida de uma guerra no Brasil e do minerador nascido no Cinturão de Asteroides. Como se trata de uma nave que faz todo tipo de frete, mais personagens vão surgindo como passageiros, entre eles um cientista desastrado de São Paulo, um ser que muda de forma e um bilionário nobre. Em meio a tudo isso, temos a perseguição de um mercenário chamado Arturo que deseja a cabeça de do Capitão Bourdain.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Temos uma história muito movimentada e cheio de elementos, e um mundo rico e retratado cheio de humor, mas sem sacrificar uma história bem contada para nos fazer rir. Inclusive temos uma virada (plot-twist) sensacional para o desfecho da história. A edição é comemorativa dos 10 anos de lançamento da obra e é de 2015. Infelizmente tem uns erros de digitação, mas não atrapalha a fluidez da leitura. Contudo, merece ser resgatada principalmente para os leitores que querem uma leitura com humor, ação e um mundo muito bem construído. Se este livro cair em suas mãos, leia e me agradeça. Se não, dê seu jeito e me agradeça também.</div><p></p>Wilbur Dhttp://www.blogger.com/profile/14169224609583452236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1044925456328383130.post-44080070532485796652024-01-15T19:30:00.053-08:002024-01-15T19:30:00.130-08:00Resenha #318 Solitude (Erick Santos Cardoso)<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEib1OUK5RxrWyREkZtFb8dH4V7rs4DlziZf-fm4GSpSkx9vR_TfSQn141f-KaQ3WyYiEpRVV1V_fbDV3KBHl9bIbzaJya5nUlHTDlpk2uUF2nv30gSgo79TJUnwNtCuDxqn7Idw2tAEUhp-Jog_KyrBOV3XGpL34GmgHDcPZCnxgVSYhPzEdncHmPimqppu/s297/SOLITUDE.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="297" data-original-width="200" height="389" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEib1OUK5RxrWyREkZtFb8dH4V7rs4DlziZf-fm4GSpSkx9vR_TfSQn141f-KaQ3WyYiEpRVV1V_fbDV3KBHl9bIbzaJya5nUlHTDlpk2uUF2nv30gSgo79TJUnwNtCuDxqn7Idw2tAEUhp-Jog_KyrBOV3XGpL34GmgHDcPZCnxgVSYhPzEdncHmPimqppu/w262-h389/SOLITUDE.jpg" width="262" /></a></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div><p></p><div style="text-align: justify;"><i>Solitude</i> é o quarto livro da Coleção Dragão Mecânico que já li e é o mais divertido, mais leitura de praia da coleção até aqui e nisso (vale sempre insistir) não é nenhum demérito. Saber entreter com uma premissa divertida e cativar o leitor com um texto menos dramático e uma trama mais ágil e sem tantos jogos linguísticos é um feito e tanto. <i>Solitude </i>fez exatamente isso.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Os mais velhos vão lembrar dos jogos de navinha dos anos 1980 e 90, como Galaga, STG, Gradius ou Star Fox, onde naves espaciais destruíam alienígenas monstruosos que vagavam pelo espaço. A historia de Axel e seu esquadrão parece ser uma versão romanceada destes jogos. Eles vivem em Eden, uma colônia humana relativamente recente que foi atacada por uma frota de seres que combinam vida orgânica com metal em suas naves, ou seja, eles são as naves. Em um primeiro momento são derrotados por Axel, quanto era um ás sob o comando de Gládio, mas passado alguns anos, uma pandemia deixou a colônia de Eden acuada sob o risco de ser varrida do mapa. Uma missão, liderada em Terra por Gládio e Axel a frente do esquadrão se lançará no espaço para encontrar e neutralizar o coração desta ameaça.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A história é contada em vários capítulos pequenos que vem e voltam no tempo, intercalando a ação com momentos da vida dos pilotos e o relacionamento entre eles, muitas vezes conturbados e cheios de mágoas. É muito bacana o conceito das naves coração que usam da tecnologia copiada dos inimigos para dar alguma chance a missão, considerada por muitos inútil e suicida. Além disso, ela dá alguma explicação a todas as coisas que parecem, a primeira vista, intransponíveis dos jogos para uma narrativa longa em prosa. Cada vez que entendia esses momentos, um sorriso foi arrancado do meu rosto. Isso que não cheguei a mencionar a ação muito bem narrada e empolgante. Uma leitura curta e alucinante, que recomendo bastante. </div><p></p>Wilbur Dhttp://www.blogger.com/profile/14169224609583452236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1044925456328383130.post-2347394166036708182024-01-08T19:30:00.001-08:002024-01-08T19:30:00.183-08:00Resenha #317 O homem que não queria matar (José C. Peu) <p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsCCuE5G6hhK1aKJE-OtWC0J60QNAIyN6vMBs_T0Zi_rRsDnhGDkc6lmLBnNZoW6It5xV7NoN5ywKJzSlcT-V_u9-Temb6_DTGl_GmikiwDxYjQktkJ49_9kZXb2wo_aF_A4w3O-CjQabqkDc_ZrWZ8aejRCvnXUX1BW2Kh-ei8vHiztszzeVGVgemsW45/s328/O_HOMEM_QUE_NAO_QUERIA_MATAR.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="328" data-original-width="200" height="435" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsCCuE5G6hhK1aKJE-OtWC0J60QNAIyN6vMBs_T0Zi_rRsDnhGDkc6lmLBnNZoW6It5xV7NoN5ywKJzSlcT-V_u9-Temb6_DTGl_GmikiwDxYjQktkJ49_9kZXb2wo_aF_A4w3O-CjQabqkDc_ZrWZ8aejRCvnXUX1BW2Kh-ei8vHiztszzeVGVgemsW45/w265-h435/O_HOMEM_QUE_NAO_QUERIA_MATAR.jpg" width="265" /></a></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div><p></p><div style="text-align: justify;"><i>O homem que não queria matar</i> é o livro de estréia do JC Peu, que é o host do canal <a href="https://www.youtube.com/@T.ContoFiccaoCientifica/videos" target="_blank">Te Conto Ficção Científica</a> e foi um grande acerto dele. Temos um livro que se inspira nos clássicos da distopia com um olhar afrofuturista, conectado ao Brasil como poucas obras conseguiram fazer até agora. Acompanhamos Alberto que é um Comissário, eufemismo para um assassino que serve a empresa/governo que extermina os membros pouco produtivos da sociedade. Estamos em um futuro onde a área do Rio de Janeiro tornou-se o polo produtor e exportador de bananas para todo o planeta. Sabemos pouco sobre como é o resto do mundo, assim como o protagonista, que narra em primeira pessoa suas descobertas oriundas de sua dúvida com relação ao mundo que vive. Alberto é o único negro entre os comissários, em uma sociedade que extermina a população negra considerada improdutiva. Seus superiores, os Conselheiros, decidem que uma nova faixa da sociedade como novo alvo para o extermínio. Momento esse que é o ponto de virada para Alberto.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O ponto forte do livro é para a condução da história pelo autor. Não há uma história fora comum nas distopias, pois assim como o bombeiro Montag, de <i>Farenheit 451</i>, Alberto também se rebela mas acompanhar esse processo não foi uma viagem fácil. A escrita fluída do Peu, nos obriga a virar páginas enlouquecidamente mas as cenas fortes cobram um peso em nosso coração. É um livro forte que penetra e devasta, pela simplicidade com que nos expõe as partes mais sensíveis e cruéis da nossa sociedade. Temos o óbvio gritando e perfurando a carne dos desavisados, sobre a violência. Uma chacoalhada necessária. </div><p></p>Wilbur Dhttp://www.blogger.com/profile/14169224609583452236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1044925456328383130.post-57206164108659584962024-01-01T19:30:00.069-08:002024-01-01T19:30:00.304-08:00Resenha #316 20 Relatos Insólitos de Porto Alegre (Rafael Guimaraens)<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZNsvOuJIbogLwAzjD5YpmCh14KKisHLl8kukq3kD0f7-dXXzhL5teL1CY8sQ_PG1siRIIk6VCP-it3oVpUNccoxEw0pfC3Td7qL-bj_T8BTKzmcP2iImj_ceEgOlALga5bh2VtGezk9axd7rehRd2wAP6bn80FKtAazOn_Oz9riGU4eAGtrDXhiCLP21Q/s299/20_RELATOS_INSOLITOS_DE_POA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="299" data-original-width="200" height="383" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZNsvOuJIbogLwAzjD5YpmCh14KKisHLl8kukq3kD0f7-dXXzhL5teL1CY8sQ_PG1siRIIk6VCP-it3oVpUNccoxEw0pfC3Td7qL-bj_T8BTKzmcP2iImj_ceEgOlALga5bh2VtGezk9axd7rehRd2wAP6bn80FKtAazOn_Oz9riGU4eAGtrDXhiCLP21Q/w256-h383/20_RELATOS_INSOLITOS_DE_POA.jpg" width="256" /></a></div></div></div></div></div></div></div></div></div><p></p><div style="text-align: justify;">20 Relatos Insólitos de Porto Alegre foi uma leitura de exploração para um livro que estou escrevendo. Sendo assim, as expectativas que a leitura gera são diferentes da de uma leitura causal. Meu livro será uma extensão dos meus contos <a href="https://www.amazon.com.br/Sombra-Rua-Arvoredo-Contos-Outros-ebook/dp/B09Y696Y3Y" target="_blank"><i>A Sombra da Rua do Arvoredo</i></a>" que lancei avulso em e-book pela Amazon e <i>Um Crime no Mercado Público</i> que saiu na antologia <a href="https://caligo.lojaintegrada.com.br/outros-brasis-da-ficcao-a-vapor-obfav-davenir-viganon-org" target="_blank">Outros Brasis da Ficção a Vapor</a>. Não buscava por histórias para adaptar ao subgênero <i>steampunk</i> mas por insights de lugares e personagens históricos que contemplassem o período histórico do meu livro, o século XIX.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O que me atraiu neste livro foi que as histórias foram compostas sobre muita pesquisa, que já é característica do autor em outras obras. Há muitas passagens reais de jornal, fatos retirados de fontes mesclados com a imaginação do autor, dramatizando vários momentos com a inserção de diálogos, mas sem tentar reescrever a história. A maioria das histórias se apresenta no formato de conto, mas há crônicas e até um roteiro, como forma de explorar as histórias. Entre elas, a que mais atiçava minha curiosidade foi sobre os crimes da Rua do Arvoredo. No fim das contas, achei referências para continuar minhas pesquisas para a obra mas achei menos dados que esperava. Contudo, foi uma leitura muito agradável. Obviamente, se você não é ou já foi habitante de Porto Alegre, não vai achar muita graça, mas para quem tem algum apreço pela capital do Rio Grande do Sul, vai encontrar causos muito emocionantes de acompanhar em todas as épocas da cidade. </div><p></p>Wilbur Dhttp://www.blogger.com/profile/14169224609583452236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1044925456328383130.post-15126081504225337112023-12-11T19:30:00.119-08:002023-12-11T19:30:00.377-08:00Resenha #315 Tropas Estelares (Robert Heinlein)<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4WBCKyL2IoT53s2c5FKfmq0SQdpS30tCT-psSNL_z-ya4szW9uiqnzD_sf929nLYUvso4W6KnN9JPbhx0iDIxIxFq5_jOXig1o7y7gpr-yYLTY4n-ovGKnEVBX8HR2mRWxlcHhAG-QzKJ9xDMXpok3j8ds1P_B2LISJow__RW7T34LZAdtBTUzYmdaLnc/s300/TROPAS_ESTELARES.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="200" height="419" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4WBCKyL2IoT53s2c5FKfmq0SQdpS30tCT-psSNL_z-ya4szW9uiqnzD_sf929nLYUvso4W6KnN9JPbhx0iDIxIxFq5_jOXig1o7y7gpr-yYLTY4n-ovGKnEVBX8HR2mRWxlcHhAG-QzKJ9xDMXpok3j8ds1P_B2LISJow__RW7T34LZAdtBTUzYmdaLnc/w279-h419/TROPAS_ESTELARES.jpg" width="279" /></a></div></div></div></div></div></div></div></div><p></p><div style="text-align: justify;">Robert Heinlein é um dos autores clássicos da Ficção Científica. Isso significa que você é obrigado a lê-lo? Não sou ninguém para arrumar a sua lista de leitura até porque mesmo já tendo lido muita coisa, nunca havia lido nada deste autor. Então comecei com um clássico. Já havia visto o filme (de 1997,) e já sabia, por análises de outros, que o diretor do filme (Paul Verhoeven) fez uma paródia do livro, mantendo a base do enredo mas exagerando e ridicularizando a ideologia militarista do livro. Lido o livro, agora vejo como a ideia do diretor envelheceu mal nesse sentido, de ridicularizar a extrema direita e o militarismo, pois a idiotização e os idiotas nunca foram tão parecidos quando na época em que o filme foi concebido.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mas estamos aqui para falar do livro. Acompanhamos um longo relato de Juan Rico, um jovem que ingressa para a Infantaria Móvel, a menos longeva tropa da humanidade e com o treinamento mais duro. Acompanhamos a vida militar desde o alistamento, passando pelo treinamento de recruta, a incursão na Infantaria Móvel e a guerra contra uma raça insetóide que ameaça a humanidade. Um modelo que seria usado por muitos livros e filmes. Histórias sobre guerras costumam ser libelos críticos contra a estupidez da guerra (Nada de novo no front) ou propaganda para o militarismo (Falcão Negro em Perigo), não havia um livro tão complexo sobre guerras no futuro. Rico "perde" muito tempo de seu relato falando sobre a organização militar, a medida que sobe de patente e sobre pensamentos e reflexões que o motivam a continuar em frente. Não se trata de continuar apenas porque seu companheiro precisa de você, mas de uma verdadeira lavagem cerebral que Rico é submetido por um regime autoritário. As lições econômicas sobre valor, principalmente em contraposição a concepção de valor em Marx são, no mínimo, cretinas e a doutrinação militar simplesmente o impedem de conhecer outra vida e ter o mínimo de acesso a outras opiniões.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Obviamente, que para o leitor não ter nenhuma sombra de dúvida de que a guerra é justa, veio a calhar que os inimigos sejam uma raça de seres insetoides, com estrutura de formigueiro. Inicialmente conhecem os operários (extremamente numerosos, descartáveis, mas inofensivos) e os guerreiros (mortais mas igualmente descartáveis), com poucas unidades que realmente comandam a coletividade. As táticas dos insetos não se importam de perder milhares de unidades para abater um único soldado humano. Uma alusão convenientemente simplista da coletividade do socialismo. Obviamente não há porque ter pena dos insetos, pois eles não gritam nem choram quando são varridos da superfície de um planeta ou são alvos de uma saraivada de tiros. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Todavia, temos uma obra que construiu todo um imaginário sobre guerras espaciais: exoesqueletos, batalhas bem detalhadas e <i>space marines</i>. Não acho um livro essencial, mas uma vez que se saiba o que esperar dele, será uma excelente leitura pois o autor conduz a narrativa muito bem. Não acho que o livro tenha traços de ironia, como já ouvi falar, ou se tem está completamente esmagado nas entrelinhas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><p></p>Wilbur Dhttp://www.blogger.com/profile/14169224609583452236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1044925456328383130.post-87245212163679102252023-12-04T19:30:00.028-08:002023-12-04T19:30:00.274-08:00Resenha #314 Mafagafo 3, Edição extra. Dante e a Liga dos Anciões Asassinos (Enéias Tavares)<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHeHH0_wAwQCiw_AylNMkm44kNMDcE7RUoVLSX7_z39aexIRqp8kKxHEel2Lc5xEjqF4vFCNR1lx5z6cLsgEv-hgC7_ZClpXJUzOm4pv5YbxAiE4IfdL7PSlIlecNcdIxifKZlG6gpGFq8MdLQpiiE7KyByxjLj3ydCZK4bygEqBou-tHojDAx7Z4YAg/s1087/MAFAGAFO%2005%202021%20ESP.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1087" data-original-width="768" height="439" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHeHH0_wAwQCiw_AylNMkm44kNMDcE7RUoVLSX7_z39aexIRqp8kKxHEel2Lc5xEjqF4vFCNR1lx5z6cLsgEv-hgC7_ZClpXJUzOm4pv5YbxAiE4IfdL7PSlIlecNcdIxifKZlG6gpGFq8MdLQpiiE7KyByxjLj3ydCZK4bygEqBou-tHojDAx7Z4YAg/w310-h439/MAFAGAFO%2005%202021%20ESP.png" width="310" /></a></div></div></div></div></div></div></div><p></p><div style="text-align: justify;">Retomando a leitura das edições da Revista Mafagafo, decidi pular a leitura do segundo ano e continuar a leitura pelo terceiro ano, pois queria muito voltar ao mundo de Brasiliana Steampunk do Enéias Tavares. Essa edição foi uma edição extra e acompanha uma aventura de investigação passada em Porto Alegre dos Amantes, que narra um episódio vivido por Dante D'Augustine, escritor de contos de mistério que é convidado para uma Liga de Anciãos. Como o título já antecipa, essa liga é responsável por uma serie de mortes de prostitutas, mas o que eles não imaginam é que o segredo que Dante carrega pode levá-los a ruína completa.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O conto começa com a primeira parte da entrevista de Dante D'Augustine transposta da Rádio Guaíba, antes de começar o relato e a revelação do grande segredo de Dante, que para quem já leu outras obras do universo de Eneias não é novidade. As revelações que o conto traz são conhecidas de quem já leu algum dos romances da série, então não se trata de saber o final. Gosto do estilo de Eneias pois aqui não temos um foco no mistério a ser desvendado, mas nem por isso se deixa de usar o clima de mistério como uma linguagem de dá um charme a este universo. Também porque o protagonista escreve contos de mistério, é verdade, mas no fundo trata-se de uma aventura, temperada pelo mistério. O conto enriquece muito o mundo de Brasiliana Steampunk e espero ver mais deste mundo!</div><p></p>Wilbur Dhttp://www.blogger.com/profile/14169224609583452236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1044925456328383130.post-3553665334546624042023-11-27T19:30:00.104-08:002023-11-27T19:30:00.130-08:00Resenha #313 Almanaque Gibi do Terror, Nº 1 (Paulo Kobielski e Denílson Reis)<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXWdqmK2Bezy6zbfbAx5wktTYo_vmmhnAPfZZLlWHrrdEHdq29KTogQjC8r2EeDup_6XpTBNSfjBNl_qa56P--cLLdALnxV7xBWeNVT06Qo9ZsJXzsmuD71A3-A6XhTiUMNv6EgM-_RCX7WtgnhkoRVrFOVGbWpx11Tj4gjmjoWIubsGToqgMM9lJgHG3I/s254/ALAMAQUE%20GIBI%20TERROR%201.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="254" data-original-width="188" height="317" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXWdqmK2Bezy6zbfbAx5wktTYo_vmmhnAPfZZLlWHrrdEHdq29KTogQjC8r2EeDup_6XpTBNSfjBNl_qa56P--cLLdALnxV7xBWeNVT06Qo9ZsJXzsmuD71A3-A6XhTiUMNv6EgM-_RCX7WtgnhkoRVrFOVGbWpx11Tj4gjmjoWIubsGToqgMM9lJgHG3I/w235-h317/ALAMAQUE%20GIBI%20TERROR%201.jpg" width="235" /></a></div></div></div></div></div></div></div><p></p><div style="text-align: justify;"><i>Almanaque Gibi do Terror </i>é uma iniciativa do Coletivo Alvoradense de Quadrinhos encabeçada por dois dos maiores fanzineiros do Brasil, Paulo Kobielski e Denílson Reis, ambos atuando em Alvorada/RS levando a palavra dos quadrinhos desde sempre. Juntando a ideia de privilegiar autores de Alvorada, não apenas dos quadrinhos mas da literatura em prosa também, surgiu a ideia de um almanaque temático voltado para o gênero do Terror. E não poderia faltar o grande R. F. Lucchetti, ainda mais quando o tema da edição é múmias! E ele está logo na primeira história em quadrinhos que é <i>O Talismã Maldito</i>, onde temos a história da múmia de Kharis, que é acordada quando uma entidade gatuna é libertada trazendo terror aos arredores do museu onde estava exposta. Na sequência, uma entrevista com Júlio Shimamoto, o desenhista da história anterior. Na sequência, uma historieta em HQ de uma página homenageando Lucchetti e um texto retirado das memórias do autor.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A próxima história em quadrinhos, é Besta, de Leander Moura com arte de Cristal Moura e Leander Moura, onde é explorado o mistério de um lobisomem. O primeiro conto é de minha autoria e se chama Sistema Sarcófago em que o mistério da múmia é abordado com a lente da ficção científica homenageando a era dos <i>pulps </i>com um toque psicodélico. A entrada do conto tem uma ilustração de tirar o fôlego feita por Jader Corrêa. Logo depois, Paulo Kobielski nos brinda com um artigo sensacional sobre o filme brasileiro <i>O Segredo da Múmia</i> de 1982. Continuando a sessão de contos, O Misterio da Múmia foi escrito por Eduardo Alós, com arte de abertura por Luan Zuchi, onde um investigador gaúcho vai a um monastério na Amazônia investigar um desaparecimento de um dos religiosos e, obviamente, deparar-se com terrores abissais.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Retomando as histórias em quadrinhos, <i>Um velório alucinante</i> é uma história de morte e quase morte, por Denílson Reis, desenhada por Jair Júnior e letras por Henrique Reis. A herança de Simão segue a linha de terror clássico de uma herança amaldiçoada, com texto e arte de Silvio Ribeiro. O Monstro da Lagoa de Henrique Madeira e Walquir Fagundes, segue a linha do causo com uma história baseada em lendas que o povo conta e aqui uma maldição gerada por uma sucessão de tragédias e um coronel cruel. E por fim, uma rápida entrevista com Ronilson Freire, desenhista da <i>The Mummy</i> da Titan Comics.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><p></p>Wilbur Dhttp://www.blogger.com/profile/14169224609583452236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1044925456328383130.post-65280302670850113082023-11-20T19:30:00.046-08:002023-11-20T19:30:00.165-08:00Resenha #312 Mundo Fantasmo (Bráulio Tavares)<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHP7XpnTLo8WeuMDZ-6S0shz7WTeK29R28ABliVDqOiZu1aEeqUpTehAJgHdMJe3WliU-l5ocj0w1V7uruu2GuHuy0oC1R6VecHVXx1rWg3dqajzPORucWZOzCA32q1nl6h5QcX-aTeTY6Ijgc-43ZVmC-fFnBamrh9S7oISFyefwjNqfOj3IW6MEW1UUD/s299/MUNDO_FANTASMO.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="299" data-original-width="200" height="402" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHP7XpnTLo8WeuMDZ-6S0shz7WTeK29R28ABliVDqOiZu1aEeqUpTehAJgHdMJe3WliU-l5ocj0w1V7uruu2GuHuy0oC1R6VecHVXx1rWg3dqajzPORucWZOzCA32q1nl6h5QcX-aTeTY6Ijgc-43ZVmC-fFnBamrh9S7oISFyefwjNqfOj3IW6MEW1UUD/w269-h402/MUNDO_FANTASMO.jpg" width="269" /></a></div></div></div></div></div></div><p></p><div style="text-align: justify;"><i>Mundo Fantasmo </i>do inefável Bráulio Tavares é antes de tudo uma aula de como escrever um livro de contos. Não é um amontoado de histórias contadas pelo mesmo autor, mas tem uma coesão entre as histórias que formam uma unidade. No caso, a unidade é o mistério, o inescrutável. É aquele livro que você mostra para calar a boca de quem fala mal da literatura fantástica brasileira, o que é bem legal, mas acima disso você mostra para encantar leitores com excelentes contos. Sabemos que num livro de contos, não tem como gostar de todos os contos mas pessoalmente o elo mais fraco deste livro ainda é muito bom.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i>"Oh lord, won't buy me"</i> é uma bem humorada viagem a um fim de tarde miserável de um leitor de ficção científica pacato de meia-idade que tem um encontro com um estudante de física que alega ser uma entidade cósmica com uma missão relacionada a própria existência do nosso leitor. O autor brinca com o fandom, apaixonado por historias e que por vezes escondem uma megalomania reprimida. E eu, como um leitor de meia-idade de Porto Alegre que só iria para São Paulo para encher uma mala de livros de um sebo, fiquei comovido.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"<i>História de Cassim, o Peregrino, e de um crime perfeito que Deus castigou</i>" temos mais uma história no mundo fantásico ibérico, onde uma dupla de cantadores encontra um contador de histórias e começa um desafio para que o misterioso homem conte uma excelente história. Agora os desafiantes não conseguem tirar essa história da cabeça. Uma narrativa que parece mais uma noveleta, a mais longa do livro e a que considerei mais instigante. Esse ciclo merecia um livro só para ela.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"<i>Paperback Writter</i>" personagens de uma Londres estranhamente gótica vão a um concerto em que um autor digita uma história e a plateia acompanha extasiada os caminhos que ela segue enquanto debatem com a frivolidade de uma elite burguesa. Achei uma homenagem ao prazer da escrita, que geralmente não conseguimos compartilhar pois o autor só entrega a história já pronta e não o seu desenvolvimento. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"<i>Expedição as profundezas do oceano</i>" um caso policial que utiliza a forma de depoimento como são coletados pela polícia, que nos leva a uma brasilidade que nos aproxima muito da história, pois é exatamente como uma delegacia brasileira funciona. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"<i>Exame da obra de Giuseppe Sanz</i>" acompanha a trajetória de um autor, pelo depoimento de um admirador que descobre que seu ídolo escreveu suas grandes obras de sucesso simplesmente juntando partes de outros romances consagrados, despindo-os de seu contexto original. É a forma bastante irônica que o autor nos traz a baila uma discussão do que é literatura. Do quanto que lemos e consumimos, não é novo. Mas não necessariamente de uma forma ruim.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"<i>E assim destruímos o Reino do Mal</i>" conto que aborda de forma alegórica, usando o épico para mostrar como se comete atrocidades sem ter consciência disso. Não é apenas sobre a imbecilidade da guerra, mas sobre o imbecil que a cultua.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"<i>Breves histórias do tempo</i>" conta a história de um contador de histórias tetraplégico e que vai se fundindo profundamente a sua finalidade de contar historias. Esta mesma mesma habilidade de u aproxima e o distancia tanto da humanidade. Habilidade que argumentamos como diferença entre nós e os animais.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O edição que li, foi a da Bandeirola, que obtive ajudando no financiamento coletivo tem um posfácio sensacional do autor explicando as intenções por trás de cada conto. Tentei não incluir suas impressões nas minhas impressões sobre os contos, mas as vezes é inevitável. De qualquer forma, vale mesmo é conferir por si. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> </div><p></p>Wilbur Dhttp://www.blogger.com/profile/14169224609583452236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1044925456328383130.post-61982519791941150352023-11-13T19:30:00.003-08:002023-11-13T19:30:00.138-08:00Resenha #311 Pecados Terrestres (Gerson Lodi-Ribeiro)<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhA5g0pwaV4LBVW1ALL-iq-lozCXQZc-odFxmEmAOgDMsNFuXSBIygxS4U-ks2dN0IlKMfdwoFRN1FNk0QQOfwaF_3O_XdwrL_hfR6NmtsUc3A-DdCZx4NMH7VbjRhb8ZNWn1FATPuhkm0wQgKFoAePNTS18nptX-OuJZMgAvvtuW2vI__1m_UxsLfoYOcs/s295/PECADOS_TERRESTRES.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="295" data-original-width="200" height="358" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhA5g0pwaV4LBVW1ALL-iq-lozCXQZc-odFxmEmAOgDMsNFuXSBIygxS4U-ks2dN0IlKMfdwoFRN1FNk0QQOfwaF_3O_XdwrL_hfR6NmtsUc3A-DdCZx4NMH7VbjRhb8ZNWn1FATPuhkm0wQgKFoAePNTS18nptX-OuJZMgAvvtuW2vI__1m_UxsLfoYOcs/w243-h358/PECADOS_TERRESTRES.jpg" width="243" /></a></div></div></div></div></div><p></p><div style="text-align: justify;"><i>Pecados Terrestres </i>do Gerson Lodi-Ribeiro é o primeiro romance que leio deste autor. Um pecado que estou começado a corrigir agora. Já havia lido muitos contos e noveletas presentes nas antologias da Editora Draco como vocês podem conferir no blogue. O livro é parte da série Dragão Mecânico, uma coleção de luxo com uma amostra do que a ficção científica brasileira pode fazer de bom. Este é o terceiro (de seis) romance da série que li, mas o primeiro na ordem de publicação. Vamos a história:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Acompanhamos uma Terra do futuro, que está em estado de degradação, pelos olhos de Ricardo Mendonça, filho mais velho de uma família tradicional do Rio de Janeiro. Uma das últimas que insistiram em permanecer na Terra. Acompanhamos a rotina de um garoto que gosta de jogar bola e andar com os amigos, aturar os irmãos que sem aviso tem sua vida balançada junto com o destino inevitável do planeta. É uma história de amadurecimento, tanto de um jovem rapaz, quando da humanidade que se modifica tanto no corpo quanto na mente, sem que haja tempo para digerir as mudanças. O autor deixa isso muito evidente para mim, durante a leitura que quando o personagem tem todas as ferramentas para amadurecer, o romance termina deixando uma tremenda vontade de saber como vai ser essa vida e que destino os outros personagens tiveram.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Além da leitura ser tranquila, informativa e gostosa de ler, tal como os contos, apreciei especialmente aqui como o autor conseguiu imprimir um cenário ao mesmo tempo cheio de tecnologia com um ar decadente, sem parecer com um futuro Ala Mad Max. O livro não faz parte de nenhum dos mundos criados pelo autor já publicado, diferente de como eu supus ao terminar o livro, mas o livro pede uma maior exploração em outros romances e/ou contos. Aguardemos! </div><p></p>Wilbur Dhttp://www.blogger.com/profile/14169224609583452236noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1044925456328383130.post-3129896024812808692023-11-06T19:30:00.061-08:002023-11-06T19:30:00.529-08:00Resenha #310 Tecnodreams (Isaque Sagara)<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhl4QJL_BE1lclfsLwsxNYhFPpyrIgD6OnZUsy0xpyFGlm5ZnFlM8rTt2ZRIrYBN1okclLuSK2hz3PjPEpR9ibKQDY2nIA4PMPaXuamnidyXJu8eXin3-09T_BSs528skH_-nrb33hvk80JIOLUffBVoJMZyi0zEAAaISxEy1U3flZA5OgY3OKMYobj6w/s293/TECNODREAMS.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="293" data-original-width="200" height="366" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhl4QJL_BE1lclfsLwsxNYhFPpyrIgD6OnZUsy0xpyFGlm5ZnFlM8rTt2ZRIrYBN1okclLuSK2hz3PjPEpR9ibKQDY2nIA4PMPaXuamnidyXJu8eXin3-09T_BSs528skH_-nrb33hvk80JIOLUffBVoJMZyi0zEAAaISxEy1U3flZA5OgY3OKMYobj6w/w250-h366/TECNODREAMS.jpg" width="250" /></a></div></div></div></div></div></div><p></p><div style="text-align: justify;"><i>Tecnodreams</i> é uma HQ de Isaque Sagara parte do Selo Negro Geek da Ultimato do Bacon editora. É uma história completa de Ficção Científica que foi lançada com sucesso via Catarse, mas que fui conhecer apenas quando comprei na 5ª Gibifest em Alvorada/RS. A pegada cyberpunk com toques philipkdickianos me atraiu imediatamente e a leitura não decepcionou minhas expectativas. É uma daquelas histórias que nos deixa com aquele nó sobre o que é real e o que não é, como nosso profeta louco Philip K. Dick nos ensinou. Tudo isso com uma pegada brasileira contando a historia de duas mulheres: Cida, uma mulher negra da periferia que trabalha como empregada doméstica na casa de Viviane, uma mulher muito insegura no casamento. Enquanto Cida deseja a vida de Viviane mas ao mesmo tempo odeia como é tratada, Viviane destrata Cida pois desconfia que ela é amante de seu marido. Cida é assediada pelo marido de Viviane, e também pelas propagandas praticamente onipresentes da Tecnodreams, que oferecem uma fuga temporária para ela, mas não se pode fugir de quem você é.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O final é maravilhoso. A escolha por ser um final aberto mas abrangente em interpretações foi muito bem construído. É uma história que fala com nossa realidade. Da classe média com fetiche escravista da empregada doméstica, mostra o lado mais escroto do Brasil, que conhecemos bem, mas facilmente esquecemos que fora do Brasil é muito incomum a figura da empregada doméstica fazendo coisas que qualquer pessoa pode fazer sozinho em casa. Confesso que o que me pegou nessa revista é o "História Completa" na capa, pois não gosto do modelo mais comum de publicação de HQs, mas no fim fui premiado com uma história que se completa de muitas maneiras na minha cabeça. Espero que venham mais publicações do selo Negrogeek!</div><p></p>Wilbur Dhttp://www.blogger.com/profile/14169224609583452236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1044925456328383130.post-36582085512093791042023-10-30T20:30:00.093-07:002023-10-30T20:30:00.150-07:00Resenha #309 A mão que cria (Octávio Aragão)<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidNru3f5Lddl0kYX9OEkkGDeZiXpFxCWSKkiRFOnbkseOSbMePfvQ2aw4OOUmvQEzgHDDZ-T1JW2uLIHmrmM0qWarSuXoygTDmCrmDuDwwH-kajszDDIe6EmHhuczxUE3TfmGPor1UcZmqlR8YcQzGD_H4D0VJTM-VAnyx5bW093RZayLOn-cqwhDIzw/s300/A_MAO_QUE_CRIA.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="200" height="358" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidNru3f5Lddl0kYX9OEkkGDeZiXpFxCWSKkiRFOnbkseOSbMePfvQ2aw4OOUmvQEzgHDDZ-T1JW2uLIHmrmM0qWarSuXoygTDmCrmDuDwwH-kajszDDIe6EmHhuczxUE3TfmGPor1UcZmqlR8YcQzGD_H4D0VJTM-VAnyx5bW093RZayLOn-cqwhDIzw/w238-h358/A_MAO_QUE_CRIA.jpg" width="238" /></a></div></div></div></div></div><p></p><div style="text-align: justify;"><i>A mão que cria</i> é um romance de Octávio Aragão, autor experiente na escrita de ficção científica mais conhecido pela sua série Intempol. Contudo, este é a primeiro romance que li do autor. Esta é uma das últimas obras da pilha de livros steampunks que tinha separado para me preparar para organizar a antologia Outros Brasis da Ficção a Vapor. Tudo isso para descobrir (depois que já havia comprado) que a obra de 2006 não é steampunk, mas dieselpunk (até porque o primeiro livro steampunk brasileiro é Baronato de Shoah do Oghan N'thanda.). Isso já explica porque ficou por último, mas no fim das contas, acabaria entrando no meu radar de qualquer forma, então vamos a ela.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A narrativa é fragmentada no tempo e os personagens que se cruzam o tempo todo, mas acredito que a centralidade acaba sendo a rivalidade entre Lours e um ser misterioso chamado O Ariano (fica bastante óbvio em sua primeira aparição ser o monstro da obra Frankenstein). Neste mundo temos uma história alternativa onde a França e a Alemanha acendem como potências por dois motivos. Na França, Jules Verne (aqui Prefeito de Paris, depois Presidente da França) levam ao desenvolvimento de homens modificados com genética de golfinhos, tornando superdesenvolvidos mas segregados racialmente, a ponto de ganharem um Estado como foi feito com Israel, chamado Lemúria. Lours é o líder desses homens golfinhos que impediram o a tomada da França pelo 3º Reich. Na Alemanha, O Ariano é quem esteve nos bastidores da ascensão de Hitler e do 3º Reich e criou tropas de mortos-vivos que quase tomaram a França. É nesse clima de guerra, tanto antes quanto depois da Segunda Guerra Mundial, que acompanhamos uma série de eventos que envolvem diretamente ao menos um desses personagens, quando não é narrado pelos próprios.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O grande atrativo é toda a estrutura e História deste mundo alternativo. Digo História, no sentido de emular um conhecimento de um processo político e econômico deste mundo imaginado. Tudo ficou muito convincente e empolgante de acompanhar e desvendar. O que senti mais falta foi de um aprofundamento na personalidade dos personagens pois suas limitações eram basicamente os seus objetivos. Com exceção do trecho que acompanha uma expedição a cratera de meteoro sobre Tunguska em 1908, onde o grupo de viajantes teve um bom desenvolvimento, os demais personagens são psicologicamente simples demais. Lours, por exemplo, tem um temperamento muito difícil por conta de suas mutações mas não difere essencialmente de um cara brigão e muito mal humorado. Contudo, para quem curte muita ação e imaginar processos históricos alternativos, temos um prato cheio e acredito que justamente por isso, a narrativa fragmentada não ajuda muito. O saldo geral é bom!</div><p></p>Wilbur Dhttp://www.blogger.com/profile/14169224609583452236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1044925456328383130.post-11143365014445443682023-10-23T20:30:00.070-07:002023-10-23T20:30:00.150-07:00Resenha #308 Paradoxo de Theséus (Alexey Dodsworth)<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEii-4YosKWfSFhIav-lUat5OvLdNj5ZYnCTs1GNGeqTcaZt7hRSRxYlLAiSTMCdnXRjaV44qKP6CIw1Wj1vBSl-dpwYz6lBKnKfqzBpwmx5pvA4t8nGDUNNZ1jC5uAkxIV8EJ6KTEOeQjdPpj1-_3of-XkH6PO6wCEiwaQHd9QCeQPf3k0v5DTFbcElVQ/s261/PARADOXO_DE_THESEUS.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="261" data-original-width="200" height="261" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEii-4YosKWfSFhIav-lUat5OvLdNj5ZYnCTs1GNGeqTcaZt7hRSRxYlLAiSTMCdnXRjaV44qKP6CIw1Wj1vBSl-dpwYz6lBKnKfqzBpwmx5pvA4t8nGDUNNZ1jC5uAkxIV8EJ6KTEOeQjdPpj1-_3of-XkH6PO6wCEiwaQHd9QCeQPf3k0v5DTFbcElVQ/s1600/PARADOXO_DE_THESEUS.jpg" width="200" /></a></div></div></div></div><p></p><div style="text-align: justify;"><i>Paradoxo de Theséus</i> do Alexey Dosdworth é o segundo livro que li da coleção Dragão Mecânico da Editora Draco. É uma coleção com livros curtos com 126 páginas. É muito bom voltar a ler outro livro do Alexey que nos brinda com histórias com uma ciência muito apurada e inventiva, mas sem perder de vista qualidades literárias que tornam suas obras muito divertidas de ler. Difícil não sair entretido com seus livros e aqui não foi diferente. E antes de falar da história, quero decretar quem não se encantou com a pureza de Ângelo, não tem coração.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Vamos a história. Estamos em 2071 e acompanhamos o cientista brasileiro Thomas Rocco, em sua vida de exilado de um governo anticientífico fundamentalista religioso em Utreque, na Holanda, onde está desenvolvendo um projeto científico Basilisco, que pretendia reunir várias mentes científicas reconhecidas, de várias áreas do conhecimento para uma única inteligência artificial. Alexey não esconde, nas primeiras páginas que o projeto devastou a cidade de Utreque e que, antes disso Rocco teve um terrível revés numa entrevista sobre o projeto. A forma de polarização entre os cientístas e os conservadores humanistas e, também os militantes da defesa da vida animal se cruzam numa configuração que acompanha o avanço tecnológico. Tal como tem estado em debate, com autores como Yuval Harari, que já abordamos no blogue.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O que a habilidade do autor nos mostra é que o que importa, na verdade é o como essas coisas acontecem. Temos uma boa quantidade de revelações e surpresas em um romance curto o que torna a leitura cheia de movimentação. Um romance muito gostoso de ler, que aborda alguns conceitos complicados mas que na voz do autor se tornam de entendimento muito fluido. </div><p></p>Wilbur Dhttp://www.blogger.com/profile/14169224609583452236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1044925456328383130.post-53589042181937639232023-10-16T20:30:00.116-07:002023-10-16T20:30:00.154-07:00Resenha #307 Oceano dos Mil Deuses (J. M. Beraldo)<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg54DA4t9bNZZk5hnWh6SOStCgS2y-03zLiNcmJ8mUnWdbCzKnJkYI_CvEo5Y6C4-K6Z7ugH1SHdjHeGcYewEnWLFYefypwdjhET7qVCRzfkGjyzKD2SLDhqMTf3oLABoL147yqYni0tmchZQSq0iDjCdtLC1U7JvXE-hSFYhOIXYRahMu6CZV0obTCAw/s295/OCEANO_DOS_MIL_DEUSES.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="295" data-original-width="200" height="295" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg54DA4t9bNZZk5hnWh6SOStCgS2y-03zLiNcmJ8mUnWdbCzKnJkYI_CvEo5Y6C4-K6Z7ugH1SHdjHeGcYewEnWLFYefypwdjhET7qVCRzfkGjyzKD2SLDhqMTf3oLABoL147yqYni0tmchZQSq0iDjCdtLC1U7JvXE-hSFYhOIXYRahMu6CZV0obTCAw/s1600/OCEANO_DOS_MIL_DEUSES.jpg" width="200" /></a></div></div></div><p></p><div style="text-align: justify;">Oceano dos Mil Deuses do J. M. Beraldo foi o fim (até então) de uma jornada pelo mundo da <a href="http://wilburdcontos.blogspot.com/search/label/S%C3%A9rie%3A%20Reinos%20Eternos" target="_blank">Série Reinos Eternos</a> que ele criou. Quero falar sobre este livro, mas é impossível seguir sem mencionar essa série de três romances que nos submerge em três continentes diferentes (Império de Diamante, Último Refúgio e <a href="http://wilburdcontos.blogspot.com/2022/11/resenha-260-sombras-e-ecos-jm-beraldo.html" target="_blank">Sombras e Ecos</a>). Uma viagem cultural abordando a questão de refugiados, escaramuças políticas e religiosas, e ação de qualidade. Me surpreendi com o autor como contista, nem sempre bons romancistas dominam o conto. O que me puxou pela obra foi voltar a série mesmo que numa publicação curta. Só tinha lido os romances e achei que ele se saiu melhor no conto, mesmo adorando os romances (estamos nivelando pelo alto aqui)</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Os contos exploram algumas passagens que se passam entre os romances da série, fornecendo algumas respostas para algumas lacunas, mas antes de mais nada, principalmente nos divertindo com boas histórias, passadas em pontos não explorados no mundo criado pelo autor. Aliás, este mundo é de uma riqueza e diversidade exuberantes. Dá gosto explorar e conhecer os locais com suas manifestações religiosas e politicas, carregadas de mágica e violência, mas sem ficar pesado. Há um humor bem dosado e bem vindo em meio a estranheza que as culturas desses povos geram, tanto em nós quanto nos personagens.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Sobre os contos, dos cinco, três são protagonizados por Kasim. No primeiro, <i>A Voz de G'ganch,</i> ele é contratado para levar dois homens a uma ilha onde vive uma tribo que fornece misteriosas e caríssimas frutas, mas que enfrenta uma diminuição repentina no fornecimento do produto. Obviamente, há um mistério muito bacana de se acompanhar sobre o que se passa realmente nessa ilha. No segundo, <i>Barracuda e a máquina misteriosa</i>, acompanhamos a capitã Kayra que lidera com frieza e crueldade o barco Barracuda Negra e vê uma oportunidade de enriquecimento quando se depara com uma máquina complexa e engenhosa. O final foi cruel e de tirar um riso do rosto, pela forma como foi contado. No terceiro conto, <i>De sonhos e pesadelos</i>, voltamos com Kasim que faz escolta a um barco, mas os planos quanto a missão mudam quando o barco é invadido por um cardume de criaturas peixe carnívoros que exigem um quarto dos passageiros como pedágio e apenas Kasim tem experiência prévia com esta raça em <a href="http://wilburdcontos.blogspot.com/2019/07/resenha-99-ultimo-refugio-j-m-beraldo.html" target="_blank">Último Refúgio</a>.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em<i> O Escolhido</i>, Kasim faz dupla com Anton e recebe a missão de assassinar um alvo que comanda um culto, porém o homem que havia matado era um impostor. Ugarte, o contratante, designa um novo alvo mas os assassinos temem que foram enganados. Conto com muita ação e sanguinolência, com um desfecho muito satisfatório. Por fim, Taniwha se passa na Ilha de Ibukun onde uma jovem cientista de Niparsha, (cidade que aparece no livro em inglês do autor) é resgatada por um enviado de sua terra natal junto de um certo mercenário de Myambe. Eles embarcam numa jornada em que o humanismo e o ceticismo de Aghata são colocados em dúvida pela fé de um garoto prestes a morrer.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div>Os contos são bem divertidos. Leria um livro de 1000 páginas, com essa pegada, sem me cansar. Porém, infelizmente ele só tem 100. E não sei quando o autor vai retornar a esse universo, mas quando acontecer estarei pronto para uma nova aventura. Considero esse livro uma nova possibilidade de começar a ler a série, pois acho que se o leitor não quiser começar com "Império de Diamante" pode começar com este livro pequeno mas muito gostoso de ler, sem prejuízo ao entendimento dos livros da série!</div></div><p></p>Wilbur Dhttp://www.blogger.com/profile/14169224609583452236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1044925456328383130.post-415025078095316512023-10-09T20:30:00.118-07:002023-10-09T20:30:00.154-07:00Resenha #306 Mestre das Marés (Roberto de Souza Causo)<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkZE7MPbB1T7nD3vNvCEf9vbePPV-uPq-Wggmdhe40EB9Rq_bEXkK6XRClUtljnPne8ZNYoOqVQFwG3Yyi_oYFN_acu2tl0kOASCj5nVw4xY5VoZVHwI7z1zDIhX4X1pn4NMqH1CBs2dSTfem20zUYEN_tp_kkFfLEam_iIBDP8SlsyOfCgPedSrAn7g/s308/MESTRE%20DAS%20MAR%C3%89S.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="308" data-original-width="200" height="308" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkZE7MPbB1T7nD3vNvCEf9vbePPV-uPq-Wggmdhe40EB9Rq_bEXkK6XRClUtljnPne8ZNYoOqVQFwG3Yyi_oYFN_acu2tl0kOASCj5nVw4xY5VoZVHwI7z1zDIhX4X1pn4NMqH1CBs2dSTfem20zUYEN_tp_kkFfLEam_iIBDP8SlsyOfCgPedSrAn7g/s1600/MESTRE%20DAS%20MAR%C3%89S.jpg" width="200" /></a></div></div><p></p><div style="text-align: justify;"><i>Mestre das Marés</i> é uma sequência direta de Glória Sombria, e faz parte do Universo GalAxis, que o Roberto Causo vem publicando há 15 anos. Além desses dois romances, existem vários contos e que incluem a saga da assassina Shiroma. Em <i>Mestre das Marés</i> temos a segunda missão do capitão Jonas Peregrino dos Jaguares do 28º GARP que tem a missão principal combater os tadais, uma misteriosa presença no espaço que comanda naves robôs com o único (aparente) propósito de matar.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A historia começa quando o 28º está investigando a presença de tadais quando é chamado em uma missão de resgate de uma estação científica perto de um buraco negro chamado pelos aliados do Povo de Riv de Agu-Du'svarah ou Firedrake para os pesquisadores. A presença de um artefato com tecnologia superior a da humanidade no século 25 é o que atraiu tanto as forças da Esquadra da Latinoamerica quanto dos tadais. Por trás de um resgate relativamente simples, as peças de um jogo que envolve conhecimento estratégico, potências humanas da Terra e as raças que coabitam com os humanos na área de alcance da colonização terrestre.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O que chama a atenção é a imersão que o autor proporciona com um uso e tratamento dos jargões militares. Diferente do que nos acostumamos com os filmes americanos, não há aquele clima de piadas de quem tenta usar o humor para mascarar o fato de que podem morrer a qualquer momento. Peregrino é um oficial com uma longa carreira, que apesar de saber que pode, de fato, morrer a qualquer momento, tem uma missão longa no comando do 28º GARP e tem a mente mais preparada e enfrenta desafios correspondentes a seu preparo e experiência de vida. Em outras palavras, são militares sérios e dão o peso que uma space ópera precisa para ser levado a sério. Há muita ciência, exposta de forma prática (como um militar faria) e tem cenas de ação muito boas, mas sem operações impossíveis e inconsequentes. Alias, as consequências dos atos dos militares é um tema que foi abordado em Glória Sombria, que continua repercutindo no segundo livro, afinal há um inquérito abordando os eventos finais do primeiro livro. Em paralelo, temos a história narrada em primeira pessoa pela jornalista Camila Lopes, a quem foi encomendada uma reportagem sobre a personalidade do Capitão Peregrino, com intuito de destruir sua imagem. Linha narrativa que daria, por si uma noveleta excelente, explorando um ponto de vista externo ao protagonista. Outro paralelismo bacana é com a viagem de Dante ao inferno, pois um planeta atingido pela energia de um buraco negro, despido de sua atmosfera, é facilmente associável ao inferno. Inclusive, Peregrino relembra em vários momentos de alguns trechos da obra.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mestre das Marés, felizmente não termina a saga de Peregrino nesta fase como capitão de sua frota de naves espaciais. O livro é um prato cheio para quem gosta de space opera e ficção científica militar, mas recomendo ler antes <a href="http://wilburdcontos.blogspot.com/2020/08/resenha-144-gloria-sobria-roberto-de.html" target="_blank">Glória Sombria</a>, mas não obrigatoriamente os contos do personagem para entender melhor esta obra.</div><p></p>Wilbur Dhttp://www.blogger.com/profile/14169224609583452236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1044925456328383130.post-30892684833155391112023-10-02T20:30:00.036-07:002023-10-02T20:30:00.163-07:00Resenha #305 Zine Book (Denilson Reis)<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUrGgcab2ZScAZYCtfxWejqgqprzS0DE8mqIb2DpUZNrACBSm5dcx_PI3qwhH6nNLetxhOwIOlHOVVZcYuNCZ-nbMnyGlH0m12y2urJw04SkBNfePOWRKcNczp0XxUeWKRIdoEfCeEHBj6G2X5UKT_mvIiKoJ0fVvgcouq5Z1gLaOVVKBvezf4DoSFwQ/s455/zinebook-01.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="455" data-original-width="353" height="448" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUrGgcab2ZScAZYCtfxWejqgqprzS0DE8mqIb2DpUZNrACBSm5dcx_PI3qwhH6nNLetxhOwIOlHOVVZcYuNCZ-nbMnyGlH0m12y2urJw04SkBNfePOWRKcNczp0XxUeWKRIdoEfCeEHBj6G2X5UKT_mvIiKoJ0fVvgcouq5Z1gLaOVVKBvezf4DoSFwQ/w347-h448/zinebook-01.jpg" width="347" /></a></div><p></p><div style="text-align: justify;">Olá pessoal! Essa semana quero falar sobre o Zine Book do Denilson Reis. E o que seria um zinebook? Basicamente é um compêndio de várias publicações de um fanzineiro, editor de revistas independentes, feitas por quem é fã dequadrinhos. E Denílson Reis é com certeza um dos mais conceituados e experientes fanzineiros do Brasil. Sua publicação principal Tchê! já tem mais de 30 anos, além da Conanzine e de publicações em conjunto com outros fãs das HQs. Essa coleção traz um compilado das aparições de seus personagens ora escritos por ele, ora escritos por outros artistas, em um formato grande e em papel grosso, que é bastante incomum para material independente, mas aqui é uma edição especial de luxo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nem cabe listar todas as histórias, pois muitas já apareceram nos zines do editor que já resenhei aqui no blogue. A fanzine <a href="http://wilburdcontos.blogspot.com/search/label/Quadrante%20Sul" target="_blank">Quadrante Sul</a> e a revista do <a href="http://wilburdcontos.blogspot.com/search/label/Peryc%20-%20O%20Mercen%C3%A1rio" target="_blank">Peryc</a> mas posso comentar que a arte da primeira página arte é uma das que mais gostei do Peryc, pois é a história onde ele aparece mais violento e brutal, na Peryc volume 3. O grande atrativo do livro é a qualidade do material impresso, em tamanho 21x28 e uma gramatura mais pesada. A leitura e principalmente a releitura das histórias vale muito a pena pelo tamanho maior que permite ver as imagens e os traços com mais detalhes. Espero que um dia saia o volume dois, pois conteúdo tem!</div><p></p>Wilbur Dhttp://www.blogger.com/profile/14169224609583452236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1044925456328383130.post-29658769293161747962023-09-25T20:30:00.000-07:002023-09-25T20:30:00.146-07:00Resenha #304 A Batalha dos Aflitos, Contos de Nordara (Oghan N'thanda)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMPrLFQ15mAZKfbGqkSBj48WREEhx0Mm_WZDfT4tyk0iy8N-wm7uYBRKgKE_P6xBLbr5GtnAFKz7UrcB1kPI6Y_J7MSBpZaZovdTqCsEa2x6qP_vOvjNBaUEYG41D0sYyLHIfNoLD3NaYEZHjSt1qqRwZ40B93giQbJWAx8UCHCk7WcjOrHkmVigvU7A/s319/A_BATALHA_DOS_AFLITOS.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="319" data-original-width="200" height="531" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMPrLFQ15mAZKfbGqkSBj48WREEhx0Mm_WZDfT4tyk0iy8N-wm7uYBRKgKE_P6xBLbr5GtnAFKz7UrcB1kPI6Y_J7MSBpZaZovdTqCsEa2x6qP_vOvjNBaUEYG41D0sYyLHIfNoLD3NaYEZHjSt1qqRwZ40B93giQbJWAx8UCHCk7WcjOrHkmVigvU7A/w333-h531/A_BATALHA_DOS_AFLITOS.jpg" width="333" /></a></div></div></div></div></div></div></div></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><span style="font-family: trebuchet; text-align: justify;"><div style="text-align: justify;"><i>A Batalha dos Aflitos </i>de Oghan N'thanda, é o primeiro conto que li da série Contos de Nordara, uma série de contos que o autor lançou envolvendo seu mundo abordado na série de romances Baronato de Shoah, o primeiro romance stempunk brasileiro. Aqui este mundo foi reformulado, depois de quase uma década sem uma continuação. Não por coincidência, o conto foi disponibilizado pelo autor justamente como um brinde para despertar a curiosidade sobre esse worldbuilding que o autor criou e recriou.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A história é simples e bem feita, não resumiria melhor que a própria apresentação do conto: "Cohen e Ryszard Dajjal são dois órfãos que trabalham como aprendizes de cozinheiro no Cenóbio de Ahator, o mosteiro onde é treinada a Kabalah, a elite do Quinto Império. Cohen recebe a chance de mudar sua vida, mas para isso deve deixar para trás tudo aquilo que ama e acredita, inclusive seu irmão, Ryszard. As decisões de Cohen colocam em risco sua vida e a de seu irmão, revelando uma ordem secreta infiltrada na elite e que tem como único objetivo destruí-la: a Qliphoth, a Árvore da Morte."</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O conto é muito bem sucedido em focar nos personagens, a relação dos irmãos e a formação do caráter do protagonista e deixar o mundo se apresentar paulatinamente a medida que os acontecimentos pedem, instigando a curiosidade e não fazendo uma descrição do mundo onde se passa a história. Conseguiu sua função, que era atiçar a curiosidade e me fazer querer adquirir outros contos para conhecer mais deste mundo.</div></span></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div>Wilbur Dhttp://www.blogger.com/profile/14169224609583452236noreply@blogger.com0