segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Resenha #348 Revista Mafagafo 3, Setembro. Corpo Estampado (Iris M. Fonseca)


Corpo Estampado é a noveleta da edição de Setembro/2020 da Revista Mafagafo. Se você acompanha este blogue já notou que minha ordem de leitura desta revista já abraçou o aleatório, mas um aleatório dentro do ano de 2020. Foi o primeiro ano em que a revista adotou este formato de contos muito bem produzidos em edições curtas mensais. Como baixei todas as edições de 2020 e joguei de uma vez só no meu Kindle estou lendo sem nenhuma ordem específica pois pretendo ler todos.

Este conto me chamou a atenção pelas onças pintadas na capa e ao começar a ler já confirmou minha suspeita, de que se tratava de uma história que brinca com a lenda da mulher que vira onça, lenda popular da região do pantanal e que ficou muito popular no resto do Brasil com a novela Pantanal. Contudo, as semelhanças param neste fenômeno, pois a história é outra pegada. Luiza é uma jovem mulher-onça (um metamorfo) que herdou esta habilidade das mulheres de sua família, sendo que elas se tornam suas mentoras nessa vida em que muitas vezes não é possível não se transformar. Gosto da abordagem do lado ruim de ter uma fera em si, que necessita matar, e fica irracional, como um lobisomem. A autora usa a condição de mulher-onça como uma forma de mostrar a união necessária entre mulheres independentes que precisam ser fortes para suportar as imposições de uma vida difícil, principalmente com as mulheres no interior. Um conto que explora bem a lenda e expande tanto no passado quando no futuro da protagonista. Muito bom!

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