sábado, 20 de fevereiro de 2016

Lista de desejos - Fevereiro/2016

Não está em ordem de mais desejado. 
Com a grana que tenho se conseguir algum darei vivas!

VALIS, Philip. K. Dick: Qualquer livro que falte na minha coleção do PKD, está automaticamente na minha lista. Além de VALIS, tem "Clãs da lua Alfa", "Os três estigmas de Palmer Eldrich", "Vozes da rua", "Homem duplo", "A espera do ano passado", "A penúltima verdade", "Espaço eletrônico", "Labirinto da Morte", "A invasão divina" e "A transmigração de Timothy Archer", além dos contos e das edições apenas lançadas em português PT.
Reconhecimento de Padrões, William Gibson: Ouvi dizer que este está bem melhor escrito que o clássico Neuromancer e começa uma nova trilogia. Também me interessa do autor Count Zero.

2001: Odisseia no espaço, Arthur C. Clarke: Reza a lenda que o filme é um dos poucos casos de filme melhor que o livro, mas isso não diminuiu minha vontade de ler esse livro. Se for bom como O fim da infância, tá valendo! Do meso autor me interessa o Encontro com Rama.

A mão esquerda da escuridão, Ursula K. Le Guin: Depois de ler Os Despossuídos e O Mundo de Roccanon, já sei que ela escreve muito bem e minha expectativa aumenta pelo livro ser o mais conhecido dela. Da autora, também me interessa os outros que se passam no mesmo universo que os já citados.
  




Piratas de dados, Bruce Sterling: É um dos autores clássicos do Cyberpunk e depois de ler o livro dele em conjunto com William Gibson (A Máquina Diferencial) acho que Bruce escreve melhor que Gibson.







Selva Brasil, Roberto de Sousa Causo: Recentemente tenho procurado alguma FC do Brasil (sobre o Brasil) e esse se é uma História Alternativa em que Jânio Quadros faz mais merda do que fez na nossa realidade.






Deuses de dois mundos, P. J. Pereira: Uma trilogia brasileira que fala do Brasil, Não é FC, mas Fantasia, mas a abordagem de uma mitologia relegada a marginalidade me interessa, principalmente para saber se a abordagem vai ficar bacana ou não.
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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Resenha #19 - A sombra vinda do tempo (H. P. Loverrcraft)

[SEM SPOILERS]
A sombra vinda do tempo é uma das últimas obras escritas pelo gênio da Literatura Fantástica H. P. Lovercraft. Nessa obra, usou a Ficção Cientifica para nos perturbar. 

A história
A narrativa se dá em forma de uma carta, como um legado, do Dr. Nathaniel Wingate Peaslee, que ficou "fora do ar" por cinco anos de sua vida e quando recobra a si começa a investigar os sonhos que ficaram em sua cabeça com a ajuda de seu filho Wingate. É uma trajetória que resume a vida pregressa e os motivos da expedição de escavação na Austrália onde ele aprofundará sua investigação até limites apavorantes.

Viagem no tempo
A grande sacada do livro é a viagem das consciências no tempo que Lovercraft constrói no livro de forma envolvente. As ciências e o pensamento científico tem um papel de porto seguro para o personagem principal não cair nas loucuras a qual a situação o submete e a forma de carta-depoimento favoreceu o suspense, pela forma como o conteúdo dos mistérios é revelado.

Considerações finais
O autor faz seu Horror com as incertezas do pensamento europeu que via na no progresso científico um chão sólido para pisar, apesar da Primeira Guerra Mundial já ter ocorrido. A leitura é rápida, mas o tom de relato de um cientista, (que escreve como cientista) promete compensar o tamanho do livro que exige atenção pelas frases longas. Porém a forma de relato potencializa o suspense da obra. 

Sobre a edição lida para a resenha: A Sombra Vinda do Tempo de H. P. Lovercraft, tem 117 páginas. A edição da Hedra traz um material extra muito bacana, como trechos de um desafio que acabou se transformando no livro que ficam após o texto principal. Também tem um artigo comentando o livro antes do texto principal, mas fica a recomendação de lê-lo apenas depois, uma vez que ele faz comentários que são melhor compreendidos após a leitura.
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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Resenha #18 - A cidade & a cidade (China Mieville)


[SEM SPOILERS]
A cidade & a cidade é uma mistura de Romance Policial com Ficção Cientifica, num estilo que o autor, China Mieville, chamou de New Weird. O estranhamento deste mundo vai se dissipando ao longo da obra e o diálogo que ela faz com nosso mundo mostra que ele é tão ou mais weird que as cidades onde se passam a história.
A história
Acompanhamos o inspetor Tyador Borlú que investiga o assassinato de uma misteriosa mulher na cidade de Beszél. Contudo, Borlú tem motivos para acreditar que o crime foi cometido na cidade vizinha de Ul Qoma. Ai que vem o grande atrativo da história: As cidades de Ul Qoma e Beszél ocupam o mesmo local geográfico. Existem áreas totais, exclusivas de cada cidade, e as áreas cruzadas, onde ambos os cidadãos podem passar porém não podem interagir. Também existe uma polícia especial que vigia e pune todos que atravessam ilegalmente as fronteiras imateriais entre Beszél e Ul Qoma chamada Brecha, e este é um crime considerado pior que o assassinato.
O leitor pode esperar ter respondida muitas questões da vida cotidiana que emergem de um cenário tão estranho quanto esse. Bórlu vai percorrer todos os mistérios do assassinato e das cidades e essa jornada é tão importante quanto a resolução da trama.
Muros invisíveis
A obra tem potencial de abrir o debate social e político ao tratar do tema das cidades. Dialoga com os limites nacionais bizarros de nosso mundo real, tendo em Beszél e Ul Qoma um pouco de cada mas trazendo algo imaginativo o suficiente para não associarmos imediatamente com nenhuma delas. Alguns exemplos são: Os checkpoints e as áreas compartilhadas de Israel e Palestina; As diferenças culturais das duas Alemanhas, que após a queda do Muro de Berlin, ainda guardam ressentimentos entre wesses e osses, ou seja, ainda existe muros invisíveis; e a África do sul que ainda não dissolveu os bantustões. Também podemos falar das grandes cidades como Rio de Janeiro e a divisão entre favela e asfalto, não seria um muro invisível como se fossem duas cidades?
O livro é narrado pelo Inspetor Bórlu e tem a qualidade literária inventiva do autor, pois é escrito como se fosse traduzido do Bész, a língua fictícia do personagem. Assim algumas coisas são traduzidas "errado" e outros termos tem de ser explicados pois só fazem sentido na realidade das duas cidades. 
Os personagens são interessantes, apesar do romance centrar-se mais na investigação e no cenário inusitado que cerca a obra. Borlú começa parecendo um típico funcionário público que deseja se livrar do caso abacaxi mas acaba ficando obcecado em resolver por ser o único capaz de fazê-lo, apesar da pressão cotidiana das cidades e o medo da Brecha apertando o cerco contra ele.
A obra faz, no trato com o cotidiano, um retrato de todas as cidades, o "desver" dos cidadão de Beszél e Ul Qoma não se torna complicado se andarmos no centro movimentado de qualquer grande cidade e olharmos com mais atenção. Um bom exercício de reflexão depois de ler A cidade & a cidade. 

Sobre a edição lida para a resenha:A cidade & a cidade, de China Mieville é a única edição deste livro no Brasil e saiu pela Boitempo em 2014 (286 p.). Está muito bonita e a arte da capa espetacular. A única coisa que estraga é o tamanho grande do autor e o pequeno do título, dá a impressão de que CHINA MIEVILLE é o título, porém seguiram as capas das edições inglesas que são assim também, o que fica estranho pois no Brasil pelo autor ser pouco conhecido. Contudo não julguem pela capa.
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terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Artes inspiradas em Neuromancer - Parte II

Confira imagens bacanas de artistas recentemente inspiraram-se no estilo cyberpunk de Neuromancer. Meses atrás, enquanto relia o livro para uma resenha, deixei umas imagens que buscavam caracterizar os personagens, agora fiz uma segunda parte com uma bela coleção de imagens que ilustram alguns conceitos trazidos no livro. Vale conferir. Clique na imagem para ver os detalhes. Se alguém gostar desta postagem vou trazer outra com visões da cidade, um importante elemento da estética cyberpunk
Accidental Disconnection de Lehanan no Deviant Art: Esta imagem captou a experiencia de conexão no ciberespaço como uma experiencia profunda.

Ilustração de MrBrown para o CGHub Neuromancer challenge. A proposta é parecida com a anterior, mostra a conexão do ciberespaço quebrada como em algumas partes no livro.

Entering Cyberspace by Undercurrent-32 on Deviant Art. Bela oposição entre o humano e a máquina, no momento da conexão, um dos pilares do cyberpunk.

Ilustração de marzie_e para o CGHub Neuromancer challenge.

Citação de Neuromancer, de cocco91 no Deviant Art. 

Screaming Fist de Maxim-Lysak no Deviant Art. Aqui o artista captou o desespero do personagem Armitage com o fracasso de uma operação militar que viria a traumatizá-lo.

ICE por BrunoSilva no CG Hub (clique nela para ver melhor). O artista representou o objeto que no ciberespaço da Matrix, atua como proteção para bancos de dados.

Wintermute de scatyricon no Deviant Art: O artista reproduziu o wintermute, a inteligência artificial da familia Tesser-Ashpool.

Fonte: io9
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sábado, 6 de fevereiro de 2016

Resenha #17 - As Crônicas Marcianas (Ray Bradbury)

[SEM SPOILERS]
As crônicas Marcianas são um apanhado de pequenos contos que o autor publicou em revistas pulp entre 1946-58, posteriormente agrupadas e publicadas de forma que juntas constituem uma narrativa linear. Uma visão cotidiana da grande jornada humana colonizando Marte, pelos humanos e também pela visão dos marcianos.

A história
O que liga todos os contos é a colonização humana em Marte. Somos apresentados a diversas histórias que vão desde as primeiras expedições, passando pelas ondas migratórias até seu melancólico desfecho. Nesse meio tempo temos o encontro de um padre com esferas de luz nativas, um casal que reencontra vivo o filho que havia falecido a muitos anos, os sonhos de uma marciana, entre outras histórias.

Epopeia no cotidiano e a solidão
A grandiosidade de um evento como a colonização de um outro planeta é maravilhosamente colocada ao pano de fundo pela visão cotidiana dos homens. Apesar de trazer o ponto de vista alguns marcianos, todos são muito humanos, isso fica evidente já no segundo conto. 
As relações conflitantes com os marcianos beberam muito da colonização das Américas pela violência e preconceito no início e depois nas visões de cidades vazias - marcas de uma cultura desconhecida e perdida - que os personagens são expostos quando percorrem o planeta. As cidades dos humanos também são vislumbradas vazias em certas partes, pois algo que perpassa o livro todo é a solidão, são jornadas solitárias contatas, chegando ao cúmulo do conto que o personagem principal é uma casa vazia. 
O temor da bomba atômica, muito presente naquele período, se faz presente numa critica melancólica e embala as reflexões finais da obra.

Considerações finais
A prosa de Bradbury é algo que se destaca dos outros escritores da Ficção Cientifica por ser muito acima da média. Obviamente, do ponto de vista científico os detalhes técnicos estão muito datados, pelo simles fato de sabermos não existir vida parecida com a nossa e isso faz o livro parecer, a olhos atuais, uma paródia de uma colonização, mas o elemento humano conserva atual hoje e, provavelmente, por muito tempo ainda.

Sobre a edição lida para a resenha: As Crônicas Marcianas de Ray Bradbury. Escritas entre 1946 e 1958, e compiladas posteriormente. A edição lida para esta resenha foi publicada pela Francisco Alves em 1980 e possui 210 páginas. É possível achar essa versão com relativa facilidade em sebos. 
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