segunda-feira, 26 de junho de 2023

Resenha #291 As crias de Hastur, A Irmandade do Olho do Corvo, Livro 1 (A. Z. Cordenonzi)


"As Crias de Hastur: A Irmandade do Olho do Corvo (Livro 1)" é o primeiro livro de aventuras demoníacas do Padre, que promete ser uma série de pequenos livros com historias curtas para um romance. Acompanhamos o Padre, em uma narrativa em primeira pessoa, quando ele é convocado pela misteriosa Madame "Gelo" Dryer para liderar em campo a Irmandade do Olho do Corvo. Uma espécie de agência que tem em comum seres como o próprio Padre. Combatentes do mal em sua forma sobrenatural. Povoam este mundo vampiros e demônios e outros males ainda não explorados pelo autor. Na equipe, temos uma princesa árabe, mortalmente mal humorada e em combate com espadas também; o filho negro de Lovercraft; Um golem praticamente indestrutível entre outros.

A narrativa em primeira pessoa, acompanhando sempre o Padre foi uma excelente sacada do autor. Por sua visão de mundo sarcástica e divertida, nos apegamos aos personagens e a leitura das 111 páginas passam como se fossem apenas 11. Durante a obra acompanhamos três momentos principais. O primeiro é uma pequena aventura solo do Padre em um vilarejo assolado por vampiros, onde podemos ver como o Padre trabalha e como pensa. O segundo quando é recrutado e conhece seu time e tem que descobrir como vai se tornar o líder que se espera dele. Por último, o primeiro chamado da Irmandade, com seu novo líder em campo quando são deslocados até Chinatown de Nova Iorque onde uma sacerdote chinesa foi possuída por um demônio exatamente no lugar que deveria ser o mais seguro contra ameaças do mundo espiritual, que é seu próprio centro religioso. A investigação vai levar a trupe a muita pancadaria, sangue e conflitos de gangues de artistas marciais, mercenários e figurões do crime. Em resumo, uma leitura divertida e gostosa de acompanhar e um mundo muito instigante que pede uma coleção com vários volumes para acompanhar. Já quero ler o segundo volume!
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segunda-feira, 19 de junho de 2023

Resenha #290 As Brigadas Fantasma (John Scalzi)


"As Brigadas Fantasma" é a sequência de "A Guerra do Velho". Se você não leu o primeiro livro, sinceramente: dê o fora daqui, vá ler e depois volte aqui, se quiser. Digo isso, porque o definitivamente primeiro livro merece uma leitura com o mínimo de informação possível. E acredito que o segundo também. Isso acaba sendo uma recomendação de ler qualquer resenha do segundo livro também, pois As Brigadas Fantasma tem muitas surpresas simples mas muito gostosas de acompanhar e descobrir lendo. John Scalzi mantém o ritmo e o estilo ágil caracteristico da saga d'A Guerra do Velho buscando surpreender o leitor com essa visão de mundo militarizada que encanta e entristece ao mesmo tempo, sem perder a ironia e a leveza em momentos que poderiam ser densos. Afinal, Scalzi nunca perde a prioridade do livro que é divertir.

Acompanhamos o soldados das Forças Especiais Jared Dirac, um soldado criado a partir de uma consciência de uma pessoa morta, como quem já leu o primeiro livro, deve se lembrar. Revemos a tenente Jane Sagan e o comandante Szlilard, mas desta vez acompanhamos as Forças Especiais por dentro, junto com Dirac que carrega em si a consciência de um traidor, Charles Boutain. Seu crime: trair a raça humana em uma guerra, contra uma aliança composta por três raças contra a humanidade. E nem estamos falando da raça consu, a mais poderosa e avançada tecnologicamente do universo conhecido.

Uma vez que você está aqui, ou já leu o livro ou ignorou meu conselho, seguirei falando com o mínimos de revelações possíveis. O que costuma imperar em sequências (principalmente as cinematográficas) é a falta de criatividade, onde o lugar comum é repetir o tipo de ameaça tornando a maior. Nesta sequência, não deixa de ter um pouco disso. Temos um problema mais grave, ainda dentro da mesma guerra generalizada entre várias raças além da humana, afinal trata-se de um conluio de três raças inimigas; e um herói maior e melhor, uma vez que acompanhamos um soldado das forças especiais da União Colonial. Contudo, a própria origem dessas forças especiais e do soldado Dirac em si é bem utilizada para alavancar a trama. Conhecemos o herói que é feito com partes do vilão, e a busca do soldado Dirac para saber quem ele é, torna-se ao mesmo tempo o desenvolvimento de ambos os personagens. Como já dito, temos várias considerações sobre a mente humana, a consciência e a velha pergunta d'O que é um ser humano? que vão além da mera desconfiança sobre sua lealdade e tudo de uma forma leve, em um ritmo cinematográfico. É uma leitura ágil e você vai sentir as mais de 350 páginas passarem como se fossem 100. Recomendado!

Aliás, mal posso esperar por uma versão live action das historias dessa série, pois quem sabe assim, lançam o quarto volume do livro em português. Até lá terei que me contentar com o próximo A Última Colônia.
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segunda-feira, 12 de junho de 2023

Resenha #289 Periféricos (Wiliam Gibson)


"Periféricos" é a volta de William Gibson a ficção científica depois da trilogia Blue Ant, que se passava no presente, abordando as tecnologias informacionais que se concretizaram desde suas visões no inicio dos anos 1980, mas agora um dos pais do Cyberpunk e do Steampunk retorna a falar sobre o futuro outra vez, e novamente em uma trilogia. 

Acompanhamos Flynne Fischer, uma jovem que vive no interior do Texas, que trabalha duro para comprar remédios caros para a mãe. Seu irmão Burton, é um veterano de guerra, que faz bicos em jogos profissionais na rede e tudo começa quando Flynne assume os controles de Burton, para um serviço que prometia pagar bem. Ela usa um novo acessório totalmente imersivo e logo presencia um assassinato. Depois ela é abordada por Wilf Netherton que a informa que o que ela viu não era um jogo, mas algo bem real e do futuro. Então Flynne e sua família e amigos são perseguidos por assassinos pagos por um financiador anônimo mas são ajudados por Wilf e os familiares de Daedra West, a mulher assassinada.

Neste mundo a viagem no tempo acontece apenas na forma de dados e as pessoas acessam através de periféricos que emulam a presença de Flynne na Londres do futuro e de Wilf nos EUA do passado. A interferência maior porém é do dinheiro que passa a fluir aos rios na pequena cidade de Flynne. Uma alegoria muito fina e bem feita da interferência dos grandes centros econômicos em países pobres, sem a necessidade desses milionários se deslocar para lá, lembrando que Wilf é apenas representante informal dos caras da grana.

Quando ao desenrolar dos acontecimentos, temos um livro mais divertido que a maioria dos livros do autor. Sua escrita mantém sua característica de jogar o leitor no mundo, sem avisar de suas estranhezas para depois inserir falas explicando tudo. Funciona comigo, como leitor, ainda que ache que a obra pudesse ter mais cenas de ação, mas as reflexões e os mistérios que apenas desbravar esse mundo gera durante a leitura já valem a obra e espero que Gibson tenha deixado o melhor para as outras obras, pois apesar de tudo se resolver aqui para Flynne e Wilf, ainda há muitos mistérios sobre como tudo realmente funciona. Recomendo para viajantes habituais a mente de Gibson, pois apesar de ser mais leve ainda não é uma leitura de praia, como acho que deveria ser. 
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segunda-feira, 5 de junho de 2023

Resenha #288 Savage Worlds nº2 (Jerry Souza)


Estamos de volta para prestigiar a segunda edição da revista Savage Worlds. Projeto do Jerry Souza, que edita também a Revista Profecia. Recomendo fortemente o leitor conhecer o site www.profeciacomics.com e ver com os próprios olhos as edições virtuais para ler gratuitamente.

O segundo número temos a continuação das aventuras de Peryc e de Brandar. Peryc, vive na Terra passados dois mil anos de uma guerra nuclear que fez a humanidade regredir a barbárie. O mercenário tenta apenas sobreviver neste mundo selvagem. Continuando a aventura, Peryc está praticamente morto enquanto uma fera marinha destrói o navio da Corsária (personagem de Jerry) e após passar muitos dias na água acorda em uma praia vigiada por um reino de guerreiras negras. Gostei de como o traço, que mostra como Peryc está mais fraco após o naufrágio e todo o clima bem feito que homenageia Conan mas mantem a construção de um mundo diferente.  A segunda aventura é de Brandar, onde vemos sua execução, após a condenação no volume anterior, onde ele deveria ser jogado ao sol para ser incinerado junto com sua capsula onde ficaria desacordado mas um asteroide o tira do curso. O traço melhorou bastante e o texto enriquece mais o personagem.

Escrevo este comentário com o numero 3 já lido e informado que as aventuras se encerram com o numero 4, que sairá no ano de 2023. Além disso, haverá um acontecimento muito legal nas duas histórias que não vou dizer para não dar spoiler.
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