segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Resenha #356 Apócrifos do Futuro (Romy Schinzare)


Apócrifos do Futuro faz parte da coleção Futuro Infinito da Editora Patuá. Coleção essa que considero uma das melhores coisas que a Ficção Científica brasileira fez em sentido editorial pois aposta em vários estilos e densidades na escrita, ou seja, desde as escritas mais complexas as mais aventurescas. Nesta obra Romy traz uma nova coleção de contos com seu estilo característico como em seu livro anterior Contos Reversos com contos de sabor pulp muito envolventes, geralmente são curtos e não demoram a chegar na sua surpresa, mas sem serem dependentes de viradas de enredo. Porém em Apócrifos do Futuro, temos uma leve enfase na criação de cenários que nas viradas de enredo, em comparação com o livro anterior. Ao final de vários contos nos pegamos admirando o cenário que construído. Vemos isso em "Shelby" onde em um mundo pós apocalíptico mistura de Corrida Maluca com Mad Max, os carros são possuídos pelos pilotos anteriores. Em "Robôs de Marte II" que traça uma trama política entre ciborgues, máquinas e humanos em Marte que desequilibra com a chegada de indígenas da Amazônia brasileira de antes de 1500. Ou ainda como em "Cubo do Destino" onde um jogo mortal vai se desenrolando na sua frente. Contudo, há contos onde viradas de enredo acontecem o tempo todo como "Valparaíso" onde vítima, algoz, polícia e bandido se fundem numa trama absurda. Ou no sombrio "Zayn" que nos apresenta uma criatura fantástica revelando sua verdadeira forma apenas no final. Em resumo, Apócrifos do Futuro é mais uma amostra do talento e versatilidade da Romy. São contos gostosos de ler e diria até que são despretensiosos, algo muito bacana em tempos de autores pretenciosos cheios de sagas tão enormes quanto seus egos.




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