"A Malta Indomável" é o segundo livro ambientado no mundo de "O Último Ancestral" de Ale Santos. Não é uma sequência imediata mas uma nova história ambientada neste mundo. Os personagens do primeiro livro fazem uma ponta e se integram muito bem a história, mas o protagonismo é de uma nova geração de personagens, que vivem em uma outra cidade chamada Sumé. Essa cidade é regida por um sistema religioso rígido que impõe aos cidadãos a função que vão exercer na cidade como se fosse uma revelação divina. Nossos três protagonistas são rejeitados pelo sistema, cada um por um motivo. Vik perdeu o movimentos das pernas e nunca pode recuperá-los pois a intervenção cirúrgica foi negada por motivos religiosos. Cosme é um hacker que vive isolado pois suas invasões são consideradas profanas ao regime de Sumé e sofre com crises de ansiedade e, por fim, Juba que é um beat-maker, dono de uma personalidade rebelde com origem de Nagast.
O destino une estes três jovens rejeitados pelo sistema de Sumé e passam a nutrir uma amizade entre eles, então, quando decidem invadir o sistema de escolha de funções em Sumé acabam despertando forças sobrenaturais poderosas, que podem destruir toda a cidade caso não façam nada. Então, o trio tem que engolir o orgulho e qualquer sentimento de vingança contra a cidade que os rejeitou e partem em uma missão para salvar a cidade de Sumé da ira do deus que dá nome a cidade. Para isso eles devem correr na Batalha das Maltas, pois é a única forma de acessar o Deserto de Nagast e salvar sua cidade.
O livro expande em muito o universo do primeiro livro, que passa a ser um evento histórico relevante, e faz isso com uma pegada mais adolescente. É um livro claramente Young Adult, pois mostra conflitos típicos desta fase da vida e acho que faz muito bem. Mazelas que eram ignoradas na minha geração, são abordadas frontalmente no livro como a menina cadeirante, a religião impedindo uma cirurgia simples, a ansiedade impedindo de fazer certas coisas, pessoas imigrantes, entre outros. É um livro que pretendo deixar na biblioteca da minha escola pois acho que lá vai encontrar um público necessário para o livro. Sinceramente, não gosto tanto de ler livros YA, mas a construção de mundo do Ale Santos é tão bacana que pretendo ler as continuações mesmo que elas sejam YA. Nos vemos no próximo!

