segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Resenha #198 - Blade Runner 2019 p1 (Michael Green, Mike Johnson, Andres Guinaldo)


"Blade Runner 2019" é uma HQ lançada no Brasil pela Excelsior em 2020. Roteirizada por Michael Green (Roteirista do filme Logan e Blade Runner 2049) e Mike Johnson (Já roteirizou HQs de Batman, Superman e Star Trek) e com artes do espanhol Andres Guinaldo, que já desenhou mais de 185 histórias dos principais estúdios de HQ. Trata-se do volume #1 que reúne 6 das 12 publicações em capa dura. As páginas finais falam de quatro volumes no total, além de uma sequência Blade Runner 2029. Contudo, até agora só encontrei a primeira parte. Particularmente não gosto de publicações seriadas e só percebi o #1 quando abri a encomenda (culpa minha, eu sei), prefiro um volume único a ter que aguardar sabe-se lá quanto tempo para o próximo volume. Contudo, uma vez que esse é um dos meus universos preferidos e o volume já estava na minha mão, parti para a leitura e não me decepcionei.

Achei as artes bonitas, puxadas para o realismo. A história seque a linha de sempre dos cyberpunks: uma pessoa fudida, numa cidade fudida aceita um trabalho fudido e enfrenta vilões fudidos. Gostei da linha investigativa do início, do raciocínio, dos métodos e dos questionamentos de Ash (a protagonista) e entregaram bem os motivos e as consequências da sua situação. As cenas de ação achei um pouco forçadas, com a Ash derrotando inimigos como se fosse o Rambo. O forte dela é a investigação e não o combate. Voltando as artes, gosto mais das artes que passam a dureza da vida de Ash (felizmente isso acontece na maior parte dos quadros) ao invés de mostrar sua beleza, como na segunda capa do volume. O lado ruim é não saber o fim da história após virar a última página, mas como disse, a culpa foi minha mesmo. 
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segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Resenha #197 - Vaporpunk (Org. Gerson Lodi-Ribeiro e Luis Filipe Silva)


"Vaporpunk - Relatos steampunk publicados sob as ordens de Suas Majestades" foi a primeira antologia da série Mundo Punk, que além de um segundo volume, trouxe antologia de Dieselpunk, Solarpunk e Cyberpunk sendo uma das minhas séries de antologias favoritas. Este volume optou por poucas histórias e de maior fôlego, noveletas, buscando se aproximar de outro subgênero: História Alternativa. Ambos os subgêneros tem pontos de contato, como a ideia de reescrever o passado e imaginar como teria sido, mas ao contrário da HA, o Steampunk não tem obrigação com o realismo podendo inserir personagens de livros como pessoas e até elementos mágicos elevando o hibridismo com outros gêneros e subgêneros, como o Terror, a Fantasia. Se começarmos com o livro Steampunk original A Máquina Diferencial de William Gibson e Bruce Sterling, já notamos que apesar de basear-se em algumas premissas da HA, a inserção de personagens tirados de livros já mostra que o Steampunk já nasceu com uma identidade própria. Infelizmente a estética do movimento é ainda muito atrelada a glamourização da era vitoriana revisitada pela tecnologia a vapor, e nem tanto pelo aspecto crítico que Sterling e Gibson trouxeram do Cyberpunk, que é o lado punk, da atitude e rebeldia. Steampunk tem muito mais a ver com fumaça derretendo os pulmões de operários das fábricas que trajes de gala com adereços metálicos.

A Fazenda-relógio (Octávio Aragão) - O livro abre com uma história curta, que traz as máquinas a vapor em 1880 substituindo em massa os escravizados da fazenda Nossa Senhora Conceição em Jundiaí, mais outras nove fazendas através do Barão de Mauá e Dom Pedro II. Os escravizados, agora livres, iniciam uma revolta pelo abandono e a falta de lugar para eles nessa nova sociedade mecanizada. Ambrósia começa o conto vendo a primeira fazenda queimar sob a ira da revolta. Conto tem uma trama instigante que expande para além dos limites da fazenda e chega a alta cúpula da corte. É estranho a chegada das máquinas ser em 1880, pois a escravidão já estava entrando em colapso sendo o choque com a chegada das máquinas exagerado. Se essa chegada se desse ao menos quatro décadas antes, o impacto seria mais interessante. Contudo, esse detalhe está longe de estragar o conto.

Os oito nomes do deus sem nome (Yves Robert) - É uma noveleta de espionagem onde dissidentes portugueses auxiliam um francês e um inglês a descobrirem o segredo de Portugal se elevar a potência que rivaliza com a França e a Inglaterra. Desses, é sabido que a Inglaterra desenvolveu as máquinas a vapor e a indústria pela Máquina Diferencial e os franceses desenvolveram a telecinese e a inteligência com agentes altamente capacitados, contudo ninguém sabe o segredo de Portugal e quando o grupo descobre que o rei vai conferenciar secretamente em sua casa de campo é que o grupo parte em missão para descobrir o segredo. A primeira cena do conto já dá indícios bem claros que o poder português é obtido através de feitiçaria africana. Isso acaba entregando mais do que o razoável para manter o suspense, ainda que o final seja bastante surpreendente e catártico.

Os primeiros Astecas na Lua (Flávio Medeiros Jr.) - A novela conta de uma missão do governo francês para investigar a primeira missão espacial inglesa em um Séc. XIX imaginado entorno de uma guerra fria entre França e Inglaterra, tendo Jules Verne e H. G. Wells como ministros das ciências de seus países. O mundo construído é bem imaginado mas as inserções das homenagens (muitos personagens dos livros aparecem no gabinete de guerra francês) foi bastante atropelada, sem adicionar a trama de fato, principalmente os que se ligam a obra de Verne, enquanto as homenagens ao Wells foram mais coesas pois é onde se passa boa parte da ação. O trabalho acabou se tornando posteriormente um livro de contos (Homens e Monstros, 2013) e não um romance, mas quando resenhar este livro linkarei devidamente aqui! 

Consciência de Ébano (Gerson Lodi-Ribeiro) - Jorge Anduro é convocado para entrar em um grupo secreto da nação de Palmares, que guarda e gere seu maior segredo e trunfo militar e estratégico. Trata-se de uma criatura mitológica que foi treinado por Zumbi, um Dentes Compridos, um vampiro. O agente não aceita a ideia de um vampiro como aliado e arma um plano para eliminar o que considera um mal. O conto é ambientado com excelência, acertando em cheio ao pensar em modos de tratamento e traços culturais originais para os palmarinos, o que facilita a apreensão desta história alternativa. O que fica devendo são os motivos do protagonista para a traição, que ficaram pouco trabalhados, mas nada que comprometa a história. 

Unidade em Chamas (Jorge Candeias) - O famoso diálogo atribuído a Ernest Remingway ("Quem estará nas trincheiras ao teu lado?/ E isso importa?/  Mais do que a própria guerra.") embala a noveleta do português Jorge Candeias. Seguimos Sidônio, um oficial do corpo aéreo luso nas vésperas da invasão francesa, que alastrava-se no velho continente. Neste mundo os irmãos Gusmão desenvolveram a tecnologia a vapor criando as passarolas. Naves movidas a gás e ar quente que conseguiam elevar as naves. Eram um segredo militar que era operado apenas por alguns destacamentos até que por ordem do rei, as companhias dos Minorcas (como os portugueses brancos eram chamados pejorativamente) e os Coloniais (africanos, indianos e brasileiros) foram forçados a formar um único corpo aéreo para atuar na defesa do reino dos franceses. Acompanhamos Sidônio que descreve sua adaptação aos novos companheiros numa relação cheia de atritos principalmente por causa do racismo. O desenvolvimento dessa relação toma praticamente toda a extensão da novela no treinamento e formação das naves que eram sempre mistas, deixando a ação apenas para o final. A cena final é de tirar o fôlego e quase compensa do desenvolvimento extremamente lento, principalmente porque não foca em nenhuma relação em específico. Sidônio não faz nenhuma amizade digna de suas próprias notas o que o deixa como um narrador pouco interessante. Contudo a impressão final levanta muito a apreciação ao final da leitura.

A Extinção das Espécies (Carlos Orsi) - Acompanha um jovem naturalista inglês (provavelmente Charles Darwin) em suas andanças pela América do Sul, onde encontra a guerra de domínio na patagônia contra os indígenas mapuches na Argentina em um mundo em que o elán existe e é derivado do vis viva (termo de Leibnitz) e o domínio dessa tecnologia (por Luis Adolfo Morel, personagem de Adolfo Bioy Caseres) aliado a tecnologia de um alemão, fabricante de autômatos eleva o nível da crueldade do massacre. É interessante ver o mesmo conceito explorado em um dos contos de "Campo Total" e não vou dizer qual pois a revelação é importante e vale a pena saber.

O Dia da Besta (Eric Novello) - Se passa num Brasil com tecnologia apurada na eminencia da Guerra do Paraguai e a Princesa Isabel é uma aviadora aliada a piratas e a influência de Napoleão III e a chegada de uma nova arma que pode sair de controle. O conto é bastante divertido, ainda que não tenha qualquer preocupação científica ele compensa pelo carisma dos personagens. Acompanhamos o Conde de Taunay e seu fiel amigo, Carenza, um exímio atirador e junto com a Princesa Isabel investigam misteriosos ataques de uma besta sedenta de sangue.

O Sol de Cada Dia (João Ventura) - Conto baseado na vida do padre Manuel Antônio Gomes, conhecido por Padre Himalaya pela sua altura, que foi um dos primeiros pesquisadores do uso da energia solar, chegando a desenvolver um pyrheliophero, que tinha diversas aplicações energéticas, de metalurgia até um carro movido a energia solar. A história carece de problemas para o protagonista resolver e os que aparecem tem pouco impacto no enredo.
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segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Resenha #196 - Revista Mafagafo 1ª Edição (Jana Bianchi org.)

 

A Revista Mafagafo é uma das mais importantes revistas de FC e Fantasia do Brasil. Publica contos de forma gratuita com uma excelente produção, edição e artes lindíssimas. Começando com os mafagafos fofos e misteriosos e as artes internas que captam bem os contos. O diferencial é que os contos são publicados em partes. São cinco contos, divididos em quatro partes que foram publicados mensalmente. Uma experiência bem diferente, que deve ter sido especial para quem acompanhou e aguardou o lançamento de cada parte. Infelizmente (ou não) pude ler todas as partes em sequência, o que não é a mesma coisa, por isso não vou comentar as edições em separado, mas vou dividir pelos contos.

Tons de Rosa (Fernanda Castro) é uma narrativa que consegue dar vida a Lenda do Boto. Acompanhamos Maíra, uma assistente social que busca ajudar os ribeirinhos paraenses a evitar mortes por afogamento. As famílias se consolam com a crença de que as crianças que se afogam, na verdade, são filhos do boto. Maíra decide investigar, esse mistério que junto com a ambientação imersiva do clima e cenário da amazônia tornam o conto muito envolvente. A escrita de Fernanda Castro nos transporta ao cenário, diálogos francos e sinceros dos personagens os tornam muito críveis e a condução da trama colocam esse conto como o melhor da edição, na opinião deste que vos bloga.

<deletado> (Rodrigo Assis Mesquita) é uma FC cyberpunk que conta a história de <deletado>, um programador que desenvolve um software que registra a história em tempo real, mas passa a ser vítima de um complô envolvendo um sinistro uso do programa, terroristas que tem suas identidades e registros completamente apagados do sistema. A narrativa é tradicional porém permeada de elementos que parecem registros e ações de um computador. Já sabemos o destino de <deletado> , foi deletado, algumas ações dele são editadas e reescritas, imergindo a leitura em linhas de código de programação. Essa ideia não foi apenas muito criativa mas também foi bem aplicada.

Pé de Coelho (Eric Novello) traz uma história ambientada no universo de seu livro Neon Azul. Acompanhamos Diana, que está buscando informações sobre um mafioso conhecido como Alquimista. O conto se passa praticamente num local de encontro com uma possível fonte, uma sinistra pessoa vestida de coelho. São revividas antigas mágoas envolvendo o mafioso, o pai de Diana num acerto de contas. O conto é envolvente, num jogo mental de gato e rato em que as posições mudam a todo momento. Diálogos bem feitos e o mistério na figura do coelho conseguem prender o leitor. Já me interessei pelo livro desse mundo, Neon Azul.

Encantadores de Dragão (Rodrigo Van Kampen) é uma fantasia sobre dragões e uma menina que queria ser uma Maga, quando é convidada por Hugo, um mago encantador de dragões que a recruta como assistente. Contudo a torre onde Hugo vive não é nada do que ela imaginava e Maiara enfrentará um grande desafio com ajuda da Gnoma Berg. Conto tem uma trama boa e um tom juvenil que refresca a alma. Indicaria para qualquer jovem ler.

Eterna: A Cidade Proibida (Roberto de Sousa Causo) O último conto da revista é um Steampunk no mesmo universo do conto do autor na antologia Steampunk da editora Tarja de 2009. Nessa nova aventura de Ulisses Brasileiro, tenta se refugiar em Eterna, uma cidade hipertecnológica camuflada no interior do Brasil. O local parecia um refúgio mas uma cisão no governo da cidade pode ajudar os planos do vilão Robert Robida, um pirata arqui-inimigo de Ulisses. A narrativa de aventura e ideia da cidade garantem a diversão e a imersão no mundo Steampunk. As mulheres podem ficar incômodas com a quantidade de vezes que os seios das eternenses, que usam vestidos no estilo cretense.


 


A revista compensa muito, ainda mais que é possível baixar de graça no site próprio da revista. Em breve, resenharemos o ano seguinte da Revista no blogue!


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segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Resenha #195 - A Fila (Bazma Abdel Aziz)


"A Fila" foi escrito em 2013 e lançado no Brasil apenas em 2018, pela ativista egípcia Basma Abdel Aziz. É uma distopia embalada pelo desgosto com a primavera árabe escrita antes da ascensão da Irmandade Muçulmana no Egito dando ao livro, inclusive um aspecto premonitório senão uma excelente leitura política do país. 

A história acompanha um país árabe não especificado onde o regime totalitário ascende após uma revolução fracassada. O novo governo centraliza até as menores decisões obrigando a população a recorrer ao portão do Edifício Norte, passando a ser conhecido apenas como O Portão. Os personagens principais estão aguardando na fila, com os motivos mais diversos, muitas vezes banais outros com problemas urgentes.

O mais próximo de um protagonista é Yehya Saeed, que busca uma requisição para fazer a remoção cirúrgica de uma bala, desde que foi alvejado durante uma tentativa de tomar o Portão, nos chamados "Eventos Execráveis", contudo o governo nega a existência de tiroteios, logo a bala alojada no corpo e Yehya é negada. Enquanto isso o médico Tarek, que atendeu Yehya lida com o medo de ser apanhado fazendo algo proibido e o desejo de curar Yehya. Acompanhamos outros personagens, como Amani, a namorada de Yehya; Um Mabrouk que explicita a situação das mulheres no Egito, ops digo... nesse país árabe sem nome; um jornalista que organiza alguma resistência e o primo de um dos soldados do Portão que morreu durante os Eventos Execráveis.

O grande mérito de A Fila é como a autor desenha na vida cotidiana dos personagens a influência de um governo totalitário, muito menos pela repressão física e uma presença ameaçadora onipresente, como o clássico 1984 de Goerge Orwell, mas muito mais pelo abandono das necessidades dos seus cidadãos. Isso aproxima A Fila d'O Processo de Franz Kafa pelo absurdo da situação. A obra foi lançada apenas em 2018 no Brasil e infelizmente passou desapercebida. O absurdo do governo do Portão e o drama de Yehya servem de prenúncio macabro do drama de milhares de brasileiros mortos pelo COVID-19, que assim como Yehya, foram pegos por eventos fora do seu controle e são abandonados pelo negacionismo do governo que deveria assisti-los. O Portão brasileiro, consegue ser mais absurdo que o Portão imaginado por Bazma e apesar de todos as negações, segue inabalado no seu absurdo.

Este livro tem resenha em vídeo no Diário de Anarres, no YouTube



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segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Resenha #194 - Distrito Federal (Luiz Brás)


"Distrito Federal" é um autodenominada rapsódia de Luiz Brás que saiu pela editora Patuá em 2014. A rapsódia é narrada como épico em frases separadas. Acompanhamos um curupira, ou a sombra do que um dia foi um, que encarna em um ser humano, passando a trilhar um caminho de vingança contra os político e corruptos caçando e matando um de cada vez, não importa quantos sejam. Eles não podem escapar pois o curupira (que é também um ciborgue) os detecta através de um cheiro terrível que eles exalam e apenas o curupira sente. Ele vem de um cerrado praticamente eliminado pela destruição do meio ambiente como um espírito vingativo. É o cheiro que o incomoda e não qualquer senso ético que o guia. No seu caminho vamos cruzar com vários outros personagens e acontecimentos que vão deixar a história ainda mais carregada de simbologias que vão exigir mais atenção do leitor.

O primeiro é a própria voz narrativa que conversa com o curupira, colocando a narrativa em segunda pessoa, e este nos revela sua identidade apenas nos momentos finais do livro. Outro personagem é o Saci que tem a mesma sede de sangue mas não segue o padrão do curupira e cumpre um papel de oposição e complemento em vários sentidos. Também temos Moema que é uma obtusa (pessoa não-corrompida), que joga um MMORPG chamado Distrito Federal, ao qual ela envolve-se e acumula poder até que ela não é mais reconhecida pelos seus parentes e amigos. Uma menina-menino, que é salva por uma entidade esfera-cubo-pirâmide, que vemos na segunda parte. Outro destaque é a própria cidade que eleva-se a forma de criatura viva num dos momentos mais épicos do livro.

A linguagem é o ponto que tanto pode ser um atrativo ou pode ser um motivo para não ler a obra. A minha experiência com o discurso indireto livre (principalmente Saramago) não é muito boa, porém a forma épica, não apenas na história, mas na escrita dividida em frases de um ou dois períodos, acabou facilitando bastante a leitura para mim. Como pode se esperar de uma narrativa épica, temos construções líricas que nem sempre conseguiremos entender imediatamente, porém as coisas começam a ficar mais fáceis a partir do segundo terço do livro e a história passa a nos recompensar pelas esperas. Distrito Federal é um aviso, um grito selvagem em forma de linhas cantadas. A narrativa em estilo pós-moderno na FC é algo muito positivo porque a forma não costuma ser uma preocupação dos autores e leitores e já estava na hora de aparecer nas obras e Distrito Federal mostra que não precisamos esperar uma obra de fora para isso.

Esta resenha tem versão em vídeo no Diário de Anarres!



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