Cangaço Overdrive de 2018 é uma HQ nacional da Editora Draco roteirizado por Zé Wellington e uma equipe, em sua maioria cearenses, que traz uma fusão muito bacana da literatura de cordel com o cyberpunk.
A história se passa em um futuro próximo, onde o nordeste brasileiro entra em colapso ambiental sendo praticamente abandonado pela população, restando alguns focos de pobreza extrema tendo no morro do Preã, uma comunidade no Ceará que resiste apesar dos constantes ataques da polícia e das maquinações de uma corporação chefiada por uma poderosa e tradicional família. Até que uma caixa misteriosa é interceptada pelo grupo de Rosa, líder da resistência armada do morro. O conteúdo da caixa é nada menos que o lendário cangaceiro Cotiara. Sua chegada vai desencadear uma escalada de morte e violência e uma pendência que dura mais de um século.
A história se passa em um futuro próximo, onde o nordeste brasileiro entra em colapso ambiental sendo praticamente abandonado pela população, restando alguns focos de pobreza extrema tendo no morro do Preã, uma comunidade no Ceará que resiste apesar dos constantes ataques da polícia e das maquinações de uma corporação chefiada por uma poderosa e tradicional família. Até que uma caixa misteriosa é interceptada pelo grupo de Rosa, líder da resistência armada do morro. O conteúdo da caixa é nada menos que o lendário cangaceiro Cotiara. Sua chegada vai desencadear uma escalada de morte e violência e uma pendência que dura mais de um século.
A história consegue fundir os mundos de forma muito agradável. É uma história sobre o cangaço, mas levada ao futuro pela tecnologia. O narrador canta como num cordel com a mesma fluidez que fala de tecnologia. Tudo com bastante concisão, sem quadros desperdiçados fora da trama principal. Uma perseguição a um grupo de cangaceiros tornada numa batalha de ciborgues. As redes sociais aparecem de forma sutil mas tão fluída que quase não se percebe. O elemento de resistência do povo sofrido contra os interesses do capitalismo selvagem trouxe uma agradável lembrança ao filme Bacurau (lançado depois) e que dá força ao quadrinho pois aliou o regional ao universal, das lendas a nossa dura realidade. Apesar de não ser especialista, as artes agradam bastante, sendo a que menos me agradou foi justamente a capa. Leitura altamente recomendada!
Ficha Técnica, Cangaço Overdrive, editora Draco, 2018.
Roteiro: Zé Wellington
Layouts: Walter Geovani
Desenhos: Luiz Carlos B. Freitas
Arte Final: Rob Lean
Cores: Dika Araújo, Tiago Barsa e Mariane Gusmão.
Letras: Deyvison Manes.