segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Resenha #171 - Frankenstein (Mary Shelley)


"Frankenstein" de Mary Shelley é considerado o primeiro livro de Ficção Científica já escrito pois estabelece a discussão do que é ser humano através de um evento fantástico derivado da ciência. Ainda que a ciência usada não seja o foco do livro e não seja explicada como nas histórias da Ficção Científicas que vieram depois, sem ela teríamos apenas uma obra do fantástico como as que já circulavam em seu tempo. 

A história já é conhecida vagamente pois é muito referenciada na cultura pop, mas nada que invalide a leitura, muito pelo contrário. "Frankenstein" é leitura obrigatória para quem gosta de Ficção Científica, e para quem está de passagem pela estante dos clássicos. Nela temos Victor Frankenstein que está em uma expedição rumo ao polo norte. Victor vive atormentado e arrependido por um monstro que o assombra e está em sua caçada. Começamos com um relato em cartas (o livro todo é escrito de forma epistolar) de um marinheiro civil narrando como conheceu seu amigo Victor Frankenstein, depois segue num relato do próprio Victor de como criou o monstro (que não chega a receber um nome) e como o renegou depois de ficar arrependido do sucesso de seu experimento. Contudo o monstro passa a persegui-lo colocando em risco a vida dos seus familiares. Mesmo sendo um livro tão antigo prefiro não dar spoilers. 

Shelley pinta o monstro de forma misteriosa e indireta tanto que o nosso visual é moldado pelas primeiras adaptações do cinema. O livro trava diálogos muito interessantes sobre a própria criação da vida e nos faz pensar sobre quem é o monstro e também o quanto de vítimas e algozes temos dentro de cada um de nós, trazendo uma alteridade para a obra que a colocou como um clássico da literatura em geral.

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