segunda-feira, 29 de abril de 2024

Resenha #333 O poço macabro (Robert E. Howard)


O poço macabro é o segundo livro do box O Bárbaro da Ciméria da editora Pandorga. Já falei sobre o conteúdo da box na primeira parte da resenha. Agora vamos direto ao conteúdo do segundo livro. Além dos contos, temos outros textos que nos falam mais sobre o autor e este mundo criado para as aventuras de Conan. O livro abre com o texto O estereótipo de Conan, um texto sem autoria que fala sobre o estereótipo que se criou a partir do personagem e sobre a época difícil da vida do autor na época da Grande Recessão, quando se viu obrigado a criar histórias que repetissem uma formula de sucesso, para garantir que fossem publicadas e daí ajudar o autor a se sustentar numa época difícil. O que acabou soando um pouco como "então, daqui para a frente os contos são todos muito parecidos". Sendo assim, vamos falar sobre cada um individualmente:

A Sombra no Palácio da morte, que originalmente se chama A Sombra Rastejante e depois rebatizado Xuthal do Crepúsculo, é uma típica aventura de Conan. Começa com o bárbaro acompanhado de uma brituniana chamada Natala, vagando perdidos no deserto até que encontram uma cidade perdida e decidem entrar em busca de ajuda. O que encontram é uma cidade deserta apenas com corpos mortos espalhados pelo chão. Logo descobrem que essa cidade é Xuthal, uma cidade ancestral perdida e aqueles corpos não estão mortos, mas entorpecidos e vivendo no mundo dos sonhos. Algo que me lembrou os arconidas da série Perry Rhodan, embasbacados e definhando com sonhos induzidos. Lá também encontram Thalis uma serviçal sexual dos habitantes daquela cidade que deseja Conan para si, obrigando o cimério a decidir sobre como enfrentar essa ameaça. O conto tem como protagonsita a própria cidade, que é explorada durante o conto. Uma viagem cheia de mistério e perigo. Contudo, não acrescenta muito sobre Conan e sua relação com Natala é aquela de garanhão salvando a mocinha em perigo. Não adianta falar muito sobre isso pois esta é justamente a fórmula que o texto inicial fala sobre.

O poço macabro é uma aventura do Conan pirata, que começa quando Conan está a deriva no mar e salta para a embarcação do Capitão pirata Zaporavo. Conseguindo se impor para salvar sua vida, é aceito na tripulação do violento capitão. Apesar de ganhar a simpatia da tripulação, Zaporavo o vê como uma ameaça, principalmente pela evidente atração que Sancha, sua escrava, sente pelo bárbaro. Quando o barco de Zaporavo atraca em uma ilha desabitada, a tripulação se depara com uma ameaça maior que eles, então Conan tem que enfrentar essa ameaça enquanto lida com o capitão do navio, para salvar Sancha. É um conto muito divertido. Formuláico, é verdade, mas é muito bacana ver o Conan pirata.

Inimigos em casa é uma história de intriga palaciana. Desta vez Conan não é o rei, mas entra na história de gaiato. Murilo, um nobre da corte que conspirava contra o Nabonidus, o Sacerdote Vermelho é descoberto e foge diante do perigo de ser assassinado. Contudo, em sua fuga acaba preso junto com Conan que oferece uma recompensa caso o bárbaro se livre de Nabonidus. A missão ganha desdobramentos perigosos e pode fazer com que nenhum deles saia com vida. Obviamente conhecendo Conan, sabemos que ele vive no final, mas o conto não deixa de surpreender menos por conta disso. Um conto de calabouço com exploração e armadilhas muito divertido aguarda o leitor.

O livro termina com a galeria de capas das revistas que publicaram os contos deste livro. Por fim, um texto com uma breve biografia do autor, para expandir o universo e entrar um pouco na mente o criador de Conan. Foi uma leitura rápida e divertida. Os contos são divertidos e a construção de mundo, e da vida riquíssima de Conan me fez ler o terceiro livro logo na sequência do segundo. Uma regra que dificilmente quebro, de ler dois livros seguidos do mesmo autor. Agora é esperar mês que vem que meus pitacos sobre o terceiro livro já saem aqui no blogue!

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