segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Resenha #359 Cyberpunks número 1 e 2 (Matheus Iparraguirre)


Cyberpunks é um achado das minhas participações da Gibifest. Escrita e editada pelo Matheus Iparraguirre, é uma saga cyberpunk que tem tudo que se espera de bom cyberpunk típico, que se consolidou na cultura pop, porém passado na cidade hyper tecnológica chamada Tecno-Porto, que um dia foi Porto Alegre antes do Estado como conhecemos ter passado para a inciativa privada, como aliás é quem maior instancia é dona de tudo. Nessa cidade onde a mais alta tecnologia e a pior qualidade de vida convivem num ambiente selvagem, acompanhamos um grupo de quatro insurgentes, o iniciado K'aeveira, a explosiva Metódika, o líder Fumaçento e a misteriosa .Net que fazem parte de um movimento insurgente contra a opressão das grandes corporações, no QG da resistência encontramos os líderes Anárquica e PC. No primeiro número encontramos os nossos heróis em meio a uma missão porém estão em apuros, até que encontram Cerebral, uma ciborgue com ligação direta com a Netrunner, que os insurgentes não conseguem acessar. Após muita confusão e uma fuga da Força Policial, ao chegar ao QG com quase nada dos suprimentos necessários, surge uma acusação que um membro do grupo é um traidor. É aqui, já chegando aos finalmente da edição, que a história começa a engrenar. O primeiro número é bastante introdutório, mas é apressado demais, nem de menos. Cumpre bem a função de nos inserir nesse mundo. Gostei das artes e das fichas técnicas de cada personagem, pois combina com esse mundo onde um bom hacker consegue saber mais sobre sua vida que você.  

No segundo número, com essa capa sensacional, com o símbolo da anarquia, gostei de como a trama avança sobre a figura do possível traidor. Cada membro vigiando outro, acrescentando uma camada de perigo e desconfiança entre os rebeldes mesmo quando vão cumprindo missões quase suicidas. Gostei das aparições de outros personagens menores, que podem aparecer ou não no futuro da história. O vilão que comanda as peças e manipula todos a sua volta e até a si mesmo, promete ser muito forte pois parece ser modificado geneticamente. Se você quiser dar uma chance para essa revista, acesse o Portal Entretenimento, onde há como apoiar o próximo número e adquirir os já publicados, em forma física e digital.


                     

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segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Resenha #358 O Mundo Selvegem de Peryc nº1 (Denílson Reis)


O Mundo Selvagem de Peryc, O Mercenário é a nova revista do personagem que chega em um formato aprimorado. Tamanho grande e 20X28, em 18 páginas indo direto ao ponto. Temos uma única história roteirizada por Denílson Reis, artes de Hélcio Rogério e Letras de Anderson ANDF. As artes do Hélcio ficaram ótimas em tamanho ampliado pois trabalha muito bem com os contrastes em Preto e Branco, deixando tudo mais intenso. A história é a de uma emboscada feita por bandidos contra Peryc e uma misteriosa acompanhante feminina que o salva no momento mais difícil, contudo algumas falas dos bandidos deixam em aberto que as intenções deles eram maiores que simples banditismo, mas já são o suficiente para mostrar que essa revista não está para brincadeira. Já estou muito ansioso pelo próximo número!

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segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Resenha Revista Peryc, o Mercenário nº 5


Peryc, O Mercenário número 5 é o fim de uma jornada para nosso herói dos pampas gaúchos, pois é o último número da revista. Com ela encerra-se com duas histórias o o arco de "Rumo a Pedras Negras" escrito por Gervásio Santana e desenhado por Ícaro Maciel, na Parte 5 e Maurício Lima na Parte 6. Na parte 5, chamada Quando cai a máscara, vemos Peryc em sua fuga pela sobrevivência enquanto é perseguido pelo lacaio do regente de Pedras Negras, que por sua vez está em busca de Argenta sua concubina que está sendo protegida por Peryc, contudo uma série de revelações mudará os rumos de Peryc. Foi uma história muito bacana que ajuda a moldar o caráter do nosso herói tornando-o mais duro. O reflexo dessa mudança já vemos na última parte, chamada Cilada Mortal. Nela temos muito mais ação e acompanhamos tudo pelo traço sensacional de Maurício Lima, que fez as ilustrações do livro O Deus da Lagoa, a primeira novelização de Peryc. Voltando a Cilada Mortal, Peryc finalmente chega a Pedras Negras e encontra uma cidade pequena, onde a desonestidade é a norma, contudo nosso herói é teimosamente leal ao seus princípios o que leva a um confronto muito bem desenrolado. Por último há uma historieta de uma página com a aparição da Maga da Profecia, personagem de Jerry A. Souza,  

Temos um desfecho que não encerra a história de Peryc, mas que traz um fechamento digno ao personagem neste universo. Digo isso pois o fim da Revista Peryc, O Mercenário é apenas o começo de muitas aventuras que estão por vir. Primeiro pois foi lançada O Deus da Lagoa, a primeira novelização do personagem que apareceu apenas em HQs independentes, mas a principal novidade advinda do fim da revista é a chegada de O Mundo Selvagem de Peryc, que traremos no blogue. 

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segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Resenha #357 Almanaque Gibi do Terror Nº 2 (Denílson Reis e Paulo Kobielski)


O Almanaque Gibi do Terror chega ao número dois como uma publicação muito aguardada no meio independente. A edição é do CAQ (Coletivo Alvoradense de Quadrinhos) capitaneado pelo Denílson Reis e pelo Paulo Kobielski, ambos já agraciados com o Troféu Paulo D'Agostini de melhor Fanzine e essa publicação é aquele passo a mais, é uma publicação independente mas cada vez mais com cara de profissional, afinal tantos anos de experiência se manifestam nesse numero e a qualidade das contribuições cresce como consequência. 

Parece pouco humilde da minha parte falar de que as contribuições estão melhores, pois participei em ambas as edições, com contos. Na edição anterior, publiquei um conto sobre múmias no esçao, agora o tema é vampiros e trouxe o conto "Tenório perde sua alma" que está no mesmo universo steampunk que o conto "Um Crime no Mercado Público" e da noveleta "A Sombra da Rua do Arvoredo". O conto é uma carta de um pai para os filhos onde conta sua participação numa Guerra dos Farrapos de uma forma que você nunca viu pois é uma história alternativa.

Agora falando da publicação como um todo, não são todas as histórias exatamente sobre vampiros. Acredito que os editores se preocupem em trazer bons conteúdos, dando preferencia pelos que abordem o tema da edição mas não impondo como condição. Isso ajuda nas histórias de mistério pois nem sempre o mistério é sobre vampiros. A organização ficou muito boa, alternando entre conteúdos de quadrinhos e conteúdos escritos, começando com Não mexa com quem está quieto uma HQ com um traço simples (parecido com Meninas Superpoderosas?) mas numa história cruel de dois caçadores na floresta procurando a lendária Cobra Norato, quando ninguém menos que o Curupira aparece para azedar a caçada. O primeiro conto é o meu, Tenório perde sua alma, que já falei no início. O hábito faz o monge é uma curta HQ de um garoto que acha uma roupa de vampiro, com máscara e tudo. Enquanto mortes misteriosas acontecem a sua volta. O soldado e o vampiro, de Eduardo Alós temos, nesse conto, o encontro infortuito de um soldado gaúcho recém chegado dos horrores da Guerra do Paraguai decide buscar abrigo num casarão misterioso. O primeiro na fila é uma HQ muito fofa sobre um idoso que aguardou 8 dias para comprar seu novo jogo de vídeo game sangrento e divertido. O final é cruel mas ainda assim achei tudo muito engraçado. Acho que foi o traço que trouxe uma leveza para tudo, mesmo sendo bastante elaborado. A mansão etérea de Duda Falcão, é um conto bastante curto mas que consegue nos colocar no clima de casarão muito rápido. Nas tuas longas pernas procuro a paz que jaz no quarto contíguo ado seu túmulo é uma HQ incrivelmente bem desenhada, não apenas pelo realismo, mas pelas expressões e movimentação dos personagens. O roteiro é simples mas bem feito e a crueza é bem vinda numa história de horror, que nada tem de fantasioso. Pela estrada deserta de Silvio Ribeiro, é outra HQ, mais curta, simples e bem feita. Temos um jovem casal que busca um Motel para passar a noite (é para dormir, pessoal. Eles estão em viagem, ok? Motel nos EUA é o que chamamos de pousada aqui) contudo um recepcionista ganancioso se acha muito esperto ao decidir roubar os jovens. O final me surpreendeu. Temos um comentário sobre o filme As Sete Vampiras, por Paulo Kobielski, que trouxe muitas informações mostrando domínio sobre o cinema fantástico brasileiro. Pesadelo Real retomamos as HQs com um homem entrando e saindo de um pesadelo no inferno, porém conhecemos um pouco dele nesse delírio e o delírio o persegue quando ele acorda. Os Negrinhos é uma HQ que vai de 100 a 1000 muito rápido e o traço acompanha muito bem a loucura dos gêmeos e de sua algoz em poucas páginas. Retornamos ao texto para ler um novo artigo de Paulo Kobielski sobre Rubens Francisco Lucchetti lenda do fantástico e do pulp brasileiro, novamente vemos o domínio do tema e a habilidade em condensar uma vida tão rica em poucos parágrafos. Fazer você sumir... é uma HQ muito engenhosa ao usar os quadros para conta a história. É bacana ver nos quadrinhos, histórias de personagens que sabem que são personagens, ou melhor que descobrem isso da pior forma possível. A Fórmula a última HQ da edição que nos engana parecendo que vai ser uma versão de Dr Jekyll e Sr. Hyde, mas é outra coisa. Por fim temos uma entrevista com o desenhista Silvio Ribeiro, que não tem papas na íngua e faz um verdadeiro desabafo. Bacana ler entrevistas que não são estéreis.

Lista com o conteúdo e as devidas autorias:

Não mexa com quem está quieto: Lauro Ferreira.
Tenório perde sua alma: Davenir Viganon.
O hábito faz o monge: Júlio Shimamoto.
O soldado e o vampiro: Eduardo Alós.
O Primeiro na fila: Marcelo Saraiva no roteiro e Bira Dantas nos desenhos.
A mansão etérea: Duda falcão.
Nas tuas longas pernas procuro a paz que jaz no quarto contíguo ado seu túmulo: Maicol Cristian no roteiro e J. Herrero nos desenhos. 
Pela estrada deserta de Silvio Ribeiro.
Artigo sobre As Sete Vampiras: Paulo Kobielski.
Pesadelo Real: Sandro Leonardo fez os textos, Artes com Aurélio Filho e John Castelhano.
Os negrinhos: Denílson Reis fez o texto e as artes são de Sérgio Fernandes.
Artigo sobre Rubens Francisco Luccheti por Paulo Kobielski.
Fazer você sumir...: Arthur Filho.
A Fórmula: J. França.

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segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Resenha #356 Apócrifos do Futuro (Romy Schinzare)


Apócrifos do Futuro faz parte da coleção Futuro Infinito da Editora Patuá. Coleção essa que considero uma das melhores coisas que a Ficção Científica brasileira fez em sentido editorial pois aposta em vários estilos e densidades na escrita, ou seja, desde as escritas mais complexas as mais aventurescas. Nesta obra Romy traz uma nova coleção de contos com seu estilo característico como em seu livro anterior Contos Reversos com contos de sabor pulp muito envolventes, geralmente são curtos e não demoram a chegar na sua surpresa, mas sem serem dependentes de viradas de enredo. Porém em Apócrifos do Futuro, temos uma leve enfase na criação de cenários que nas viradas de enredo, em comparação com o livro anterior. Ao final de vários contos nos pegamos admirando o cenário que construído. Vemos isso em "Shelby" onde em um mundo pós apocalíptico mistura de Corrida Maluca com Mad Max, os carros são possuídos pelos pilotos anteriores. Em "Robôs de Marte II" que traça uma trama política entre ciborgues, máquinas e humanos em Marte que desequilibra com a chegada de indígenas da Amazônia brasileira de antes de 1500. Ou ainda como em "Cubo do Destino" onde um jogo mortal vai se desenrolando na sua frente. Contudo, há contos onde viradas de enredo acontecem o tempo todo como "Valparaíso" onde vítima, algoz, polícia e bandido se fundem numa trama absurda. Ou no sombrio "Zayn" que nos apresenta uma criatura fantástica revelando sua verdadeira forma apenas no final. Em resumo, Apócrifos do Futuro é mais uma amostra do talento e versatilidade da Romy. São contos gostosos de ler e diria até que são despretensiosos, algo muito bacana em tempos de autores pretenciosos cheios de sagas tão enormes quanto seus egos.




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segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Resenha #355 Sobre Fantasmas e Outras Memórias (Pedro Teixeira)


Sobre Fantasmas e Outras Memórias é segundo livro de Pedro Teixeira, que conheço dos tempos de Entre Contos, e sempre tive afinidade por ambos gostarmos de ficção científica. Isso culminou no convite para escrever um dos textos de capa do livro, buscando sintetizar o que a obra nos oferece no seu conjunto. No texto de orelha eu menciono que uma leitura marcante é aquele que fica dentro de nós quando fechamos o livro, e no caso dos contos, esse momento se repete nos momentos entre a leitura de um conto para outro. No livro do Pedro isso aconteceu em todas as vezes. O tema da memória perpassa todos os contos transitando em diversos gêneros e subgêneros, paisagens e narrativas.

Obviamente os contos de ficção científica me saltavam aos olhos, como "Possessão" onde um hacker de mentes assassino é perseguido pela sua presa ou até "Sonhos Febris" que faz uma narrativa da loucura na memória com uma pegada muito philipkdickiana. Contudo, muito me agradei de histórias que não haviam nada de fantástico nem do terror como "Vocação", que é uma história sobre as memórias de um cangaceiro e "Anos Punk" que fala sobre a nostalgia da rebeldia de punk nos seus tempos de garoto. Em resumo, temos uma obra que aborda o tema da memória de forma transversal em várias narrativas. Acredito que tendo isso em mente, e não se prendendo a gêneros, o leitor conseguirá aproveitar melhor essa obra.

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segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Resenha #354 Um milhão de mim (Cirilo S. Lemos)


Um Milhão de Mim é o ultimo livro que li da coleção Dragão Mecânico fechando a coleção. Este foi escrito pelo Cirilo S. Lemos, que já resenhamos com livros com pegadas opostas: O Alienado é um romance complexo e philipkdickiano em que a realidade é sempre questionada. Em E de Extermínio, uma aventura cheia de ação e referências históricas manipuladas com habilidade numa história alternativa. Aqui voltamos a faceta que vimos em O Alienado, mas referenciando Jorge Luis Borges em um romance quebra-cabeça, e com um pleno domínio das referências históricas enquanto seus capítulos viajam em várias épocas enquanto tentamos entender o que é Uqbar. Como numa boa ficção borgeana, a realidade é mais que questionada, mas uma questão de perspectiva.

A leitura do livro é muito desafiante se você procura ter tudo claro em sua cabeça. Acompanhamos vários personagens ou facetas do mesmo. Inicialmente Nicolau Borges, um investigador de polícia que vive no Brasil dos anos 1970 em plenos anos de chumbo da ditadura, quando encontra uma mulher morta mas é acusado do crime. Mas não espere que seja um romance de investigação. Temos capítulos curtos organizados de forma irregular, buscando fugir de qualquer padrão. Me fez lembrar bastante das experimentações de Luiz Brás. Acredito que ler saboreando cada capítulo vai recompensar o leitor com várias referências e a boa escrita do autor, pois a história vai se desenrolando pelas pistas que são deixadas aos poucos. Acho que consegui entender mas não o suficiente para explicar, de qualquer forma buscar respostas é uma das graças do livro e vale a pena cada um tentar juntar as peças como conseguir.

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terça-feira, 17 de setembro de 2024

Resenha #353 O grito do sol sobre a cabeça (Brontops Baruq)


O grito do sol sobre a cabeça chegou como um presente do autor Brontops Baruq quando me enviou alguns livros do Coletivo KriptoKaipora, e como membro do coletivo já sabia da qualidade de sua escrita em suas participações nas antologia do grupo e da oficina que tive a satisfação de compartilhar com ele. 

Fui surpreendido positivamente pela sua coletânea de contos pois gosto muito do estilo de experimentação. A obra fez lembrar de Linha Tênue de Rubem Cabral, por seguir a linha experimental, mas a sua própria maneira. A escrita de Brontops é muito apurada e ao mesmo tempo é possível ler seus contos freneticamente. Principalmente seus contos curtos que abrem e os encerram a obra. Dentre estes, destaco "rebobinados" que me pegou de surpresa, até "pausa", um conto longo cheio de aventura e uma construção de mundo muito envolvente. "(ficção especulativa)" traz uma história de viagem no tempo que já é bacana por si, mas instiga pela forma que conta, fazendo alusões a outras formas de contar de outras mídias, e vemos isso em outros contos, mas este foi meu conto favorito do livro. Gostei bastante de dois contos que contam sobre o último humano da Terra vivo, resgatado antes do planeta ser engolido pelo Sol transformado numa gigante vermelha. Destaco também, uma série de contos titulados de Planetas Invisíveis que acompanham aventuras de um cínico viajante que anda por lugares estranhos.

A leitura foi muito bacana. Pena que não há muito mais escritos dele por ai, pois o livro vale a pena.

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segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Resenha #352 Cobra Norato (Raul Bopp)


Cobra Norato é um poema de Raul Bopp, publicado pela primeira vez em 1931. Bopp foi um dos nomes mais importantes do Movimento Antropofágico dentro do Modernismo Brasileiro. A antropofagia é uma busca pela nossa cultura na produção de arte no Brasil, assimilando referências estrangeiras mas devolvendo algo mais brasileiro possível. O termo é uma referência a prática de alguns povos indígenas que canibalizavam guerreiros vencidos em suas guerras por motivos espirituais, ou seja, não havia motivação simplesmente alimentar. Dessa forma, Bopp buscou trazer a amazônia que conheceu morando por lá durante um ano em uma história contada em verso sobre as lendas do local.

A história é de Cobra Norato, que busca se casar com uma jovem por quem se apaixonou. Em sua trajetória se torna um passeio pela paisagem natural e pelas lendas amazônicas. Quem acompanha este blogue sabe que não tenho o habito de ler poesias, e busquei a aproximação desta forma literária com algo que tivesse uma história. Gostei bastante das frases e o autor conseguiu criar um cenário de locais e personagens muito envolvente. Pode-se fazer críticas sobre ser um cara de fora (Bopp era gaúcho) falando sobre lendas de um local que não é seu de nascença, mas o movimento antropofágico tinha uma mensagem para transmitir e não acho que ela seja passada apenas com um manifesto, mas fazendo a arte que queremos ver.

Hoje é possível acompanhar a literatura fantástica escrita aqui buscar o próprio Brasil e não apenas pelas mãos de homens brancos do sul, mas pelas mais diversas mãos. Muitos destes livros estão resenhados aqui.

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segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Resenha #351 Apagão: Ligação Direta (Raphael Fernandes/Camaleão)


Apagão: Ligação Direta é uma HQ da editora Draco de 2014 e funciona como um prólogo da série Apagão que conta com uma HQ mais robusta e até um jogo de tabuleiro. É uma história curta e realmente é uma pincelada nesse mundo, baseado numa São Paulo distópica em que a energia elétrica caiu e nunca mais voltou e a ordem como conhecemos (que já não é lá essas coisas) colapsa e no lugar, gangues sanguinárias lutam para mandar nos escombros. O protagonista tem que contar com a agilidade e malandragem para andar por estas ruas e encontrar uma das poucas fontes de energia que ainda restam: uma bateria de carro. A história cumpre muito bem o seu papel de inserir o leitor neste mundo, explicando suas regras e nos brindando com artes sensacionais e uma estética apurada e com identidade própria. Gostei bastante! 

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segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Resenha #350 Entrevista com o vampiro (Anne Rice)


Entrevista com o vampiro é o primeiro livro da Anne Rice e trouxe uma abordagem um tanto diferente da mitologia do vampiro, ainda que muito carregada no gótico, é também mais madura e densa na sua filosofia. Já conhecia a história pelo filme dos anos 1990, mas foi a releitura da obra na série que vai passar na Amazon que finalmente me fez começar os livros da autora. (e rever o filme mais uma vez).

Acompanhamos a história de um jornalista chamado apenas de rapaz, que começa a gravar fitas K-7 (se você le blogues, sabe o que são) uma entrevista com o misterioso Louis de Point du Lac, que alega ser um vampiro. A obra é narrada por um narrador onisciente, mas que está apenas no local onde está sendo feita a entrevista, ou seja, na prática temos um longo relato de Louis contando sua vida pela sua perspectiva e temos um narrador que pode estar mentindo o tempo todo. O jornalista o questiona o tempo todo, apesar de interromper a entrevista poucas vezes. Isso deixa o leitor mergulhado na ambientação de Nova Orleans e Paris, contudo trata-se de uma viagem ao íntimo de Louis, desde que se tornou vampiro e no seu relacionamento com Lestat, Cláudia e Armand. Os vampiros mais importantes da sua vida.

O leitor talvez achará Louis muito depressivo, mas sua (falsa?)moralidade o torna diferente dos demais vampiros e por consequência o diferencial da abordagem da autora. Gosto de como a autora coloca o tempo e a imortalidade, como fatores psicológicos tão ou mais importantes na definição do que é um vampiro que a própria necessidade de sangue ou a fraqueza a luz do sol. Essa jornada pela imortalidade e pelo tempo, para mim supera qualquer terror ou outro gênero que trespasse a obra. Ainda pretendo ler os próximos livros e conhecer mais sobre Lestat, mas creio que mais que a personalidade marcante de Lestat é a visão da autora que me fará ler as próximas obras. 


  

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segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Resenha #349 Diva Galactica: A cidade púrpura e outras histórias (Diego Mendonça)


Diva Galactica: A Cidade Púrpura e Outras Histórias é um livro de contos do Diego Mendonça. Uma das revelações da literatura fantástica do Rio Grande do Sul. Apesar de já ter escrito muitos contos em diversas antologias, este foi meu primeiro contato com seus contos. A capa com uma ilustração chamativa, e a própria coleção remeter as revistas pulp dos anos 1920, faz uma promessa de histórias cheias de ação, aventura. E adianto que o livro cumpre o que promete porque, acima de tudo, diverte.

Acompanhamos Diva, a líder de uma trupe de piratas em busca de sustento desonesto, em várias histórias curtas que fecham aventuas em si, mas que no conjunto formam uma narrativa coesa. É o que se chama de romance fix-up, como por exemplo, Território Lovercraft de Matt Ruff e Shiroma: Maradora Ciborgue, do Roberto Causo, mas aqui o autor é mais focado em contar suas histórias individuais que numa grande narrativa que todos os contos formam. O resultado é que, diferente do livro de Matt Ruff, todos os contos são autossuficientes, não dependem dos outros para ser entendido. Inclusive, a voz narrativa nem sempre está com Diva, ainda que ela seja uma personagem muito marcante destacando-se em todas as histórias. Gosto do estilo sucinto, do uso da violência e do uso dos clichês da ficção científica que contribuem para a atmosfera de pulp que se torna mais variada a cada conto. A leitura fluiu muito bem e o livro poderia ter o dobro do tamanho que a leitura fluiria igualmente bem. Enfim, é isso, espero que venham mais livros deste autor, de preferência com mais histórias da Diva.

 
São histórias curtas, cheias de aventura, que não poupam a violência e sabe usar os clichês ao favor

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segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Resenha #348 Revista Mafagafo 3, Setembro. Corpo Estampado (Iris M. Fonseca)


Corpo Estampado é a noveleta da edição de Setembro/2020 da Revista Mafagafo. Se você acompanha este blogue já notou que minha ordem de leitura desta revista já abraçou o aleatório, mas um aleatório dentro do ano de 2020. Foi o primeiro ano em que a revista adotou este formato de contos muito bem produzidos em edições curtas mensais. Como baixei todas as edições de 2020 e joguei de uma vez só no meu Kindle estou lendo sem nenhuma ordem específica pois pretendo ler todos.

Este conto me chamou a atenção pelas onças pintadas na capa e ao começar a ler já confirmou minha suspeita, de que se tratava de uma história que brinca com a lenda da mulher que vira onça, lenda popular da região do pantanal e que ficou muito popular no resto do Brasil com a novela Pantanal. Contudo, as semelhanças param neste fenômeno, pois a história é outra pegada. Luiza é uma jovem mulher-onça (um metamorfo) que herdou esta habilidade das mulheres de sua família, sendo que elas se tornam suas mentoras nessa vida em que muitas vezes não é possível não se transformar. Gosto da abordagem do lado ruim de ter uma fera em si, que necessita matar, e fica irracional, como um lobisomem. A autora usa a condição de mulher-onça como uma forma de mostrar a união necessária entre mulheres independentes que precisam ser fortes para suportar as imposições de uma vida difícil, principalmente com as mulheres no interior. Um conto que explora bem a lenda e expande tanto no passado quando no futuro da protagonista. Muito bom!

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segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Resenha #347 Freakshow: Escape dos Sentidos (Raphael Fernandes/Daniel Canedo/Omar Viñole)


Freaskshow: Escape dos Sentidos é uma HQ da editora Draco de 2018 e conta a história de uma banda chamada Os Baudelaires, que passa por uma briga generalizada dos membros que culmina na saída do vocalista. O guitarrista e compositor da banda propõe que os demais membros joguem numa Escape Room para que a banda trabalhando em equipe possam encontrar o entendimento perdido com a briga. Uma ideia muito boa se Escape Room não fosse dirigido por um psicopata e o jogo não fosse pelas próprias vidas. A história é curta e acho que pedia mais páginas para saborearmos os momentos de tensão e terror que a própria história pede. Gosto da saída episódica da história e ela diverte como um bom slasher deste tipo faz.

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segunda-feira, 29 de julho de 2024

Resenha #346 Mundo-Vertigem (Org. Luiz Bras)


Mundo-Vertigem é uma antologia do gênero Fantasia que busca explora-lo com uma abordagem que foge completamente a fantasia tradicional, com abordagens que vão do mais lisérgico até aquelas que há uma minima alteração da realidade, sempre buscando uma prosa mais refinada. A proposta do organizador é mostrar novas possibilidades para quem lê/escreve literatura de gênero, mas também mostrar a amplitude narrativa do fantástico aos que lê/escrevem no realismo.

São mais de 30 contos, a maioria bastante curtos. Não vou comentá-los um a um, mas destaco a composição de excelentes autores, como Bráulio Tavares, Fábio Fernandes, Ivan Carlos Regina, O próprio organizador, Santiago Santos, Romy Schinzare. Alguns contos eu já conhecia, como o Charlotte Sometimes do Fábio Fernandes, e o conto do Bráulio Tavares e do Ivan Carlos Regina. Gostei dos experimentos com fantasia urbana, mas nem tanto dos contos que pouco se adentram no fantástico, porque num cenário em que muitos tem vergonha de escrever fantasia, eu acabo ficando receoso com quem não adentra com vontade no fantástico mas não deixam de ser contribuições válidas de qualquer forma. Um livro muito bom para exploração, muito bem justificado em sua razão de ser nos textos de abertura e fechamento do livro. Algo que sempre procuro fazer nas antologias que organizo.


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segunda-feira, 22 de julho de 2024

Resenha #345 Banho de Sol (Ricardo Celestino)


Banho de Sol é o segundo livro de Ricardo Celestino que já nos trouxe o sensacional Até que a Brisa da Manhã Necrose teu Sistema trouxe um livro mais provocante e profundo que o anterior. Uma obra que acabou me acertando em níveis pessoais e o fará com qualquer pessoa que minimamente já questionou o sistema.

Ricardo usa de sua escrita característica, que usa de frases em linhas quebradas combinadas com blocos, as vezes, longos de texto em itálico. Recurso esse que torna a leitura muito dinâmica apesar da prosa densa do autor. Acompanhamos Richie, (uma redução de Ricardo?) um transeunte paulistano que descobre que os registros de sua consulta com sua psiquiatra é usado em um show de comédia Stand Up. Um início muito sarcástico para a saga de um homem completamente médio e por isso mesmo ideal para mostrar a canalhice de uma São Paulo cyberpunk que não é apenas um personagem (como consuma acontecer em obras cyberpunks) como é também um dos narradores do livro. Outro narrador, é a doença psicológica de Richie, ou seria apenas uma parte dele mesmo (?) que responde por eu-neurótico-delirante. Sendo constantemente humilhado, desde o Stand Up, que é só a ponta do iceberg, a sua relação com o pai (Odair) e com a ex (Stella) o aproximam de um grupo revolucionário chamado EMB 5.0 com seu líder João da Gagueira. 

Como disse antes, é um livro que me balançou. Primeiro pois eu o li a primeira vez como leitor beta e não consegui dar nenhuma contribuição relevante mesmo tendo gostado muito da obra. Acredito que seja porque a obra não carecia de nenhum retoque. Tanto que, na segunda leitura, com a obra impressa e pronta, não encontrei nem procurei mudanças em relação a primeira versão que li. Digo isso porque a obra e a história de Richie teve muitas afinidades com minha própria história. Se no primeiro livro, Ricardo conquistou com sua prosa aliada a estética crua e cenas gore, em Banho de Sol, Ricardo entrega o microfone a cidade de São Paulo cometer um sincericídio, cheio de sarcasmo encanando uma fala de uma personalidade cheia de poder. Enquanto isso faz uma análise de todas as nossas angustias centralizadas em Richie, que são as de toda pessoa que já se questionou severamente sobre o mundo dominado pelo capitalismo.

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segunda-feira, 15 de julho de 2024

Resenha #344 Silêncios Infinitos (Nikelen Witter)


Silêncios Infinitos é o quinto livro da Série Dragão Mecânico da Editora Draco e foi o que mais me envolveu na atmosfera de tensão. Temos um romance que nos convida a investigar um mistério tanto dentro quando fora da cabeça da protagonista. 

Na história, acompanhamos uma nave colônia que busca colonizar Próxima B, segundo planeta que orbita a estrela mais próxima do sol. Esta nave não é uma nave geracional, onde os viajantes que chegam ao destino são descendentes dos que embarcaram, ao invés disso, mandou embriões congelados em uma nave. Quando a nave chegou perto do seu destino, a produção de clones que tripulariam a nave foi iniciada gerando indivíduos já adultos, mas carregando memórias de uma equipe na Terra, implantadas nos clones. Tendo algumas lembranças da Terra e do conhecimento técnico e científico dos originais escolhidos para a missão (cuja a missão foi justamente fornecer essas memórias). Desta forma, cada um recebeu um nome derivado de entidades da cultura latina e da asiática.

Passado um ano depois do nascimento dos clones (quando começa o livro) a colônia parece bem, com todos os especialistas fazendo seu trabalho de forma ordeira, mas Liu sente uma angustia que não consegue compartilhar com ninguém. Tem pensamentos e memórias de uma outra pessoa dentro de si. Contudo, antes que consiga se entender, uma crise sem precedentes inicia na colônia: o líder foi encontrado morto. Suicídio? Assassinato? Uma interferência alienígena? Casualidade? É nesse jogo que Liu tem de desvendar esse mistério enquanto tem de lidar com Teo, um membro da colônia que desconfia da normalidade de Liu.

O clima de mistério e tensão permeia todo o livro. O grande mistério sobre o que esta acontecendo foi minha grande curiosidade mas o livro aborda o grande tema da ficção científica: o que é o ser humano e inclusive politicamente uma vez que os membros da tripulação são cópias de pessoas da Terra mas eles nunca estiveram lá e nunca irão para lá. As perspectivas dessa condição pareciam que não teriam espaço em meio a crise mas o assunto acaba se tornando de importância vital. O resultado é um romance tenso com uma boa protagonista e um mistério que me prendeu o livro todo.

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segunda-feira, 8 de julho de 2024

Resenha #343 O Andrarilho das Sombras (Eduardo Kasse)


O Andarilho das Sombras é minha primeira incursão na obra de Eduardo Kasse e foi o meu "projeto tijolão" de 2024. Apesar da grossura do livro ele não chega a 400 páginas e a leitura foi muito suave, apesar da cenas de violência, pois o protagonista é extremamente carismático e segura praticamente sozinho a narrativa, por mais bacanas que sejam os coadjuvantes.

A história conta sobre Harold Stonecross, um vampiro que ressurge de uma hibernação forçada e volta a sua rotina de criatura da noite. Aqui o vampiro não é uma criatura reclusa num castelo que pega desprevenidos que invadem seu espaço, mas um predator que caça suas vítimas pela necessidade de sua condição. Não sem passar muitas vezes lamentando a sua condição, não apenas desfrutando do prazer da caça e do sabor do sangue. Tanto é que a narrativa se divide e se alterna entre momentos dessa nova fase de Harold como criatura da noite, caçando e conhecendo pessoas, amando e matando; com a vida antes da transformação, desde quando é abandonado pela família, mas tem a sorte de conhecer pessoas que o criam e convivem bem com ele, ensinando sobre as coisas do mundo.

A condução da obra é com uma sucessão de episódios que sucedem e não compõe nenhuma trama intrincada. O tom é parecido com o de Louis de Entrevista com o Vampiro, mas com menos melancolia. Harold é melancólico mas busca esconder suas dores com o prazer frívolo e passageiro de sua necessidade por sangue. Me chama a atenção também, como Kasse cosnegue transmitir a sensação de muito tempo passando, pois sentimos que Harold vive muitas vidas. Outro elemento é o sobrenatural para além da própria existência do vampiro, que aparece na cultura nórdica ainda presente na Inglaterra de Harold, sendo cultuados como deuses antigos devido a expansão do cristianismo. Deixando os detalhes de lado, eu recomendo muito o livro pois a escrita é muito envolvente e as situações muito intrigantes, mas o carisma de Harold segura todo o livro e não seria diferente se o protagonista não fosse bom.

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segunda-feira, 1 de julho de 2024

Resenha #342 Terra Morta (Tiago Toy)


Terra Morta: A Obsessão de Vitória é uma HQ da editora Draco de 2014 e conta uma pequena história em meio a um apocalipse zumbi. Vitória é uma garota completamente viciada em redes sociais e nem o fim do mundo a fará parar de caçar likes e atenção nas redes. O traço e o Preto e Branco, valorizam o grotesco e a pungência da crítica e me agradaram bastante. O amante de histórias de zumbis não vão ficar decepcionados com a carnificina e o banha do sangue. É uma HQ sucinta, sincera e nada elegante.

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segunda-feira, 24 de junho de 2024

Resenha #341 O Gaúcho (Júlio Shimamoto)


O Gaúcho é um compilado de todas as tirinhas deste personagem publicado num suplemento da Folha de São Paulo entre 1963-65, criado por Júlio Shimamoto a pedido de Maurício de Souza, que havia pedido por um herói que vivesse aventuras como nos faroestes americanos, mas num cenário brasileiro. Shimamoto cogitou encenar suas histórias no nordeste com cangaceiros, mas sua decisão final foi pelo pampa gaúcho. Surge assim Fidêncio, um ex-soldado da Guerra do Paraguai que volta aos pampas depois do conflito e decide ajudar os mais fracos.

As tirinhas eram publicadas em poucos quadros por vez, mas juntas formam quatro arcos narrativos. No primeiro Fidêncio encontra um menino que sobreviveu a um assalto que vitimou seus pais e passa a cuidar do menino. Joca acompanharia Fidêncio em todas as suas aventuras. As histórias são muito bacanas. As cenas de ação são bem feitas, apesar de não muito extensas, mas temos tramas que envolvem terras, tesouros encontrados, bandidos perigosos como nos faroestes, mas ao invés dos revólveres sacados rapidamente, a habilidade valorizada pelos gaúchos é ser bom no jogo do talho (briga com facões). A grande vantagem desta publicação é que toda a obra do personagem foi reunida aqui. Um trabalho do CAQ, Coletivo Alvoradense de Quadrinhos, de Paulo Kobielsky e Denilson Reis, fanzineiros renomados no Brasil. Vale a pena!
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segunda-feira, 17 de junho de 2024

Resenha #340 Sankofa (Juliana Vicente)


Sankofa é um conto de Juliana Vicente de 2023 que faz uma viagem afrofuturista que começa com a investigação de um assassinato na corte da Rainha Dyia, soberana de Lapak. Ela recorre ao ritual do Sankofa. O conto é bastante introspectivo e a escrita é muito envolvente e, ao mesmo tempo, consegue criar um mundo de Space Ópera muito intrigante. Principalmente porque o conto termina como o fim de uma pincelada de algo maior. Ainda sim, o conto é bastante satisfatório e não parece algo reduzido de um livro. Espero que venham mais histórias baseadas neste universo.
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