terça-feira, 5 de abril de 2016

Resenha #20 - Fundação (Isaac Asimov)

[SEM SPOILERS]
Esta resenha corresponde a primeira parte da trilogia clássica. O livro lido contém as três partes, mas como existem edições (da Aleph) em separado, - sendo elas: "Fundação", "Fundação e Império" e "Segunda Fundação" - serão resenhadas como tal.  
Fundação é um clássico da Ficção Científica e considerado a obra máxima de Asimov. A veia por onde corre a história é principalmente política, inclusive quando aborda a religião e a tecnologia. A  escala grandiosa que Asimov construiu o livro são maiores que a duração de uma vida humana, sendo necessários vários personagens para acompanharmos o que acontece. Contudo, a figura de Hari Seldon perpassa todas as longas passagens de tempo. 
A história.
Se passa em nossa galáxia em um futuro muito distante, onde existe um Império Galático de 12 mil anos. Hari Seldon é um cientista que desenvolveu a psicohistória, uma ciência matemática que calcula grandes movimentações históricas através dos milênios. Suas previsões apontam como inevitável a queda do grande império, seguido de um longo período de guerras. Seldon propôs a criação de uma Fundação para guardar todo o conhecimento humano, reduzir o período de caos com a formação de um novo império. A Fundação é criada no distante planeta Terminus e seu desenvolvimento político se dá em meio a crises com os planetas vizinhos e profecias cientificas de Seldon. No primeiro volume, acompanhamos essa longa história pelos personagens Salvor Hardin e Hober Mallow, além do próprio Hari Seldon.
Império à romana
A influência do império romano na história do império galático é bem aparente, com a profusão de conceitos como "municipalidade" e "senado". Outra semelhança é de um império tão grande que as áreas mais longínquas usam essa ausência como elemento político, além, é claro, da semelhança da queda do império romano e do galático. Contudo são inspirações políticas retiradas da história do Império romano não ficaram nada forçadas. O mesmo não se pode dizer da religião que na obra ficou reduzida a instrumento de manipulação onde só existem enganadores e enganados.
Imaginação e diversão
A escrita de Asimov é pouco elaborada na forma de usar a linguagem, segue um estilo de relatório pouco atraente por si, o que por um lado agiliza a leitura. Sua qualidade está na imaginação da história que conta. É um livro bastante divertido pelas suas viradas que são bem fundamentadas cientificamente e isso fez o autor se reconhecido. Um bom exemplo é que Asimov inventou a psicohistória através do estudo de gases que podem ser entendidos em grandes movimentos, mas incapazes de serem previstos em unidades menores.
Fundação termina com suas pequenas histórias fechadas, porém as grandes questões ficam em aberto e o leitor terá que continuar a ler os volumes seguintes, "Fundação e Império" e "Segunda Fundação". Se o leitor se satisfizer com a imaginação e se divertir lendo Fundação não será problema completar a Trilogia.
Sobre a edição lida para a resenha: Fundação (Trilogia) de Isaac Asimov. Trata-se da primeira edição pela Hemus, publicada numa época em que até uma trilogia não precisava de três livros publicados separadamente.

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