Este é a primeira, de uma série de resenhas, que farei de obras clássicas da literatura brasileira que aparecem na série Brasiliana Steampunk, que conta atualmente com um livro ("Lição de anatomia do temível Dr. Louison") e alguns contos. A série é como uma "Liga Extraordinária" com personagens da lit. brasileira. De "O Alienista", foram emprestados ao mundo criado por Enéias Tavares, Simão Bacabarte e D. Evarista Bacamarte.
[SEM SPOILERS]
"O Alienista", de Machado de Assis, gira entorno da loucura. A estória conta sobre Simão Bacamarte, um médico que chega a pequena cidade de Itaguí/RJ onde encontra espaço para desenvolver seus estudos médicos sobre a loucura. Para tanto constrói a Casa Verde que é, a rigor, um manicômio ao qual eram recolhidos todos que apresentavam sinais de demência. Contudo, a população começa a se revoltar quando pessoas consideradas sãs passam a ser recolhidas a Casa Verde.
A ironia toma conta de toda a obra que estende várias críticas ao Brasil de seu tempo. A forma como essa ironia encontra-se na obra, ou seja, o uso da linguagem, é o que chama mais atenção na obra. Os discursos dos personagens, tanto o cientificismo de Bacamarte, quanto seus bajuladores e opositores, são vazios expondo toda sua hipocrisia. Contudo Simão Bacamarte, apesar de usar seu poder para uso pessoal, não é um pragmático pois acredita no que discursa levando até as últimas consequências. Ainda assim, retoma-se o velho problema posto por platão: "Quem fiscaliza os fiscais?". Quem determina o louco, se de perto todos somos normais?
Simão Bacamarte de "Dr. Louison"
Na obra que trouxe uma estória alternativa ao personagem, Simão Bacamarte migra para Porto Alegre onde transforma o Hospital São Pedro, num Hospício. Essa versão do personagem está mais velho e aprendeu com os erros cometidos na Casa Verde (que teve um fim diferente neste livro) e deixa-se levar pela megalomania, construindo um local ainda mais complexo e realizando experimentos cruéis nos pacientes. O discurso cientificista de Bacamarte, é agora, influenciado por Cesare Lombroso e Francis Galton colocando-o como um vilão na série.
Sobre a versão lida para a resenha.
O leitor pode encontrar análises muito mais profundas que a minha, já que o autor é amplamente lido, ainda que muitas vezes por obrigação. A quantidade de versões da obra por outro lado, permitem facilitar a leitura, que é muito rebuscada para nosso padrão de leitura atual. Vale procurar livros com letras grandes e confortáveis. Pessoalmente achei uma por R$ 5,00, da editora Ática, série bom livro, edição didática, que possuí um ensaio crítico, letras grandes e alguns comentários, em rodapé, que situam umas ironias sem poluir a leitura. Existem muitas outras mais e vale a pena atentar esses detalhes para aproveitar melhor a leitura. Sem contar que, por ser uma obra de domínio público, que deixo aqui para baixar.
O ALIENISTA (em .pdf)
A ironia toma conta de toda a obra que estende várias críticas ao Brasil de seu tempo. A forma como essa ironia encontra-se na obra, ou seja, o uso da linguagem, é o que chama mais atenção na obra. Os discursos dos personagens, tanto o cientificismo de Bacamarte, quanto seus bajuladores e opositores, são vazios expondo toda sua hipocrisia. Contudo Simão Bacamarte, apesar de usar seu poder para uso pessoal, não é um pragmático pois acredita no que discursa levando até as últimas consequências. Ainda assim, retoma-se o velho problema posto por platão: "Quem fiscaliza os fiscais?". Quem determina o louco, se de perto todos somos normais?
Simão Bacamarte de "Dr. Louison"
Na obra que trouxe uma estória alternativa ao personagem, Simão Bacamarte migra para Porto Alegre onde transforma o Hospital São Pedro, num Hospício. Essa versão do personagem está mais velho e aprendeu com os erros cometidos na Casa Verde (que teve um fim diferente neste livro) e deixa-se levar pela megalomania, construindo um local ainda mais complexo e realizando experimentos cruéis nos pacientes. O discurso cientificista de Bacamarte, é agora, influenciado por Cesare Lombroso e Francis Galton colocando-o como um vilão na série.
Sobre a versão lida para a resenha.
O leitor pode encontrar análises muito mais profundas que a minha, já que o autor é amplamente lido, ainda que muitas vezes por obrigação. A quantidade de versões da obra por outro lado, permitem facilitar a leitura, que é muito rebuscada para nosso padrão de leitura atual. Vale procurar livros com letras grandes e confortáveis. Pessoalmente achei uma por R$ 5,00, da editora Ática, série bom livro, edição didática, que possuí um ensaio crítico, letras grandes e alguns comentários, em rodapé, que situam umas ironias sem poluir a leitura. Existem muitas outras mais e vale a pena atentar esses detalhes para aproveitar melhor a leitura. Sem contar que, por ser uma obra de domínio público, que deixo aqui para baixar.
O ALIENISTA (em .pdf)
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