Edgar Allan Poe é um escritor obrigatório para o gênero de horror e mistério. Em “A Carta Roubada e outras histórias” temos uma pequena coleção de seus contos, sua especialidade. Das narrativas, algumas são muito curtas e, outras, maiores, debruçam-se nas descrições de locais sombrios e a grande maioria reserva finais surpreendentes. Algum que é frequente são protagonistas que deixam pseudônimos (William Wilson) ou simplesmente resolvem ocultar a sua identidade. Um elemento que aumenta o mistério no imaginário do leitor. Vou falar sobre cada um dos 10 contos:
A carta roubada, é um conto de mistério, que abre a coletânea começa com o protagonista e seu amigo (Auguste Dupin, que aparece em outros escritos do autor) são consultados em um caso de uma carta roubada que nem a polícia conseguiu solucionar. Na sequência, Metzengerstein, é o primeiro trabalho profissional de Poe como escritor a ser publicado. O conto fala sobre duas famílias húngaras os Metzengerstein e os Berlifitizing e a maldição que cerca as duas famílias envolvendo o jovem barão e o velho patriarca, respectivamente.
As próximas duas estórias são obsessões com musas sombrias. A primeira é Berenice, um conto envolvente onde o protagonista sofre um distúrbio de atenção, parecido com algum tipo de paranoia que envolve sua prima de nome Berenice; e a outra é Ligeia era o amor da vida do protagonista que permanece na lembrança mesmo após o segundo casamento. Há uma boa surpresa nos últimos momentos, mas a narrativa é arrastada e pouco interessante em comparação aos outros contos.
A queda da Casa de Usher é um conto de mansão assombrada, mas que tem nos irmãos Usher a fonte de medo e tensão por qual o protagonista, um amigo da família que prefere manter-se anônimo (algo recorrente dos contos de Poe), passa durante toda a narrativa. Um final excelente. Também abordando a paranoia, desta vez envolvendo a própria identidade do protagonista temos William Wilson, que se sente perseguido por um homem parecido consigo na aparência e em vários outros aspectos. Final excelente. Depois temos três estórias bem curtas. O retrato ovalado, sobre o mistério envolvendo o processo de pintura do retrato pendurado numa mansão gótica e A máscara da Morte Rubra que conta sobre as noites de festa bancadas por um príncipe para sua corte que foge de uma peste que assolava a população. Por fim, O Barril de Amontillado é um conto curto sobre uma vingança planejada há anos. Final é muito bom.
O poço e o pêndulo, que fecha o livro, é uma narrativa tensa de uma tortura da inquisição. O sadismo dos elementos que se apresentam são o grande atrativo do conto. Diferente dos outros que dependem muito de uma reviravolta no final.
Como em toda coletânea existirão aqueles contos que agradam menos. Quem não gosta de narrativas muito descritivas e poucos diálogos terá dificuldade com o autor. Contudo, se o ambiente sombrio faz toda a diferença as chances de gostar do livro aumentam bastante.
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