"As Tumbas de Atuan" de Ursula Le Guin é a sequência de um clássico da Fantasia, "O Feiticeiro de Terramar", mas não é uma sequência padrão em que mostra mais uma aventura de nosso herói, ao menos não em sua visão. A história segue Tenar, uma menina que é recrutada para ser a sacerdotisa única do culto sombrio dos Inominados e passa a se chamar Arha, onde passa a viver reclusa em função de seu sacerdócio. Uma de suas funções é guardar as tumbas de Atuan, local de deuses inomináveis e tesouros mágicos.
Uma das coisas que pode decepcionar o leitor é que Ged, o lendário mago do primeiro livro, demora bastante a aparecer e ao desavisado pode não entender que este não é um livro sobre Ged, mas sobre Tenar. Outra diferença é que a primeira história se passa explorando as ilhas de Terramar, enquanto a sequência se passa praticamente na ilha onde Tenar vive reclusa. Logo, o que pode desmotivar o leitor é apenas uma falsa expectativa em relação ao livro.
"As Tumbas de Atuan" mostra uma protagonista com profundidade e simplicidade, como no primeiro livro, mas de forma diferente do primeiro porque não se trata da sequencia aventuresca padrão de Fantasia, e sim uma nova jornada sobre o ser humano do início ao fim. Ao fim do livro, somos brindados com mais um pósfácio da autora em que ela esmiúça as diferenças e semelhanças entre Tenar e Ged, muitas delas em função do gênero, mostrando que esta é uma ótima sequência para quem tiver o coração aberto para o novo.
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