terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Resenha #120 - 2001: Odisseia Espacial (Arthur C. Clarke)


"2001" é a obra mais conhecida de Arthur C. Clarke e, graças a adaptação ao cinema, uma das obras de ficção científica mais famosas do cinema. Um dos poucos filmes considerados melhor que o livro. Apesar do filme e do livro serem indissociáveis, o assunto é apenas o livro que traz o que Clarke tem de melhor: Uma história cheia de criatividade que nos leva longe na imaginação e precisão científica apurada.

A história começa 3.000 anos atrás acompanhando um grupo de hominídeos na visão de seu líder, referido como Amigo da Lua, que se depara com o monólito que o ensina habilidades que tornariam o homem a espécie dominante do planeta. O que chama a atenção nessa primeira parte são as descrições da vida cotidiana bem embasadas no conhecimento científico disponível até então. 

A segunda parte da obra, se passa no então futuro em 2001 e segue o Dr. Heywood Floyd, em uma missão até a base internacional na nossa Lua onde é encontrado o misterioso monólito, referido apenas como ATM-1. A própria tecnologia alcançada pela humanidade em 2001, mostra muito do otimismo que Clarke tinha no desenvolvimento tecnológico, comprovável pelo atual andamento da conquista do espaço. A terceira parte, que dura até o final do livro acompanha a da nave Discovery, pouco tempo depois da missão de Floyd, para explorar a pequena lua de Saturno (Jápeto) passando por Júpiter. Bowman, Poole e o computador HAL 9000, conduzem a nave com mais três membros em estado criogênico. Contudo, há um objetivo secreto, investigar uma nova ocorrência de um monólito igual ao encontrado na Lua. 

As primeiras sequências parecem acumular sem ter uma resolução, mas são muito boas para criar mistério e se mostram partes de uma única jornada de transformação e busca por respostas. Clarke usa bem as descrições dos momentos mais insólitos. Elas exigem da imaginação do leitor, até então bem abastecido de referenciais científicos, passam a acompanhar uma viagem lisérgica ao desconhecido, que é muito difícil de mensurar. Essa mudança no ritmo e da própria forma da narrativa é o que costuma desagradar o leitor desavisado. Para quem puder ler e deixar que a obra lhe abra a mente, o livro é muito recomendado!

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