"Rio 2054 - Os filhos da revolução" (2014) é uma distopia (pós)cyberpunk brasileiro escrito pelo jornalista Jorge Lourenço, que mistura diversas influências do cyberpunk num cenário pós-guerra no Rio de Janeiro.
A história se passa no ano de 2054 em um Rio de Janeiro devastado por uma guerra ocorrida há décadas que culminou na tomada do poder por megacorporações que agora gerem a cidade. Cercaram-se em uma área abastada, o Rio-Alfa, chamado popularmente de Luzes, deixando apenas as áreas contaminadas e abandonadas sem qualquer assistência no Rio-Beta (Escombros), acentuando a separação Favela/Asfalto, trazendo o High Tech/Low Life que tanto caracteriza o cyberpunk.
Miguel, o protagonista, vive nos escombros e se envolve-se numa guerra de gangues de motoqueiros, quando decide salvar a existência de uma androide senciente com quem fez amizade. Juntando-se a gangue do seu amigo Anderson, Miguel acaba descobrindo também habilidade psíquicas que o tornam o único capaz de combater a nova gangue, aparentemente financiada pelas Luzes, que desencadeiam uma guerra de proporções muito maiores que as violentas competições da área dos escombros. As habilidades psíquicas e gangues de motoqueiros são a influência direta do cyberpunk japonês Akira enquanto a androide senciente, é evidentemente de Ghost in the Shell.
O autor consegue fazer essas influências conversarem muito bem entre si, numa trama bastante atraente e ágil. Somando isso a uma boa quantidade de ação e excelentes reflexões sobre a desigualdade social conseguem entregar uma boa ficção científica. Minhas ressalvas, ficam a referência ao personagem Fred e ao Nicolas, chamados quase sempre apenas de "negro", foi uma escolha infeliz pois deixa o livro com cara de romance do século XIX. Outra coisa que pode incomodar o leitor é que o desenvolvimento do Miguel é praticamente nulo, mesmo com a descoberta de poderes e todos os tipos de perigo que ele passa, parece que apenas confirma que o que ele pensava era o certo mesmo. Inclusive seus amigos não demonstram ter qualquer influência nas decisões que Miguel toma e apenas seguem a sua vontade sem muita resistência.
A trama é bem rica em acontecimentos e reviravoltas que, somadas as excelentes cenas de ação deixam a leitura eletrizante. Influência dos melhores mangás do gênero. O autor consegue nos transportar para esse futuro com uma boa construção dessa sociedade desigual. As reflexões sociais, junto com a qualidade da ação, são os pontos altos do livro. A leitura é recomendada e inclusive me pergunto porque o autor não lançou mais outra história, pois ele escreve bem.
A história se passa no ano de 2054 em um Rio de Janeiro devastado por uma guerra ocorrida há décadas que culminou na tomada do poder por megacorporações que agora gerem a cidade. Cercaram-se em uma área abastada, o Rio-Alfa, chamado popularmente de Luzes, deixando apenas as áreas contaminadas e abandonadas sem qualquer assistência no Rio-Beta (Escombros), acentuando a separação Favela/Asfalto, trazendo o High Tech/Low Life que tanto caracteriza o cyberpunk.
Miguel, o protagonista, vive nos escombros e se envolve-se numa guerra de gangues de motoqueiros, quando decide salvar a existência de uma androide senciente com quem fez amizade. Juntando-se a gangue do seu amigo Anderson, Miguel acaba descobrindo também habilidade psíquicas que o tornam o único capaz de combater a nova gangue, aparentemente financiada pelas Luzes, que desencadeiam uma guerra de proporções muito maiores que as violentas competições da área dos escombros. As habilidades psíquicas e gangues de motoqueiros são a influência direta do cyberpunk japonês Akira enquanto a androide senciente, é evidentemente de Ghost in the Shell.
O autor consegue fazer essas influências conversarem muito bem entre si, numa trama bastante atraente e ágil. Somando isso a uma boa quantidade de ação e excelentes reflexões sobre a desigualdade social conseguem entregar uma boa ficção científica. Minhas ressalvas, ficam a referência ao personagem Fred e ao Nicolas, chamados quase sempre apenas de "negro", foi uma escolha infeliz pois deixa o livro com cara de romance do século XIX. Outra coisa que pode incomodar o leitor é que o desenvolvimento do Miguel é praticamente nulo, mesmo com a descoberta de poderes e todos os tipos de perigo que ele passa, parece que apenas confirma que o que ele pensava era o certo mesmo. Inclusive seus amigos não demonstram ter qualquer influência nas decisões que Miguel toma e apenas seguem a sua vontade sem muita resistência.
A trama é bem rica em acontecimentos e reviravoltas que, somadas as excelentes cenas de ação deixam a leitura eletrizante. Influência dos melhores mangás do gênero. O autor consegue nos transportar para esse futuro com uma boa construção dessa sociedade desigual. As reflexões sociais, junto com a qualidade da ação, são os pontos altos do livro. A leitura é recomendada e inclusive me pergunto porque o autor não lançou mais outra história, pois ele escreve bem.
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