terça-feira, 10 de março de 2020

Resenha #123 - Justiça Anciliar (Ann Leckie)


"Justiça Anciliar" ganhou vários prêmios quando foi lançado em 2013, como o Nebula e o Hugo e isso gerou um expectativa quando foi lançado no Brasil em 2018. A história segue Breq ex-membro do Império Radchaai, que agora busca vingança. Breq era a IA da nave Justiça de Toren um gigantesco porta-tropas utilizado em anexações de planetas ao território do império Radch. Grande parte da expectativa se dá a forma linguística, a flexão no gênero feminino em todo o livro, segundo a cultura do império que ignora tais diferenças. 

A história alterna capítulos no passado e no presente. No presente, Breq está em um planeta distante, gelado quando encontra a capitã Seivarden que acompanha Breq numa vingança contra a Senhora do Radch. No tempo passado, Breq retoma mil anos antes, quando ainda era a Justiça de Toren durante a anexação de um novo planeta e nos acontecimentos que levaram a dissidência da Justiça de Toren

A leitura tem o grande atrativo do estranhamento proporcionado pela flexão no gênero e na feliz escolha do tradutor, Fábio Fernandes, pois essa escolha influi muito mais numa língua que separa os gêneros como a portuguesa, do que na inglesa. O que pode atrapalhar a apreciação do livro é a grande expectativa que os prêmios geraram, e também o uso de duas linhas narrativas que precisam, cada uma um tempo para contextualizar e esquentar a história até o climax. Contudo, esse espaço que ocupa o primeiro terço do livro, é usado para pintar esse universo de várias raças, a cultura dominante do Radch e esse império em crise. 

Pessoalmente o livro me agradou bastante, o fim da leitura teve um tom amargo pois concluí já sabendo que o livro não teve uma boa recepção no Brasil, (talvez o hype dos prêmios, como disse anteriormente) e acabou deixando a trilogia sem previsão da editora Aleph para lançar as continuações até o momento.

Um comentário: