segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Resenha #260 Sombras e Ecos (J.M. Beraldo)


"Sombras e Ecos" é a terceira obra de fantasia da série Reinos Eternos, que iniciou com o sensacional Império de Diamante protagonizado pelo mercenário Rais Kasim, o sacerdote Adisa, o fanático Mukthar Marid e o estadista Zaim Adoud em Myambe, seguido de Último Refúgio onde continuamos a acompanhar o mercenário Rais Kasim e sua namorada Vema Thevar. Agora voltamos a acompanhar Kasim, que agora não é mais Rais e foge do seu passado novamente e desta vez vai parar em Duralan no extremo sul do mundo. 

Duralan é uma cidade portuária de um continente gelado - desta vez é baseado na mitologia himalaia e polinésia. Assim como as áreas habitadas no extremo norte, temos uma longa noite e um longo dia com seis meses cada. Na época noturna o porto é fechado pelo clima congelante, e é nessa situação que Kasim se encontra. Ele recebe a missão de proteger Huirau Huepo, um locchava (historiador de memórias do governo) capaz de acessar as misteriosas memórias que perambulam pela cidade. Podem ser vistas e ouvidas mas não podem ser tocadas. Contudo, uma delas aparentemente causou a morte de uma locchava e Huirau foi destacado para investigar o caso.

Somos apresentados a um novo continente, com sua própria geopolítica e cultura muito bem exploradas pelo autor durante a obra, nos proporcionando uma viagem fascinante e fantástica. Diferente dos outros livros da série, temos uma trama policial focando, não em aventuras separadas que se encontram no final do livro, mas nos dois protagonistas tentando se ajudar, resolvendo suas diferenças culturais e de afinidade enquanto procuram o assassino da locchava. O pano de fundo político dos Onze Reinos e as demais potências do continente é bem explorado e se torna interessante pois contribuem para as perguntas que os investigadores fazem e se deparam, pois o assassinato logo ganha uma dimensão política muito forte.

Acredito que o autor dividiu bem o protagonismo entre Kasim e Huirau, mesmo sabendo que a centralidade da série é de Kasim e a deste livro de Huirau. Gostei também da característica episódica do livro pois não temos um ciclo fechado de Kasim e ainda espero vê-lo em muitas aventuras. Enquanto a próxima aventura não vem, lerei o livro de contos "Oceano dos Mil Deuses"!

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