segunda-feira, 19 de junho de 2023

Resenha #290 As Brigadas Fantasma (John Scalzi)


"As Brigadas Fantasma" é a sequência de "A Guerra do Velho". Se você não leu o primeiro livro, sinceramente: dê o fora daqui, vá ler e depois volte aqui, se quiser. Digo isso, porque o definitivamente primeiro livro merece uma leitura com o mínimo de informação possível. E acredito que o segundo também. Isso acaba sendo uma recomendação de ler qualquer resenha do segundo livro também, pois As Brigadas Fantasma tem muitas surpresas simples mas muito gostosas de acompanhar e descobrir lendo. John Scalzi mantém o ritmo e o estilo ágil caracteristico da saga d'A Guerra do Velho buscando surpreender o leitor com essa visão de mundo militarizada que encanta e entristece ao mesmo tempo, sem perder a ironia e a leveza em momentos que poderiam ser densos. Afinal, Scalzi nunca perde a prioridade do livro que é divertir.

Acompanhamos o soldados das Forças Especiais Jared Dirac, um soldado criado a partir de uma consciência de uma pessoa morta, como quem já leu o primeiro livro, deve se lembrar. Revemos a tenente Jane Sagan e o comandante Szlilard, mas desta vez acompanhamos as Forças Especiais por dentro, junto com Dirac que carrega em si a consciência de um traidor, Charles Boutain. Seu crime: trair a raça humana em uma guerra, contra uma aliança composta por três raças contra a humanidade. E nem estamos falando da raça consu, a mais poderosa e avançada tecnologicamente do universo conhecido.

Uma vez que você está aqui, ou já leu o livro ou ignorou meu conselho, seguirei falando com o mínimos de revelações possíveis. O que costuma imperar em sequências (principalmente as cinematográficas) é a falta de criatividade, onde o lugar comum é repetir o tipo de ameaça tornando a maior. Nesta sequência, não deixa de ter um pouco disso. Temos um problema mais grave, ainda dentro da mesma guerra generalizada entre várias raças além da humana, afinal trata-se de um conluio de três raças inimigas; e um herói maior e melhor, uma vez que acompanhamos um soldado das forças especiais da União Colonial. Contudo, a própria origem dessas forças especiais e do soldado Dirac em si é bem utilizada para alavancar a trama. Conhecemos o herói que é feito com partes do vilão, e a busca do soldado Dirac para saber quem ele é, torna-se ao mesmo tempo o desenvolvimento de ambos os personagens. Como já dito, temos várias considerações sobre a mente humana, a consciência e a velha pergunta d'O que é um ser humano? que vão além da mera desconfiança sobre sua lealdade e tudo de uma forma leve, em um ritmo cinematográfico. É uma leitura ágil e você vai sentir as mais de 350 páginas passarem como se fossem 100. Recomendado!

Aliás, mal posso esperar por uma versão live action das historias dessa série, pois quem sabe assim, lançam o quarto volume do livro em português. Até lá terei que me contentar com o próximo A Última Colônia.

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