segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Resenha #298 O Espadachim de Carvão e a Voz do Guardião Cego (Affonso Solano)


Quase uma década após o lançamento de O Espadachim de Carvão, chega a sequência direta a história de Adapak e o mistério sobre o que ele é. Houve um segundo livro que voltava no tempo e acompanhava um ladrão lendário chamado Puzur, mas apenas agora ficamos sabendo o que aconteceu com Adapak após o final nada conclusivo do primeiro livro. Aliás, esse foi o que acredito o que menos gostei na obra. O final ficou abrupto e tudo ficou como se fosse um bom final de temporada de série mas não de um livro. Neste livro III, A voz do Guardião Cego, sinto informá-los que a história está longe do fim, porém o final foi muito menos abrupto e nos deixa muito mais interessado em saber o que vai acontecer. Resumindo, foi a mesma coisa, mas foi melhor feito.

Falei do final, mas não do início. Acompanhamos Adapak, filho de uma das quatro divindades de Kurgala (o mundo onde tudo acontece) logo após o seu sequestro por uma seita que acredita ter encontrado a reencarnação do seu profeta. Agora ele tem que lidar com o fato de que agora tem quatro esposas, fêmeas de quatro raças, destinadas a ter filhos que cumpririam uma promessa feita pelo profeta. Enquanto isso, Sirara, a pirata que havia salvo e depois perdido Adapak vai fazer de tudo para resgatar seu amigo (ou seu amor?) e pede ajuda para Jarkennun um antigo membro da tripulação do barco de Sirara que havia traído o antigo capitão, pai de Sirara, para ajudá-la a encontrar Adapak. O livro alterna entre o ponto de vista de Adapak, de Sirara e também de cartas escritas dos notários das esposas do profeta.

Aqui temos outra excelente aventura, conduzida com mais habilidade pelo autor. Apesar dos anos que separaram a leitura das obras, as raças inusitadas e bem concebidas, e toda a estranheza que é explorar Kurgala, foi uma experiência muito fluida e divertida. As ilustrações com personagens de raças diferentes ajudaram bastante a imaginação. O mapa mais detalhado é bem vindo, inclusive ele não está na primeira página, como tradicionalmente fica, assim como tudo em Kurgala foge e homenageia ao mesmo tempo ao gênero fantasia. Isso é evidente nas histórias que Adapak adora (Tamtul e Magano) e na própria construção desse mundo. É uma excelente leitura de praia e pode ser lida para relaxar e divertir. 

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