segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Resenha #269 Base em Vênus, Perry Rhodan 8 (Kurt Mahr)


[As resenhas do blogue não costumam ter spoilers, mas para esta série não teremos esta preocupação. Pois ela será escrita pensando em trocar ideia com os leitores que já leram as obras. Além disso contar o enredo das primeiras histórias não constitui grande prejuízo para quem deseja começar a série, mas de qualquer forma fica o aviso]

"Base em Vênus" é o oitavo livro da série Perry Rhodan. Onde finalmente entramos na exploração planetária. Uma das marcas da série. Após a invasão pelos DIs no volume anterior, Perry Rhodan decide que é a hora de buscar tecnologia para estabelecer a sua Terceira Potência, não apenas entre as outras potências, mas para melhor cumprir sua missão de defender a Terra de novas ameaças externas. Para isso, Rhodan convoca uma missão exploratória a Vênus pois já havia indícios de que poderia encontrar algo valioso lá. Mas antes disso, a Good Hope, nave auxiliar do cruzador arcônidas, e principal nave que Rhodan tem ao seu dispor, no momento, faz uma parada na Lua para investigar novamente os destroços do cruzador arcônidas destruído em busca de material que pudesse ser aproveitado para a construção de uma nova frota estelar. Chegando lá, Rhodan encontra a Greyhound. Uma nave estadunidense idêntica a Stardust, que havia chegado antes com o mesmo objetivo que Rhodan: obter tecnologia arcônida.

Após um leve embate, tudo é decidido muito rapidamente, com Rhodan convocando os americanos para a Terceira Potência. Achei estranho uma traição deste nível ser perdoada tão facilmente, ainda mais após uma provocação feroz do Comandante da missão, Michael Freyt. De qualquer forma, Rhodan acompanhado de alguns mutantes, os arcônidas Crest e Thora; e os astronautas estadunidenses, partem para Vênus. Lá encontram uma fortaleza escondida na floresta e são recebidos por um raio de sucção (equivalente ao raio trator de Star Trek) e uma mensagem em uma língua desconhecida e após uma fuga, decidem pousar longe da origem do raio, para que possam investir contra a fortaleza a pé mesmo.

Começa uma das primeiras aventuras de exploração planetária da série. Algo que se repetirá em vários episódios e influenciaria Star Trek, por exemplo. O cenário que a expedição encontra em Vênus é basicamente uma grande selva amazônica com dinossauros e animais enormes e grotescos. Cabe lembrar que este era o imaginário dominante sobre o planeta até dia 12 de dezembro de 1962, quando a sonda estadunidense Mariner 2 acabou com as probabilidades de haver vida no planeta. “Base em Vênus” foi escrito entre 1960-62 e foi um dos últimos exemplares dessa “velha Vênus”, essa visão romântica do planeta.

Como era de se esperar, o passeio em Vênus não foi agradável. Até gostei de parte da exploração com a tentativa de contato com uma raça de focas com algum intelecto, mas o tratamento da personagem Anne Sloane, a mutante com poder de telecinese, foi muito mal escrito. Mesmo com seus poderes, ela foi basicamente à donzela a ser salva por Rhodan e quando não estava desacordada, estava cansada ou chorando ou gritando por ajuda. De fato, um tratamento tão ultrapassado quanto à visão antiquada do planeta. O livro perdeu muito com isso.

Porém a revelação no final deu uma levantada na obra. Acompanhamos um certo “comandante” a espreita, dentro da base, sondando as intenções dos exploradores antes de tomar medidas violentas pois eles reconhecem a tecnologia arcônidas que carregam mas hesitam por não ver nenhum arcônidas com eles. Crest e Thora estão na Good Hope dando apoio. Então após capturar o teleportador Tako Takuda e sondar seu cérebro, o Comandante e Rhodan conseguem estabelecer contato amistoso e revelar a história da base. A Base de fato pertenceu a uma colônia arcônida 10 mil anos atrás, que tentou colonizar a Terra, mas foi destruída junto com um continente inteiro. Confirmando que o continente de Atlântida existiu. Além disso, o comandante revelou ser um cérebro positrônico de grande capacidade e se colocou a disposição de Rhodan, pois reconheceu sua liderança.

Não há como negar a conveniência deste achado em Vênus, mas não foi algo tirado da cartola pelos roteiristas da série. Crest já havia mencionado algumas vezes que já havia indícios de que os arcônidas haviam passado pelo sistema solar, mas os registros oficiais haviam se perdido. Logo, o achado da Base em Vênus, é um achado arqueológico até para Crest e Thora, mas além disso uma fonte de recursos que vão acelerar os planos de Rhodan para unificar a humanidade de forma inestimável. E Rhodan vai precisar.

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