segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Resenha #215 - A Terceira Potência, Perry Rhodan 2 (Clark Darlton)


[As resenhas do blogue não costumam ter spoilers, mas para esta série não teremos esta preocupação. Pois ela será escrita pensando em trocar ideia com os leitores que já leram as obras. Além disso contar o enredo das primeiras histórias não constitui grande prejuízo para quem deseja começar a série, mas de qualquer forma fica o aviso]

Perry Rhodan e mais três oficiais da Força Espacial dos EUA haviam pousado na Lua a bordo da nave Stardust.
Lá encontraram a gigantesca nave espacial dos arcônicas, que tinha realizado um pouso de emergência. Era tripulada pelos representantes de uma grande potência galáctica que, apesar de sua superioridade técnica e científica, estavam em decadência. O cientista-chefe da expedição, um dos poucos que não fora atingido pela total apatia que dominava os tripulantes, padecia de uma enfermidade do sangue que só a medicina terrena podia curar.
Perry Rhodan decide ajudar os arcônidas: retorna à Terra em companhia de Crest, o cientista-chefe e, ao invés de aterrissar em território dos EUA, prefere a solidão do deserto de Gobi a fim de evitar que os avançados conhecimentos arcônidas caiam nas mãos de qualquer potência terrena.
Rhodan tem motivos de sobra para proceder dessa forma. Seus superiores hierárquicos, contudo, veem nele um traidor…

"A Terceira Potência " é o segundo volume dessa série gigantesca que sabemos que começamos e não temos nenhuma perspectiva para terminar. Neste segundo volume Perry Rhodan, começa a colocar em prática seu plano de unificar a terra, objetivando a construção de um grande império galáctico. Notemos a mudança no tom, pois no primeiro volume, Rhodan falava apenas em preparar a humanidade para um universo cheio de raças alienígenas e tecnologia evoluída, através de uma aliança humanidade-arcônidas, e não em um império galáctico.

Apesar de sabermos das intenções do Perry Rhodan e das linhas gerais do plano, não sabemos como ele vai concretizar seus planos. Não acompanhamos os pensamentos de Rhodan, ao contrário do primeiro episódio, o que temos é um foco na humanidade reagindo a sua chegada inesperada. Acompanhamos suas decisões por fora. Entendemos que Rhodan quer consolidar a aliança arcônida-humanidade, para isso precisa evitar a terceira guerra mundial e trazer uma cura para leucemia. A doença que acometeu Crest, como já sabemos desde o episódio anterior.

A ideia de humanidade unida é muito bonita, mas não faz isso sem tomar partido nas rivalidades da Guerra Fria que tanto tenta superar e acaba agarrando-se em alguns vícios anticomunistas. Quando Rhodan é abordado por um general e alguns soldados, da “Federação Asiática”, são feito de palhaços com uma arma antigravitacional, enquanto o general americano é tratado com respeito, mesmo que ambos representem dois lados do mesmo status quo a ser superado.

De uma forma geral, temos um episódio em que os acontecimentos são muito mais acelerados que no episódio anterior. Não há suspense a ser feito em relação aos arcônidas, apenas em relação a uma possível guerra nuclear, mas mesmo esse suspense não tem muito efeito, pois já sabemos que a tecnologia arcônida tem soluções fáceis para evitar o temido holocausto nuclear. Sendo assim, além de acelerado, o episódio tem um tom mais leve, com cenas até engraçadas. O episódio termina com Rhodan conseguindo manter seu acordo com o Arcônida Crest, mas sem conseguir unir a humanidade, mesmo que seja para matar ele mesmo.

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