sábado, 5 de setembro de 2015

O repórter da CIA - Conto de William S. Burroughs

Este miniconto foi chupado descaradamente por este blogueiro da coletânea Futuro Proibido. "O repórter da Cia" foi escrito por William S. Burroughs que joga na cara todas as contradições da política estadunidense durante a Guerra Fria, período em que o texto foi escrito. O que vale dizer é que o texto foi rejeitado, de revistas ditas liberais e visionárias, assim como todos textos da coletânea. Depois de ler, comenta ai se você acha que deviam ter impedido de publicar ou se, como eu acho, os editores seja lá quem fosse eram uns cagões. Boa leitura.

O Repórter da Cia
Esta noite, seu repórter amigo e imparcial, Joe bane, entrevistará o supermulá Aiatolá Khomeyinni, que se faz passar por líder espiritual dos 32 milhões de malucos do Irã que rezam e choramingam para ALá, inspirado pelos estimulantes ensinamentos do Islã: "Alá... Alá... Alá..." E uma ninhada de asiáticos mais miseráveis, sujos e doentes surge do esgoto para escarrar sua tuberculos sobre a Antiga Glória.

Senhor Koatimundi... não é fato que sua proposta de cancelar contratos militares americanos e fechar bases americanas representa um convite para o crescimento proporcional da influência militar russa? O senhor não estaria, na verdade, rolando par a cama dos comunistas, e entregando o Irã para Moscou numa bandeja de petróleo? Falando claramente em inglês americano, o senhor não é um agente de aluguel pago pelos soviéticos sindicalizados?

Senhor Koatimundi. Em uma entrevista para o Le Monde, um jornal de Paris, França, o senhor declara que deu permissão para se prepararem... o senhor admite que a "preparação" envolve a aquisição de armas. Quando lhe perguntaram se essas armas poderiam quem sabe vir da Rússia soviética através da assim chamada Organização para Libertação da Palestina, o senhor disse: "Eu não tenho informações..." Bem, eu digo que o senhor está mentindo até as gengivas, seu banguela chupador de caralho - o que o senhor tem a dizer sobre isso - HEIM?

William S. Burroughs

Um comentário: