[SEM SPOILERS]
Uma distopia clássica da Ficção Científica, escrita no pós-2ªGM (1953). Um manifesto contra o autoritarismo para além de sua face política e também uma bela obra da literatura que se mantém, infelizmente, atual.
A estória
No futuro distópico, onde os livros são proibidos e as casas são à prova de fogo, os bombeiros têm a peculiar missão de queimar livros. Montag é um desses bombeiros e começa a entrar nesse mundo proibido através de Clarisse e Faber, enquanto tem de lidar com a desconfiança de seu chefe Beatty e de sua esposa Mildred. Estabelece-se o conflito interno de Montag, um agente da repressão e censura, com um desejo incontrolável de ser livre da alienação.
Autoritarismo do cotidiano
A crítica de Bradbury ao autoritarismo é em sua manifestação cotidiana. A rejeição voluntária ao pensamento livre é caracterizada pelas imagens que rodeiam os personagens o tempo todo. É uma crítica a era da imagem e a automatização acompanhada pelo desprezo a vida. Isso nos é mostrado pela criação de um mundo elaborado, mas com personagens fáceis de entender.
Sobre a edição
A edição lida para a resenha é esta com a capa feia da "Globo de bolso", depois fiquei sabendo da outra com a capa vermelha e preta bem mais bonita, mas ao menos a que tenho tem dois textos do autor após o fim do romance. Um posfacio em que fala mais dos personagens e um "Coda" onde rebate críticas ao livro.
Considerações finais
Se distopias já não são mais novidade, a qualidade da escrita de Bradbury se destaca como uma das melhores encontradas na Ficção Cientifica (a este somo Úrsula Le Guin). Um romance curto que em suas duzentas páginas diz muito mais que as trilogias que temos disponíveis, mas sem nostalgias, por favor, pois como próprio autor fala no posfacio existem várias maneiras de queimar um livro.
Sobre a edição lida para a resenha: Fahrenheit 451 de Ray Bradbury. A edição lida para a resenha é de 2015 editada pela Globo em versão pocket. Possui 214 páginas.
A sua resenha é muito interessante! Obrigada por compartilhar. Eu quero ler, parece que tem uma história muito relevante para o mundo atual. Nunca tinha escutado do livro de Ray Bradbury, mas li a sinopse do filme Fahrenheit 451 e me chamou a atenção. Eu gosto muito das adaptações dos livros. É excelente que não deixem a historia no livro e a adaptem ao filme. Gostei muito do trailer de Fahrenheit 451, não conhecia a história e realmente fiquei surpresa. Acho que é uma boa idéia fazer este tipo de adaptações cinematográficas. Já quero ver!
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