sábado, 2 de janeiro de 2016

Resenha #13 – O fim da infância (Arthur C. Clarke)

[SEM SPOILERS]
O fim da infância é um clássico da Ficção Científica. Arthur C. Clarke trás uma história de uma invasão alienígena sem ocupação militar ou coisa parecida. Os chamados Senhores Supremos trazem uma era de prosperidade material envolta em muito mistério. O curto romance viaja longe no tempo e no espaço sem tirar a Terra e a raça humana do centro da narrativa.

A estória mostra uma invasão alienígena cercada de mistérios. Eles chamados pelos humanos de Senhores Supremos. Eles escondem seus objetivos, bem como se negam a compartilhar sua tecnologia inclusive reusam a mostrar sua aparência. Os personagens são representantes da raça humana, que aprece ser o personagem principal, sendo que o autor alguns “porta-vozes” para tecer a narrativa. Na primeira parte acompanha o secretário-geral da ONU Rikki Storngren, o único ser humano recebido pelo único Senhor Supremo conhecido chamado Karellen. Apesar dos Senhores Supremos acabarem com as guerras e distribuírem recursos em abundância, a sua tutela não é aceita por todos. Na segunda parte, cem anos depois, acompanhamos um grupo de amigos que vive numa Terra tecnologicamente utópica sob o patrocínio dos Senhores Supremos. Algumas perguntas são respondidas ao longo da narrativa e outras são desenvolvidas na terceira parte até a conclusão reveladora e surpreendente.

Universalidade localizada

Principalmente na primeira parte a colonização é um tema implícito frente as suspeitas que cercam a relação entre humanos e senhores. O caráter de exploração da colonização não aparece pelo próprio mistério do qual os senhores se cercam. Contudo o controle implícito, vigilância sutil são uma constante na presença dos senhores. Clarke consegue manter o mistério a té sua derradeira revelação. Na segunda parte, a utopia patrocinada pelos senhores é carregada de dubiedade. A visão do autor se mostra muito racionalizada tendo como problema o tédio da maioria substituindo a desconfiança da fonte de toda essa riqueza. Outra que escapa a vontade do autor é como se dá a realização desta utopia, ainda baseada em moldes de uma família ocidental foram alçadas a condição de padrão universal de riqueza material e cultural, onde a tecnologia rompeu barreiras físicas dentro da Terra, a família ocidental padrão é a única imaginável pelo autor.


Considerações finais
Como o romance é bem curto, sendo que muitas descrições do mundo utópico ficaram rasas. Os temas sociais acabaram sendo tratados on passant pelo autor, contudo só incomodarão aos leitores que pensam mais sobre tais temas. Aos restantes os aspectos da física e astronomia são, nada menos, que uma referência para os entusiastas do assunto. A quem nunca leu, pode aproveitar o clima de suspense bem construído pela obra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário