[SEM SPOILERS]
Em Idoru, William Gibson nos entrega uma um mundo onde cada pedaço do ciberespaço construído pelos personagens possuem a mesma importância dos espaços físicos, em um ritmo mais lento e reflexivo, que o habitual.
A história
Quando Rez, um músico muito famoso, pretende se casar com uma Idoru (artista digital) o mundo das celebridades se agita. Colin Laney tem uma habilidade rara, consegue distinguir padrões em meio a pilhas de dados aparentemente imuteis e desconexos de celebridades, sendo capaz de conhecê-las melhor do que elas. O uso dessas informações pode acabar com carreiras sólidas ou elevar desconhecidos a celebridades. Já Chia é membro de um fã clube da banda Lo/Rez e vai para o Japão descobrir a verdade sobre o casamento.
O mundo das celebridades na era do ciberespaço.
Os interesses dos personagens convergem e se entrelaçam habilmente na escrita de Gibson. Não apenas Laney e Chia, mas também no guarda-costas de Rez, Blackwell e a presidente do fã clube Lo/Rez Zona Rosa, são opostos interessantes aos protagonistas.
Diferente de Neuromancer, onde o Ciberespaço praticamente engoliu o mundo físico, em Idoru, ambos os mundos são de importância equivalente. É um mundo visto por um olhar mais cotidiano, menos fantástico de forma que é menos empolgante, mas assustadoramente realístico pela forma sutil que essa influência do ciberespaço se faz presente, representado pela agência de informação Slitscan.
As novas profissões/ocupações, assentadas no ciberespaço, também aparecem neste mundo onde não existiam youtubers nem guarda-costas de players online, mas temos a de Laney, por exemplo, que nem o próprio sabe explicar e outras que requerem um pouco de imaginação para entender. Mesmo com alguns detalhes datados, a essência do livro carrega muito do que temos hoje.
Considerações finais
Poderia citar a história como um ponto fraco, mas melhor que julgar, prefiro entregar a subjetividade do provável leitor sobre o que deseja de um livro. Sendo assim, digo que não é comum ver Gibson tirar o pé do freio e nos entregar uma história mais lenta. Apesar dos personagens serem dúbios, como é característico do autor, e do estilo Ciberpunk, as ameaças aos personagens principais não ajudaram a história a deslanchar, ainda que Laney, Chia, Blackwell e Zona Rosa sejam bons personagens. Quem espera ação este livro vai se decepcionar, mas quem gosta de surfar na imaginação de Gibson vai gostar.
Sobre a edição lida para a resenha: Idoru de William Gibson. É a segunda parte da trilogia "Virtual Light", mas teve apenas este título traduzido. Foi escrito em 1996 e a edição lida para esta resenha foi publicada pela Conrad em 1999. Tem 247 páginas.
Em Idoru, William Gibson nos entrega uma um mundo onde cada pedaço do ciberespaço construído pelos personagens possuem a mesma importância dos espaços físicos, em um ritmo mais lento e reflexivo, que o habitual.
A história
Quando Rez, um músico muito famoso, pretende se casar com uma Idoru (artista digital) o mundo das celebridades se agita. Colin Laney tem uma habilidade rara, consegue distinguir padrões em meio a pilhas de dados aparentemente imuteis e desconexos de celebridades, sendo capaz de conhecê-las melhor do que elas. O uso dessas informações pode acabar com carreiras sólidas ou elevar desconhecidos a celebridades. Já Chia é membro de um fã clube da banda Lo/Rez e vai para o Japão descobrir a verdade sobre o casamento.
O mundo das celebridades na era do ciberespaço.
Os interesses dos personagens convergem e se entrelaçam habilmente na escrita de Gibson. Não apenas Laney e Chia, mas também no guarda-costas de Rez, Blackwell e a presidente do fã clube Lo/Rez Zona Rosa, são opostos interessantes aos protagonistas.
Diferente de Neuromancer, onde o Ciberespaço praticamente engoliu o mundo físico, em Idoru, ambos os mundos são de importância equivalente. É um mundo visto por um olhar mais cotidiano, menos fantástico de forma que é menos empolgante, mas assustadoramente realístico pela forma sutil que essa influência do ciberespaço se faz presente, representado pela agência de informação Slitscan.
As novas profissões/ocupações, assentadas no ciberespaço, também aparecem neste mundo onde não existiam youtubers nem guarda-costas de players online, mas temos a de Laney, por exemplo, que nem o próprio sabe explicar e outras que requerem um pouco de imaginação para entender. Mesmo com alguns detalhes datados, a essência do livro carrega muito do que temos hoje.
Considerações finais
Poderia citar a história como um ponto fraco, mas melhor que julgar, prefiro entregar a subjetividade do provável leitor sobre o que deseja de um livro. Sendo assim, digo que não é comum ver Gibson tirar o pé do freio e nos entregar uma história mais lenta. Apesar dos personagens serem dúbios, como é característico do autor, e do estilo Ciberpunk, as ameaças aos personagens principais não ajudaram a história a deslanchar, ainda que Laney, Chia, Blackwell e Zona Rosa sejam bons personagens. Quem espera ação este livro vai se decepcionar, mas quem gosta de surfar na imaginação de Gibson vai gostar.
Sobre a edição lida para a resenha: Idoru de William Gibson. É a segunda parte da trilogia "Virtual Light", mas teve apenas este título traduzido. Foi escrito em 1996 e a edição lida para esta resenha foi publicada pela Conrad em 1999. Tem 247 páginas.
Edições do Japão e do Reino Unido, respectivamente.
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