terça-feira, 7 de maio de 2019

Resenha #92 - Espadachim de Carvão: As Pontes de Puzur (Affonso Solano)

"Espadachim de Carvão: As Pontes de Puzur" de Affonso Solano é a continuação de Espadachim de Carvão que expande o continente de Kurgala, adicionando elementos de outra era na história do continente pois a história volta ao passado. Desta forma o personagem principal acaba sendo o ladrão da raça Ushariani chamado Puzur, ao invés de Adapak.

Puzur é mencionado no primeiro livro como o primeiro possuidor conhecido das três espadas lendárias: Igi e Sumi (que vemos no livro anterior com Adapak) e Lukur (que Telalec usa para rastrear Adapak) e sua estória começa quando o ladrão vai entregar o produto de um roubo a ricaços e tudo dá errado. Na fuga, encontra uma cocheira chamada Laudiara que passa a ser sua companheira nessa aventura na qual encontra uma ordem religiosa de fanáticos entre outros mistérios, mas não apenas isso. No primeiro romance temos uma estrutura interessante de revezar o passado do protagonista com o presente. Nesta sequência, a obra intercala o que aconteceu com Adapak com a história do ladrão ushariani.

O livro conta com trechos escritos como carta, o que acho sempre bem vindo, e contém o mapa de Kurgala, que quase sempre faz falta num livro de fantasia. A escrita continua ágil e leve apesar da diversidade de raças travar um pouco a leitura numa história tão curta. O aspecto ruim do livro é que ele acaba sendo uma transição de um livro que ainda não tem previsão de sair. Aguardemos.

Atualização. O terceiro livro saiu. Clique na tag da Série: Espadachim de Carvão.
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terça-feira, 30 de abril de 2019

Resenha #91 - Dezoito de Escorpião (Alexey Dodsworth)

Dezoito de Escorpião de Alexey Dodsworth é um romance de Ficção Científica brasileira, vencedor do prêmio Argos 2015. A obra consegue combinar tanto uma obra de ficção clássica com uma ambientação no Brasil de forma muito sólida.  

Na história, acompanhamos vários personagens que invariavelmente sofrem com a sensibilidade eletromagnética alem de seus próprios contextos sociais, sendo os principais: Arthur, Laura, Lionel e Martin. Todos acabam sendo convidados pelo misterioso Dr. Ravi Chandrasehkar para habitar a Vila de Mahipu, um vilarejo indígena onde a organização secreta Areté abriga vários "Eleitos" portadores da sensibilidade para estudos. A história remonta diversos momentos do tempo, dos anos 1920 até 2070, passando pela descoberta de uma estrela gêmea do sol, a 18ª estrela em brilho da constelação de escorpião até pela busca de novas forma de vida inteligente no universo.

O que chama a atenção é a desenvoltura em criar uma ficção científica brasileira em que não se pauta no que acontece nos Estados Unidos, o que é bem vindo pois o complexo de vira-latas torna isso tudo mais inusitado que deveria. Outra qualidade bem vinda são as histórias dos protagonistas antes de se cruzarem, sem muito moralismo contam histórias tristes e pesadas e muito bem trabalhadas. Contudo, a história em si não desenvolve de forma conclusiva e isso se justifica pela continuação que se molda a medida que o livro vai terminando.

Acreditava que o livro terminaria em si, pois estava com planos de terminar as sequencias de obras já lidas e não de iniciar mais outra. Isso vai ter que ficar com o próximo livro, mas este vai ficar na minha mente por um tempo.Recomendo a leitura e muito!
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terça-feira, 16 de abril de 2019

Resenha #90 - Lotaria Solar (Philip K. Dick)

Estamos chegando perto da resenha de número 100, e não queria chegar a tantos livros lidos e comentados no blog sem ler o primeiro livro do meu autor favorito, Philip K. Dick. A obra desta semana é Lotaria Solar (Solar Lottery) de 1956. Esta obra se encontra em português apenas na sua forma lusitana editada pela Europa-América na coleção FC, que junto com a clássica Argonauta traduziram e publicaram centenas de livros de Ficção Científica. Muitas destas obras, assim como "Lotaria Solar", ainda são as únicas forma de encontrar livros em português. Homenagem e reconhecimento feitos, vamos a nossa resenha.

Passado séculos no futuro, por volta de 2203, apesar de termos sido capazes de colonizar os nove planetas, a humanidade desmoronada socialmente pela queda dos governos, busca reerguer-se sob a base do Minimax, uma máquina que calcula aleatoriamente, sorteia e nomeia o cargo mais alto da administração humana, o cargo de Interrogador-chefe. Este cargo, contudo, não dava grande conforto pois segundo a lei, pretendentes ao cargo poderiam propor desafios de morte, enviando assassinos públicos e desafiadores ricos para eliminar o Interrogador-chefe.

Nesse mundo acompanhamos Ted Benteley, um operador juramentado e, até então, crente no sistema de juramentos (algo como suserania e vassalagem medieval) que busca um novo senhor para servir e o encontra no atual Interrogador-chefe, o rico e poderoso Reese Verrick. Então, o Minimax resolve sortear novamente o prêmio máximo dando o cargo para Leon Cartwright, um servidor simples, de baixa classe e meia idade, e adepto do culto a Preston, um profeta que dizem habitar um décimo planeta, um local não abrangido pelo Minimax. A partir daí dá-se uma caçada pública ao novo Interrogador-chefe, onde Reese Verrick desafiará com um assassino público e um plano ousado.    

O autor cria um mundo socialmente absurdo e conduzido por uma máquina elaborada em determinar o aleatório, que gera uma mania generalizada por amuletos animistas. Uma possível alegoria para o racional sendo usado para irracionalidades. Algo como o avanço tecnológico de metralhadora bem sucedida em causar mortes durante a 1GM. Além do sistema de suserania e vassalagem que regem as relações entre as classes nesse mundo. Apesar dos cálculos avançados de reorganização social, a ideia do prêmio acaba acirrando as desigualdades, gerando a maior discrepância que é a figura de Verrick, um homem muito poderoso e ambicioso que não mede recursos para voltar a ser Interrogador-chefe. Cargo que praticamente não é explicado, sequer exemplificado, pois seus ocupantes são descritos apenas como seres que tentam se defender dos assassinos públicos, defendidos pelo Corpo, um grupo de telepatas que agem como segurança pessoal do Interrogador-chefe.

Esse absurdo social, as mostras de pseudoentidades, o uso irracional da racionalidade são elementos incipientes nessa obra e, sinceramente, que bom que é assim pois PKD tem uma evolução nos temas e dá mais profundidade as suas histórias que são muito melhores, apesar desta ter me agradado bastante pelas intrigas e ação. Recomendado.
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segunda-feira, 8 de abril de 2019

Resenha #89 - A Cidade das Ilusões (Ursula Le Guin)

A Cidade das Ilusões (1967) é o terceiro livro de Ursula Le Guin do ciclo Hainnish, aquele que se passa no mesmo universo dos livros mais conhecidos da autora: "A Mão Esquerda da Escuridão", "Os Despossuídos" e o menos conhecido, "O Mundo de Rocannon", resenhados aqui. Também já titulada como "Viagem no Tempo", a edição que li é da Editora Argonauta em português lusitano, que ficou bastante palatável aos olhos brasileiros o que facilitou bastante a apreciação da leitura.

A história se passa na Terra, muitos séculos no futuro, depois de entrar na Liga dos Mundos e das guerras que a isolaram de outros planetas humanos, obrigando as populações a ficarem em pequenas tribos impedidas do progresso como conhecemos por causa dos Shings, os imperadores do mundo conhecidos como essencialmente mentirosos. Numa dessas tribos, Falk é abrigado, sem memória inclusive da origem e de sua aparência notoriamente alienígena (cor clara e olhos amarelos como um felino). Após cinco anos recluso reaprendendo tudo, com o que a tribo podia lhe oferecer Falk decide explorar o mundo e encontrar a verdade sobre si e é ai que a jornada começa e nela se compõe toda a narrativa do livro.

Quem já leu algumas obras da autora sabe que a escrita e a imaginação é o forte e aqui não é diferente. Apesar de considerado não tão bom quanto os livros mais conhecidos, cabe citar uma diferença positiva entre as outras obras já resenhadas da autora: Temos um mistério intrigante a respeito de quem é Falk, e após as revelações que vão acontecendo durante o livro. Elemento que não pautaram os outros livros da série e não são comuns nas obras da autora. Achei algo bem vindo. O ponto negativo é o final que ficou, senão em aberto, com possibilidades de contar mais o que acontece, mas ai voltamos a característica da autora de se ater a jornada e a mudança do personagem do que explicar o contexto geral de tudo.

Recomendo a leitura porque a obra se basta (para quem vai ler apenas este livro) tanto quanto traz mais informações sobre a Terra e a Liga dos Mundos para quem, como eu, quer ler todos os livros do ciclo. Para esses, é leitura obrigatória! 

Segue a ordem cronológica das obras do Ciclo Hainnish, junto com o ano de publicação de cada obra:
- Os Despossuídos (The Dispossessed) – 1974;
- Floresta é o Nome do Mundo (The Word for World Is Forest) – 1976;
- O Mundo de Rocannon (Rocannon’s World) – 1966;
- Planeta do Exílio (Planet of Exile) -1966;
- A Cidade das Ilusões (City of Illusions) – 1967;
- A Mão Esquerda da Escuridão (The Left Hand of Darkness) – 1969;
- The Telling – 2000;
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terça-feira, 12 de março de 2019

Resenha #88 - Count Zero (William Gibson)

Estamos de volta a Matrix, depois de muitos livros lidos e resenhados aqui no blog desde Neuromancer, agora vamos para a sequência do clássico da trilogia do Sprawl de William Gibson "Count Zero". A história se passa nove anos depois dos acontecimentos de Neuromancer com personagens novos exceto pelo Finlandês (único personagem que aparece na trilogia). 

Temos três personagens principais que intercalam contanto suas próprias histórias até que a trama junta todos nos momentos decisivos. O primeiro é Bobby Newmark, conhecido por Count Zero/Conde Zero um rapaz que sonha em ser um cowboy do ciberespaço (que chamaríamos hoje de Hacker) e acaba se deparando com uma nova tecnologia de chips que o coloca na mira de uma conspiração; Marly Kushkova, uma especialista em arte contratada por Josef Virek, um milionário excêntrico belga, para encontrar uma caixa misteriosa capaz de criar uma nova tecnologia de chips; e Turner um mercenário a serviço da corporação Hosaka incumbido de resgatar um engenheiro de chips da empresa concorrente que deseja desertar.

A escrita de Gibson melhora sensivelmente nesta sequência, isso deve ajudar a apreciação para quem achou Neuromancer um pouco truncado, contudo o regresso ao mundo já conhecido também auxilia pois o autor não precisa retomar todos os conceitos que já havia criado na obra anterior. Acredito que Gibson usou melhor o espaço necessário para criar o mundo, já construído aqui, para cuidar melhor da trama e dos personagens. Bobby Newmark ficou ótimo, um alívio cômico que funciona e com uma função importante história. Turner tem profundidade muito maior que os brutamontes costumam ter (mas afinal estamos num livro) e Marly foi escrita de forma sensível em contraponto a Josef Virek um bilionário que vive por aparelhos e deseja ser um ser da Matrix, abandonar a humanidade (um protótipo de Bigend, o milionário belga de trilogia Blue Ant). 

A diferença maior diferença entre as duas obras é a estrutura da trama, substituindo a linear de Neuromancer por três linhas narrativas que se encontram. De forma geral, temos o mesmo efeito da obra anterior, Gibson trouxe nos anos 80 um mundo que se passa no nosso presente imaginando a o ciberespaço modificando totalmente na nossa vida e ao expor sua visão acabou contribuindo para moldar o próprio futuro que acabou se concretizando no nosso presente, obviamente não em todos os detalhes mas na essência. Um exemplo divertido é a expressão "wilson" que é um equivalente ao "noob" de hoje. 

Em Count Zero, Gibson consegue ser mais objetivo e colocar mais ação o que torna a leitura mais prazerosa. Recomendo muito a leitura e que venha Monalisa Overdrive o ultimo da trilogia!
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terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Resenha #87 - Assembléia Estelar: Histórias de Ficção Científica Política (Org. Marcello Simão Branco)

Uma das metas para esse ano é ler mais livros de contos e livros de sequências de obras já resenhadas no blog. Então, "Assembléia Estelar: Histórias de Ficção Científica Política" é uma coletânea de contos de FC que abordam a política em algum nível. São contos selecionados pelo editor somados a contos estrangeiros que foram traduzidos, então ao lado de conhecidos nomes nacionais, como Roberto de Sousa Causo, André Carneiro e Carlos Orsi, temos Úrsula Le Guin, Orson Scott Card e Bruce Sterling. O organizador não tem nenhum conto no livro, mas sua introdução já é um artigo que faz um belo apanhado histórico da relação da Ficção Científica com a Política, resgatando o termo e as obras relacionadas a Utopias, passando pelas distopias incluindo as obras brasileiras. Contudo, as breves análises para justificar algumas obras (posso falar apenas das que li) são bastante falhas, como por exemplo resumir Fundação a uma defesa da democracia quando na verdade Asimov abertamente se inspirou num livro que narra a queda do Império Romano e a própria Fundação não tem nada de democrática. Os contos contam com uma breve biografia do autor e um breve resumo do conto que vamos ler e também são bem estranhos, algum equivocados e até desnecessariamente provocativos, afinal se o editor não gosta de um espectro político, poderia escrever artigo ou um conto, e não usar aquele espaço antes de cada conto para isso. Acho que prejudica a coletânea mas os contos continuam valendo por si e temos alguns muito bons, outros nem tanto o que deixa o total bastante irregular e, sinceramente, alguns contos sobraram e poderiam ter ficado de fora para deixar o livro mais enxuto.

Acabei invertendo a ordem que sempre faço, falando do livro em geral antes dos contos de forma individual, então vamos aos comentários conto a conto: 

A queda de Roma antes da telenovela (Luis Filipe Silva): Conto curto que mostra um futuro onde as decisões políticas do parlamento são completamente integradas a televisão num sistema online, parecido com um reality show. Nesse mundo Idílio, uma espécie de presidente da assembléia, trava diálogos sobre o funcionamento da democracia com Morais, um parlamentar a moda antiga. O contraponto de Moraes, como personagem é entre um regime tecnocrata, tão atendo as coisas miúdas que faz perder o foco de grandes realizações. A história tente mais a reflexão do que para a ação. 

Anauê (Roberval Barcellos): Conto de um subgênero que gosto muito: História Alternativa. Aqui temos um Brasil de 1980 que é governado pelos integralistas quando derrubaram Getúlio Vargas em 1938, e se aliaram aos nazistas. Infelizmente aqui, temos uma realidade alternativa bem construída mas mal justificada pela forma que o integralismo muda o Brasil. A adoção do Tupi-guarani como língua oficial é até aceitável mas o quase abolimento do uso do português não mesmo, mas o que mais incomoda é a questão racial dos judeus trazer tanta indignação aos integralistas (aliados de nazis), uma vez que existe uma longa tradição de germanófilos no integralismo. Sobre bases tão frágeis a história toda descamba para a ingenuidade, inclusive ressaltando defeitos como a construção dos diálogos e das cenas decisivas que ficaram pobres.

Gabinete blindado (André Carneiro): Membro de um grupo de resistência narra suas lembranças de forma fragmentada e intuitiva. A narração em primeira pessoa traz uma forma intimista que ajuda a dar forma mas o conto sofre pela falta de informação que nos deixa um pouco perdido em meio as reflexões. A introdução do conto, escrita pelo organizador, resume a história de forma bem impertinente o que influi na apreciação da história.

Trunfo de Campanha (Roberto de Sousa Causo): Noveleta inserida no mundo de Space Opera criado pelo autor, já publicada em mais de um livro e contos. O personagem principal é Jonas Peregrino combatente de elite que se vê envolvido em uma trama política quando recebe um convite de um proeminente político em ascensão, em um período de mudanças num pós-guerra contra uma raça alienígena. A trama que coloca o protagonista no jogo político é explicada demais, e explicar tantas coisas desse mundo não deveria ser função de um conto nem de uma noveleta, e sim instigar o leitor a buscar mais e esse algo a mais está disponível inclusive no site do autor. Outra coisa que atrapalha a apreciação é que Peregrino não apresenta conflito em praticamente nenhum momento do conto ao contrário de Fátima Feldman, a femme fatale clássica, e por isso a narração deveria acompanhar ela, pois ela quem se transforma ao cabo da história. Fora isso, o mundo é interessante e rico, mas gostaria de ver mais suavidade no passar de tanta informação.

Diário do cerco de Nova Iorque (Daniel Fresnot): Narrado como um diário, um escritor francês em visita a Nova York justamente em um momento de crise entre o prefeito da cidade, John Fillick e o governo federal que leva a um conflito armado. A narrativa prende o leitor com um ritmo e desenvolvimento maravilhoso que passa muita tensão e mostra o fanatismo levado a extremos.

Saara Gardens (Ataíde Tartari): Conto bastante curto sobre tramas politicas, em que um empreiteiro deseja colocar um político favorável a seu projeto imobiliário no deserto do Saara na presidência do governo global nas próximas eleições desbancando a favorita que é ambientalista. Acredito que abordagens desse tema exijam mais palavras pois o gosto dessas histórias está na complexidade que o conto não alcança, mas vale pelas referências a política brasileira.

Era de aquário (Miguel Carqueija): O conto traz um momento rotineiro de um político que vai fazer uma palestra numa universidade porém em um mundo onde assassinatos políticos e crises sociais são comuns. Conto com ritmo bom mas sem picos de emoção, vale pela reflexão por imaginar uma linha que ainda não cruzamos por aqui (ou já?!)

A evolução dos homens sem pernas (Fernando Bonassi): Conto sem diálogos, apenas descrições mas o faz de forma bem feita, pintando um quadro gradativo da evolução humana levando para um caminho bizarro numa metáfora crítica carregada de ironias. Vale a leitura pelas provocações que podem causar ao leitor e que vão bater de frente (ou não) com suas convicções políticas.

A pedra que canta (Henrique Flory): Outro conto de História Alternativa, o que me agrada bastante. Conta a história de Gabriel, uma criança doente que recebe um implante cirúrgico que o permite ver os pontos fracos de estruturas e é utilizado em uma missão de sabotagem em uma guerra do Brasil contra a Argentina. Ótimo desenvolvimento, história e personagens.

O dia antes da revolução (Ursula K. Le Guin): Noveleta conta as memórias da revolucionaria anarquista Odo no planeta Urrás, um dia antes de uma grande revolução. Essa história, se passa mais de 600 anos antes do livro clássico da autora, "Os Despossuídos" (Meu livro favorito de FC, sim o primeiro!). Além da escrita muito acima da média, característico da autora, o conto não tem momentos de ação nem picos de tensão tendendo mais a reflexão, afinal estamos nas memórias de uma idosa mesmo que seja uma idosa prestes a desencadear um evento de grandioso que levará ao exílio em Anarres mas ai já é a história do livro. No fim das contas, vale muito a leitura para quem conhece o livro, para quem não leu serve como prólogo.

O grande rio (Flávio Medeiros Jr.): Conto de ficção científica com viagem no tempo por excelência. O assassinato de John Kennedy é planejado com anos de antecedência por um Arauto do futuro em missão para salvar a humanidade de uma guerra catalclismica. História excelente, que vai acrescentando camadas de acontecimentos sem se perder e que mexe com o imaginário de conspiração que envolve o acontecimento. Gostei bastante!  

O originista (Orson Scott Card): História se passa no mundo do clássico de Asimov: Fundação (Mais precisamente entre o primeiro e segundo livros), seguindo Leyel Forska, cientista de uma rica família nobre de Trantor, quando tem seu pedido de entrada na Fundação negado pelo Hari Seldon e em meio a isso Leyel realiza um estudo linguístico a respeito da origem do homem. O desenvolvimento do conto é complexo e envolvente, Card segue os passos de Asimov surpreendendo com um final maravilhoso. O conto é o mais longo do livro, contudo a escrita flui muito bem. Vai ser difícil não pensar no mundo de Fundação sem lembrar desse conto tamanha a forma com que ele se encaixa na trilogia original.

Questão de sobrevivência (Carlos Orsi): O caos social se instala na São Paulo de 2030. Doenças radioativas levam uma comunidade organizada e controlada por um partido de esquerda. Nesse mundo, um assalto a um carregamento de leite materno por um grupo de resistência mostra o lado mais triste dessa realidade. Gostei do conto ser embebido de cyberpunk puxado muito mais para o lado "punk" do que "cyber", pois foca no aspecto mais social e cruel de um futuro distópico e caótico.

Vemos as coisas de modo diferente (Bruce Sterling): Resenhado nessa postagem do blog. Que este fim abrupto fique como um convite a explorar mais o blog.


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terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Resenha #86 - O Hobbit (J. R. R. Tolkien)

"O Hobbit" é um dos livros mais conhecidos de J. R. R. Tolkien, depois do épico "O Senhor dos Anéis". É aquele tipo de obra que inspirou praticamente todos autores de fantasia e tem todos as características conhecidas que os outros autores buscaram copiar e/ou subverter. Trata-se de um livro de Fantasia sobre uma longa jornada narrada para um público infantil. É um ritmo que puxa para a oralidade, como um livro para ser lido para uma criança. Isso significa que o leitor adulto precisa estar consciente da linguagem que o livro emprega e sua forma. É bastante descritivo e o narrador sabe que está narrando uma estória, ao invés de simplesmente contá-la.

A estoria é a de Bilbo Bolseiro, um Hobbit, que é convidado pelo Mago Gandalf para acompanhar 13 anões a recuperar seu tesouro ancestral guardado pelo temível dragão Smaug. Grande parte do livro é dedicada ao longo caminho que os aventureiros tem de enfrentar encontrando Trolls, Elfos, Homens, Aranhas gigantes e, claro, muitos Orcs. Uma tipica jornada do herói, como sistematizada décadas depois por Joseph CampbellO contexto da 1ª Guerra Mundial aparece no livro quando a batalha dos cinco exércitos é construída pelos desentendimentos e pela busca do tesouro entre quase todas os tipos de seres que aparecem no livro.

O livro foi um sucesso tão grande que foi solicitada uma continuação que acabou se tornando "O Senhor dos Anéis" obra máxima do autor e uma das mais conhecidas obra de Fantasia. O que pode desestimular o leitor é a pouca presença de diálogos e as longas descrições até a construção frágil dos personagens secundários. Contudo a construção de mundo é imersiva em virtude dos detalhes.
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terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Resenha #85 - Os livros apócrifos (Org. Rubem Cabral)

"Os livros apócrifos: antologia de histórias inspiradas na Bíblia" da Editora Cáligo é uma coleção ousada de contos tirados da mitologia cristã, muitas vezes subvertendo acontecimentos conhecidos mostrando versões alternativas de episódios conhecidos, algo parecido com a História Alterativa na Ficção Científica, mas aqui com acontecimentos mitológicos. Há também, releituras nos tempos modernos, climas conspiratórios e romances acalorados. As leituras são muito variadas muito bem distribuídas nos oito contos dessa coleção. Vamos olhar cada conto individualmente, antes do conjunto:

Metamorfoses (Raione L. P.): Pavel é um agente de Estado na Checoslováquia em plena guerra fria que fica obcecado por manuscritos apócrifos escritos pelo próprio Jesus de Nazaré. Conto ambienta muito bem o clima de intrigas palacianas, delações que podiam levar uma condenação a morte, deixam o clima pesado. O que já é um atrativo do conto em si. As revelações de Jesus feitas a Judas são interessantes e entram muito bem no clima do conto contraponto a religião e o comunismo do país naquela época. 

O Irmão mais novo (Rubem Cabral): Caim deveria matar Abel para mostrar como a inveja e o assassinato são pecados abomináveis, mas nesse conto Abel encontra uma oportunidade de mudar seu destino para salvar seu irmão do exílio e de si próprio. O autor vai longe na criatividade da história, invadindo os meandros da mitologia cristã e nos entregando uma história surpreendente. Quem já conhece Rubem Cabral pela resenha que fiz de Linha Tênue aqui no blog já sabe da qualidade e criatividade do autor.

Os três dias (Fábio Baptista): O que teria acontecido no intervalo de 3 dias entre a morte e ressurreição de Jesus? O conto preenche essa lacuna com um texto leve, fluido com boas doses de sarcasmo pelo personagem Lúcifer que rouba a cena. A introdução com os homens que foram crucificados ao lado de Jesus também é muito bem feita e enlaçada na narrativa ao longo do conto. 

A Torre de Nimrod (Valentina Silva Ferreira): Versão alternativa da Torre de Babel, que é o mito usado para explicar as muitas línguas que nós usamos. Na versão da autora Deus está fraco demais para impedir os planos do Rei Nimrod que ordena a construção da torre. O conto nos prende para sabermos até quão longe os planos do rei vão.

Epístola de Pilatos (José Geraldo Gouvêa): Pitatos assume a narrativa, em primeira pessoa, deste momento decisivo na vida de Jesus de Nazaré quando é oferecido o perdão para um de três criminosos na Páscoa, mas algo sai diferente do conhecido na Bíblia. A escrita ganha muita personalidade pela personalidade de Pilatos e a visão romana dos acontecimentos em forma de carta.

Salomão e a Rainha das Luzes (Cláudia Roberta Angst): O conto dá vida e cor numa versão  romântica do encontro entre a Rainha de Sabá (Makeda) e o Rei Salomão. Na bíblia, não há referência do romance entre os dois mas na tradição etíope (onde acredita-se que tenha se localizado o reino de Sabá) além do romance, um filho também foi gerado desse encontro e é essa versão popular e levemente picante, que a autora desenvolve o romance do conto.

O Evangelho Sangreal (Bia Machado): Conto curto onde é exposta a visão de Maria Madalena sobre o material apócrifo mais conhecido dos últimos tempos: A evidência de que Jesus e Maria Madalena fossem um casal com filhos. A narrativa em primeira pessoa tem aquele clima bacana de revelação e "bastidores" desse segredo que dão um tempero especial ao conto.

A Escada de Jafar (Gustavo Araújo): Voltamos aos tempos modernos, na Palestina sitiada por Israel onde temos uma versão da conhecida história de Esáu e Jacó, aqui Namir e Jafar, onde a transposição dos momentos principais com a modernidade e a questão Israel/Palestina foi feita com muito apuro histórico, sem perder a emoção do drama familiar. O autor sabe trazer o sentimento na sua escrita como constatamos na resenha que fiz do seu romance, Pretérito Perfeito

Vem (Diogo Bernadelli): Para encerrar a antologia, o Apocalipse cristão, trazido para o que sobrou das terras brasileiras na pele dos últimos sobreviventes abandonados numa comuna, que vive num prédio abandonado mas não estão sozinhos. O conto traz uma atmosfera intimista onde a falta de esperança toma conta de tudo. Confesso que achei o final um pouco confuso mas também não sei estimar até onde a falta de leitura minha desta parte da bíblia interferiu. 

A edição tem abordagens bem variadas mas todas foram muito bem escritas e a pouca quantidade de contos mostra que não é um livro com páginas demais. Cada conto ajuda a integrar um todo de abordagens muito bacanas da bíblia. Tudo isso numa edição física muito bonita, com capa, letras em formatação que brincam com a estética de documentos sagrados e antigos. Sei como é difícil ao leitor aceitar recomendações de coletâneas, pois não faltam edições de vanity press pagas (que compromete a qualidade), que além de possuírem temas genéricos que costumam ser ignorados para caber mais gente. Contudo, aqui temos uma pérola em meio a tantas coisas de genéricas por ai e eu recomendo muito.

Geralmente não coloco link de venda de livros, mas por ser uma editora pequena, fora dos grandes círculos, e honesta com autores e leitores tem que ser incentivado, ainda mais quando o preço está muito bom. 
Link para o site de venda do livro: https://caligo.lojaintegrada.com.br/os-livros-apocrifos-antologia-rubem-cabral-org
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terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Resenha #84 - Selva Brasil (Roberto de Sousa Causo)

"Selva Brasil" (2010), de Roberto de Sousa Causo é uma Ficção Científica brasileira de História Alterativa. É um desdobramento da literatura de FC, que imagina os rumos políticos, sociais e/ou tecnológicos se certos acontecimentos importantes fosse de outra forma. Já temos uma tag razoável de resenhas e postagens sobre História Alternativa, incluindo a resenha da obra mais famosa da História Alternativa: "O Homem do Castelo Alto" de Philip K. Dick.

O "e se" de Selva Brasil é quando o então presidente Jânio Quadros perpetrou seu plano de invasão das Guianas contando que os EUA iriam apoiar o Brasil contra a coalizão de ingleses, franceses e holandeses os estadunidenses se voltam contra o Brasil, lançando o país numa guerra de atrito onde perdemos uma parte da Amazônia apesar do apoio militar da URSS e outros países da America Latina como a Argentina. Passados mais de 20 anos nessa guerra de atrito chegamos a 1993 quando sargento Roberto Causo, sim o protagonista é a versão do próprio autor nesta realidade, está em missão de substituição de tropas na fronteira com as Guianas e embrenha-se entre guerrilheiros desertores e no mistério escondido na selva que joga o EB contra os melhores soldados dos EUA.

O que chama a atenção da obra é que em muito poucas páginas o autor traz uma coerente realidade alterativa no plano político e seus desdobramentos, bem como uma alterativa de sua própria história, onde o autor de fato serviu ao exército mas não seguiu carreira como o seu duplo. A escrita é ágil e direta, o que é excelente para descrever a ação militar, com jargões de valorizam a ambientação do meio militar, que não conheço mas fica a prova de quem sabe. O que fica faltando para completar essa realidade é o ambiente social dessas décadas após a invasão das Guianas, mas a ambientação nas selvas brasileiras, longe das grandes cidades, camufla habilmente. Fica a vontade de ver mais histórias ambientadas nessa realidade pois ficou muito criativo e com diversas aberturas para uma continuação. 
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terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Resenha #83 - Império de Diamante (J. M. Beraldo)

"Império de Diamante" (2015) é um romance de fantasia do João Beraldo, o primeiro da série "Reinos Eternos" que venceu o prêmio Argos em 2016 e não foi a toa: o mundo criado foge do padrão da fantasia medieval baseado na Europa e coloca sua aventura em Myambe um continente baseado na cultura africana e indiana.

A história é complexa, mas o autor conduz o leitor com bastante habilidade, sem pressa e sem enrolar. Tudo começa há 20 anos quando o guerreiro mercenário Rais Kasim se auto-exila após uma batalha perdida contra as tropas do Imperador de Diamante em sua última conquista. No continente de Myambe o Império de Diamante, suprimiu culturas e conquistou todos as nações entorno de seu imperador, mas os rumores de que o império está caindo vão colocar quatro personagens principais numa trama para derrubar o império, 20 anos depois. Rais Kasim, um mercenário de Myambe que depois de décadas fora do continente volta para pegar trabalhos liderando um grupo de mercenários estrangeiros; Mukthar Marid, guerrilheiro rebelde que luta fervorosamente pelo fim do império; Adisa, um jovem sacerdote da Ordem de Bronze que recebe poderes do imperador para servi-lo; e Zaim Adoud, o governante da província de Abechét que se vê esquecida pelo império e envolta de intrigas com os nobres locais.

Na imagem 2: Mukthar Marid, Adisa, Rais Kasim e Zaim Adoud.

Os quatro personagens são bem construídos e bem diferentes entre si o que traz várias visões do mundo de Myambe, e o cenário diferente do medieval/fantasia europeizado instiga e justificaria uma torrente de descrições, mas o que temos é um livro sem enrolações em que a trama política e a ação. A magia é presente no livro e bem embasada nas religião e mitologia africana, nos poderes dos primogênitos e suas máscaras de contas (como se fossem orixás vivos na terra) e nas vestes, nos ritos e superstições. Senti falta do animismo que é bem presente na religiosidade africana mas cabe lembrar que o livro não é uma transposição mas uma inspiração na África.

A leitura não nos deixa cair no sono das descrições, tanto apenas pela novidade do mundo mas pela agilidade da escrita do autor, onde coisas acontecem o tempo todo, o que me fez, particularmente, ler o livro muito rápido. O livro também traz uma moralidade cinza, que além de ser uma escolha mais madura ajuda a não entregar quem vai viver ou morrer na história, pois realmente tememos pela vida dos personagens preferidos.

Império de Diamante é daqueles livros que nos faz viajar pelo mundo, e nos faz querer visita-lo novamente ao fim da leitura. O livro está mais que recomendado, não apenas pela sua ambientação que traz frescor ao padrão da Fantasia, mas pela história bem construía, bem amarrada e com gosto de querer saber mais desse mundo.

Mapa de Myambe.
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sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Livros de Philip K. Dick - Resenhados pelo blog!

Quem acompanha o blog sabe que sou fã do Philip K. Dick, então resolvi condensar numa única postagem todas as resenhas que já fiz do autor e todas que pretendo fazer, com os livros ainda não lidos da minha coleção. Vou atualizar essa postagem a medida que fizer novas resenhas. Os livros que já tem resenha possuem link e os que não tem resenha mas que estão na minha estante, tem um resumo. A lista com livros para baixar eu deixe em outra postagem.
ROMANCES
LOTERIA SOLAR (1955) - Leia nossa resenha

O PROFANADOR (1956) - Leia nossa resenha

TEMPO DESCONJUNTADO (1959) - Leia nossa resenha

A MÁQUINA DE GOVERNAR (1960) Leia nossa resenha

O HOMEM DO CASTELO ALTO (1962) Leia nossa resenha


A ESPERA DO ANO PASSADO (1963) 
No livro "À Espera do Ano Passado" viajamos a um futuro próximo, e encontramos uma humanidade que se move no espaço interplanetário, mas que se encontra espartilhada numa guerra aparentemente invencível contra um inimigo alienígena. O seu incerto futuro está depositado nas mãos de um único homem, Molinari, uma figura enigmática e obscura. Mas conseguirá este líder supremo da humanidade salvá-la de um fim catastrófico? (Ainda sem resenha nesse blog)


OS TRÊS ESTIGMAS DE PALMER ELDRITCH (1964) Leia a nossa resenha


A PENÚLTIMA VERDADE (1964)
A obra descreve uma população toda vivendo no subsolo da Terra convivendo com imagens falsas feitas pelo governo, onde se vê uma Terra devastada. Porém a terra está intacta e desfrutada por uma elite. (Ainda sem resenha nesse blog)

CLÃS DA LUA ALFA (1964) Leia nossa resenha

O TEMPO EM MARTE (1964) Resenha em breve


ESPAÇO ELETRÔNICO (1964) - Leia nossa resenha

ANDROIDES SONHAM COM OVELHAS ELÉTRICAS? - (1968) Leia nossa resenha


UBIK - (1968) Leia nossa resenha


O LABIRINTO DA MORTE (1968)
Num futuro em que a existência de Deus (o Fabricante de Homens. o Intercessor. O Caminhante na Terra) e seu oposto (0 Destruidor da Forma) já foi provada cientificamente, em que se estabeleceu contato eletrônico com a divindade, um grupo de homens e mulheres estão perdidos num planeta deserto, sem possibilidades de pedir ou receber socorro. Estão sujeitos à ação de forças misteriosas, estão sendo mortos por essas forças, presos a angústias e sentimentos milenares, que atravessaram o passado e continuam no futuro. Mas o que está acontecendo de fato em Delmak-O? A ilusão é realidade ou a realidade é ilusão? Labirinto da Morte é uma obra inteligente e instigante, repleta de suspense, que prenderá e surpreenderá o leitor até a última página. (Ainda sem resenha nesse blog)

NOSSOS AMIGOS DE FROLIX-8 (1969)
Philip K. Dick choca sonhos privados contra as batalhas públicas em um romance de ritmo rápido e provocante que, finalmente, aborda a nossa salvação, tanto como indivíduos e como um todo. (Ainda sem resenha nesse blog)


FLUAM, MINHAS LÁGRIMAS, DISSE O POLICIAL - (1970) Leia nossa resenha


REFLEXO NA ESCURIDÃO - (1973) Leia nossa resenha

O DEUS DA FÚRIA com ROGER ZELASNY (1976) Leia nossa resenha

VALIS - (1978) Leia nossa resenha


A INVASÃO DIVINA (1981) Leia nossa resenha

A TRANSMIGRAÇÃO DE TIMOTHY ARCHER (1982)
O bispo Timothy Archer é o mais carismático dos chefes da Igreja da Califórnia, um sincero defensor da verdade, disposto a modificar, ou mesmo a abandonar os mais secretos dogmas da fé cristã, disposta a defender que as mais célebres palavras de Cristo se encontravam registadas duzentos anos antes de Ele ter nascido, disposto, até, a ser julgado como herético. A morte arrebata-lhe os que lhe são mais queridos: o filho, Jeff, e a amante, Kirsten, mas Timothy Archer não deixará que nada interfira na prossecução da sua busca. (Ainda sem resenha nesse blog)


COLETÂNEAS DE CONTOS


SONHOS ELÉTRICOS 
contosPeça de Exposição (Exhibit Piece); Autofab (Autofac); Humano é (Human is); Argumento de Venda (Sales Pitch); O fabricante de gorros (The Hood Maker); Foster, você já morreu (Foster You're Dead); A coisa-pai (The Father-thing); O planeta impossível (The Planet impossible); O passageiro habitual (The Commuter); O enforcado desconhecido (The Hanging Stranger). Leia nossa resenha.


VINGADOR DO FUTURO
contos: Vingador do Futuro (ou Podemos recordar para você por um preço razoável - We Can Remember It for You Wholesale); A mente alienígena (The alien mind); Revanche (Return Match); Não julgue pela capa (Not by its cover); A formiga elétrica (The Electric Ant); A pequena caixa preta (The little Black Box). Leia nossa resenha.

MINORITY REPORT - A NOVA LEI
contos: Minority Report (Relatório de minorias); Em Jogos de Guerra, (War Game); O que dizem os mortos, (Wath the Dead Men Say); Ah, ser um Bolho! (Oh, to be a Blobel!); Podemos recordar para você por um preço razoável (We Can Remember It for You Wholesale); A fé de nossos pais (Faith of Our Fathers); A história que acaba com todas as histórias (The Story to End All Stories); A formiga elétrica (The Electric Ant); A segunda variedade (The second variety); O impostor (Impostor). Leia nossa resenha.

REALIDADES ADAPTADAS
contos: Lembramos para você a preço de atacado, Segunda variedade, Impostor, O relatório minoritário, O pagamento, O homem dourado e Equipe de ajuste. (Ainda sem resenha nesse blog)


 
A MÁQUINA PRESERVADORA I e II (parte1 - parte2)
contos: A Máquina Preservadora; O Jogo de Guerra; E Se Benny Cemoli Não Existisse?; Roog; Veterano de Guerra; O Melhor Lugar de Reserva; E Lá ao Fundo Vivem os Wubs; Recordações Por Atacado; Mercado Cativo; Esta Triste Terra; O Síndroma da Fuga; Os Rastejadores; Oh, É Tão Bom Ser Um Blobel!; O Que os Mortos Têm para nos Dizer; Paguem ao Impressor.
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terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Resenha #82- Oneironautas (Fábio Fernandes e Nelson de Oliveira)

Vamos abrir os trabalhos de 2019 com uma breve resenha de um livro breve: "Oneironautas" da dupla dinâmica Fábio Fernandes e Nelson de Oliveira, o Gordo e o Magro da Ficção Científica brasileira que se juntaram nesse livro para uma viagem surrealista no mundo dos sonhos, como o título sugere ao fazer referência ao deus grego dos sonhos.

O livro foi escrito em capítulos alternados de 300 palavras cada, onde os acontecimentos começam a ficar cada vez mais loucos e divertidos mas nem por isso deixamos de ter uma história: Nelson e Fábio se encontram na Festa Eterna em 2066 onde navegantes dos sonhos se encontram e são encontrados também. A partir daí a coisa desanda e descamba para as situações mais insólitas, divertidas e encharcadas de referências da cultura nerd em geral. Como num teste de "quais filmes que você viu?", a não ser que você gabarite sempre, alguma coisa vai se perder, mas nada que uma releitura não resolva. 

Aliás, a releitura é tão recomendada quanto a leitura, pois pode ser feita sem pressa alguma, pois o livro é bem curto, como a remanescência de um sonho que tentamos relembrar com detalhes mas com a vantagem que neste sonho em forma de livro podemos reler sem esperar o sono chegar.
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